02 - Pedir Por Ajuda e Ajudar, No Final Das Contas Ajuda a Ambos os Lados.

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Autoria: LuaInAHoodie
Revisão: Marveril
Capa: poesiadasflores

"Só se pode começar a dançar quando o tambor coreano é tocado."

Esse é o tipo de provérbio que eu nunca levei muito a sério, porém ele ensina que quando as coisas não saem como o planejado devemos pedir ajuda e por ser tão teimosa, eu nunca me deixava fazer isso. Minhas experiências com as pessoas tentando me ajudar não eram tão boas, se eu não tivesse 100 % de certeza de que aquela pessoa poderia mesmo me ajudar, fazer o que quer que seja melhor do que eu, eu nunca pediria ajuda.

Por isso, quando ouvia conselhos e coisas como esse provérbio, eu sempre revirava os olhos, pois não tinha motivos para acreditar nisso, ainda não sei com certeza se tenho, mas Taehyung parecia ter aparecido na minha vida para me enlouquecer, então, talvez eu começasse a duvidar se o céu era mesmo azul e coisas do gênero...

Descobri naquela segunda-feira que Taehyung trabalhava no mesmo prédio que eu e tudo bem que eu era nova na empresa, mas eu deveria ter notado quando o conheci no parque, fiquei um tanto indignada comigo mesma por isso. Principalmente, porque no decorrer de todas aquelas semanas ele não desgrudou do meu pé um dia sequer...

Nós fazíamos o mesmo caminho tanto para ir quanto para voltar, o que já ajudou bastante ele a ter uma desculpa para estar por perto, ele parecia até um vidente ou sei lá o que, prevendo meus horários... E por mais que eu tentasse fugir dele, até porque eu tinha mesmo muito trabalho a fazer, tudo parecia conspirar a favor dele para que ele continuasse pairando ao meu redor.

-Eu acho que você deveria ao menos admitir que ele é persistente. - Yerin Seonsaengnim¹ me disse, um dia enquanto ele me esperava para irmos almoçar. -Dongsaeng², não seja tão má com ele, por favor...

-Diga a ele para não ser tão irritante, por favor. - Eu disse e ela riu.

Taehyung ficou conhecido no departamento de design como o "o menino da Melina", graças a minha Seonsaengnim e eu não pude fazer muito para mudar essa situação, assim como não pude fazer nada para mudar o fato de que ele descobriu exatamente onde eu morava e cismava de aparecer no meu apartamento durante a noite, ou bem cedo no final de semana simplesmente para que eu vigiasse o Yeontan, já que o cachorro parecia cada dia mais irritado com ele.

-O que acha que está fazendo?

-Eu não sei o que há de errado, ele odeia a minha casa. - Ele me disse na primeira vez em que apareceu com o cachorro, tarde da noite, no meu apartamento, com a maior cara de sínico. - Ele está rasgando minhas almofadas, não para de rosnar pra mim, eu não sei mais o que faço, não consigo me concentrar com ele assim.

E todos os dias pareciam iguais depois dele, que sempre reclamava do meu humor, arrumava meu cabelo, me indicava uma música, ou livros de história para eu poder estudar um pouco mais sobre a Coreia e me inspirar para os meus desenhos, ou simplesmente discutia comigo sobre programação já que ele trabalhava com isso também, me enchia de fotos do Yeontan e me contava sobre alguma travessura que a miniatura de cachorro havia feito, me desejava uma boa noite e que eu fosse um tanto mais bem humorada no dia seguinte.

E eu confesso que no começo eu não queria tê-lo por perto, primeiro, porque eu havia decidido que iria me tornar uma pessoa mais positiva e agradável, pelo menos comigo mesma e ele com todo aquele jeito dele ficava esfregando na minha cara que eu não estava tendo o menor sucesso e se tinha uma coisa que eu odiava ainda mais que pedir ajuda era não conseguir fazer algo. Segundo, eu nem o conhecia tão bem para deixá-lo se aproximar tanto quanto ele estava forçando, nós trabalhávamos na mesma empresa, mas isso não era desculpa...

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