Prólogo

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Bom minha gente essa é mais uma adaptação minha, eu sou apaixonada por esse livro! Eu tenho uma certa paixão por livros poucos conhecidos sabem, e esse me chamou bastante atenção, eu espero que gostem meus amores. Tenham uma boa leitura e qualquer erro me deem um alerta, ou qualquer dúvida só me chamar!

Beijinhos!

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Um ligeiro farfalhar de folhas alertou Lauren Jauregui de que ela não estava mais sozinha. Sentou-se ereta, na cadeira giratória instalada na plataforma, presa a três metros de altura, sobre a árvore. Correu os olhos até o começo do bosque, à direita, antes de examinar a trilha dos madeireiros que desaparecia depois de uma curva, à esquerda.

O antílope estava parado à beira da trilha pedregosa, as patas afundadas na grama avermelhada e quebradiça pelas temperaturas enregelantes. Tal como Lauren, o animal estava imóvel como uma estátua, ouvidos atentos. Sua galhada imponente, com pelo menos dois metros e meio de largura e dez pontas perfeitas, parecia pesada demais, mesmo para aquele pescoço maciço e musculoso.

Muito grande, pensou Lauren, com um sorriso de satisfação nos lábios. Aquele antílope ardiloso, quase um fantasma, que miraculosamente escapara da mira dos rifles e das muitas armadilhas através dos anos, tornara-se para os caçadores o equivalente a "aquele peixe enorme que fugiu" das histórias de pescadores. Muitos dos que caçavam na terra arrendada por Jauregui, com quase três mil acres de extensão, tinham se deparado com o enorme cervo. Mas, de alguma forma, o animal sempre dera um jeito de enganar, correr para fora do alcance dos seus perseguidores.

Movendo-se com firmeza, embora furtivo e cauteloso, o cervo veio direto em direção a Lauren, parecendo disposto a examinar os restos de comida que estavam logo abaixo da plataforma.

Lauren era uma boa atiradora e já matara sua cota de cervos ali mesmo, naquele local, mas não tinha intenção de usar a espingarda que estava ao alcance de sua mão. Bastava-lhe estar sentada e admirar a imponência daquele animal. Além disso, não viera até ali para caçar. O objetivo de sua vinda até ali era apenas descanso. Precisava descansar da morosidade ultrajante de um caso de abuso doméstico finalmente encerrado naquela manhã.

Como promotora encarregada, ela conseguira uma condenação, e Rodney Perry estava a caminho da penitenciária, para cumprir pena. Infelizmente, na estimativa de Lauren, uma vida inteira atrás das grades não seria suficiente para pagar aquilo que Perry havia feito a sua família.

Levaria tempo até que a lembrança dos horrores trazidos a público, naquele caso, saísse de sua mente. Convivia diariamente com as barbaridades que as pessoas faziam, umas às outras, no dia-a-dia, e sabia que qualquer coisa que ela fizesse para amenizar a dor das vítimas nunca seria suficiente... A morte de Lucy e a maneira inadequada com que ela lidara com o pesar.

O som abafado de um tiro, vindo de alguma parte além das colinas cobertas de pinheiros e que se estendiam até a linha do horizonte, arrancou-a de seus devaneios. Mais uma vez, o cervo ficou estático, imóvel. Ouvindo. Esperando...

Do negro coração da floresta, veio o balido inconfundível de uma corça. A trilha era extremamente íngreme e, se o cervo fosse cometer algum erro de julgamento, seria naquele momento, enquanto estava sob a influência de seus hormônios, ao invés de se guiar pela prudente inteligência que lhe permitira sobreviver, outono após outono.

O animal resfolegou, olhou ao redor e, em um salto, desapareceu na floresta, na direção do som que despertou seu interesse. Parecia inconsciente, ou talvez pouco se importasse, de que o perigo na forma de um dos muitos caçadores, e não de uma fêmea desejosa, pudesse estar espreitando nas sombras cada vez mais densas da tarde que caía.

Sem Dizer Adeus - Camren (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora