Capítulo III

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Oh, Pode guardar pra mim? é de uma amiga Rs' . Inclusive, percebi que ainda não sei seu nome!

Mordo o lábio ansiosa aguardando a resposta mas nada. Vinte minutos depois a comida chega e a mensagem não, mas quem está contando?

Ataco a caixinha de macarrão assistindo uma comédia romântica qualquer que tenho certeza já ter assistido mil vezes e reviro os olhos a cada cena de beijo, preciso mesmo parar com essa mania. Depois de jogar as embalagens fora e voltar pra cama ouço meu celular tocar, meu coração acelera. Mas porque? — Porque você está torcendo para que seja ele — meu subconsciente lembra, mas afasto esse pensamento e pego o celular. Vejo escrito "mãe" na tela e resmungo não querendo atender, mas já ignorei cinco ligações dela essa semana. Solto um suspiro e atendo.

Alô — Me jogo na cama e suspiro ouvindo minha mãe pronunciar meu nome.

— Olá, Elisabeth — Tiro o telefone da orelha enquanto conto até 3 baixinho e volto a falar.

Como vai, mãe?

Bem, eu vou bem. E você, como estão as coisas? — Sua voz com total falta de interesse só reforça a ideia de que me liga pra cumprir protocolo, sempre muito fria.

— Eu estou bem mãe — Olho ao redor do quarto e vejo a coleção de temporadas de GOT da Louise, e decido usar isso a meu favor.

Preciso ir, tenho dever de casa — Digo levando a caixa pra minha cama, quem dá essa desculpa na faculdade? faço uma careta desejando saber mentir melhor.

Elisabeth, você não vai fugir de mim pra sempre — Seu tom de voz é ameaçador e sinto um frio na barriga.

— Preciso mesmo ir, a vídeo aula vai começar — Minha voz falha no início e desligo a chamada sem que ela possa responder.

Já sei o que aconteceria se eu prolongasse a conversa: Está arrependida né? Esqueceu de tudo o que seu pai fez por você a vida toda? De todo amor que te demos? Você é uma ingrata... E por aí vai.

Fico tão focada nas provocações que provavelmente minha mãe faria que acabo demorando pra notar o ícone de mensagem na barra da tela do celular. Parece que o misterioso respondeu... duas vezes.

Tenho uma ideia melhor. Se jantar comigo amanhã, eu posso lhe entregar a meia calça e essa incrível informação secreta que é meu nome.

E aí, o que me diz senhorita Jones?

Penso por um momento em como ele sabe meu sobrenome mas em poucos segundo isso já não importa e me concentro no jantar. Não consigo conter o sorriso que sai em meus lábios. - É só um jantar - Meu subconsciente resolve opinar de novo, não sei de que lado ele está. Seria um encontro? uma brincadeira? Pegadinha, talvez? Não, não, apenas um jantar formal onde ele me entrega uma meia calça e eu me desculpo por ter sido tão mal educada e talvez tente explicar meu comportamento nada adequa...

Sou dispersa de minhas justificativas com um barulho de mensagem enviada, não me dei conta de meus dedos debaterem na tela e digitarem um "Ok!"

Certo! Te pego às 19:30.

Suspiro e me jogo pra trás na cama ainda agarrada no celular.

[...]

A manhã chega depressa com o barulho do despertador em meus ouvidos e me esforço pra sair da cama, por algum motivo não consegui descansar essa noite. Louise está jogada em sua cama dormindo de boca aberta o que me faz soltar uma risadinha enquanto pego minha necessaire e uma toalha no armário.

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