Capítulo VI

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A noite foi longa, me revirei na cama mais vezes do que pude contar. A cena de nosso beijo não saí da minha cabeça, de como suas mãos agarraram minha cintura e em como seus lábios pronunciaram meu nome de forma ofegante. Lis. Ele nunca havia me chamado assim. Mas a parte boa é afastada de meus pensamentos quando lembro sua reação depois, da total falta de interesse, como se eu tivesse me jogado nele. Isso nunca tinha acontecido, quero dizer, com nenhum dos 4 caras que já havia beijado na minha vida.

Me levanto da cama não querendo, se pudesse ficar deitada o dia inteiro seria ótimo mas preciso ir pra aula. Resolvo fazer minha higiene matinal hoje mais cedo já que o sono não fez menção de aparecer.

Termino tudo em 20 minutos, decido não lavar o cabelo hoje, subo o zíper da minha saia social bege e endireito a gola da minha blusa pólo laranja claro. No caminho pro dormitório vejo Louise saindo do quarto com a cara toda amassada, parece que caiu da cama.

— O que te deu? são 6:00.

— Ah ... eu ... — Ela desvia o olhar e sem saída acaba bufando — Entre e veja.

Ela revira os olhos e sai praticamente arrastada do alojamento. Sem entender, entro no quarto e dou de cara com Dener sentado na minha cama. Meu coração gela.

— O que está fazendo aqui?

— Eu ... vim me desculpar por ontem — Ele esfrega a nuca aparentemente tentando encontrar as palavras certas.

— Você foi um idiota, não sei o que deu em mim pra concordar em sair com você!

— Ei, não fala assim, a gente se divertiu — Ele sorri revelando as covinhas e tenho que me segurar pra não tocá-las.

Reviro os olhos e começo a colocar os livros do dia na bolsa. Olho de relance e percebo que Dener está observando cada centímetro do meu lado do quarto, até que seus olhos encontram os meus. Me viro para organizar os livros da aula de ontem no final da prateleira.

— Você sempre se veste como se fosse jogar tênis ou coisa assim, Senhorita Jones? — Não preciso me virar pra saber que está com aquele sorrisinho presunçoso no rosto.

— Dá pra você me deixar em paz? Eu não sei o que quer de mim, por que continua me procurando?

Me viro pra encará-lo a fim de obter uma resposta mas me assusto ao perceber que ele está a alguns passos de distância agora e não mais sentado.

— Te deixar em paz? — Ele franze o cenho e caminha mais para perto de mim

Sinto como se o ar tivesse ido embora e como se não tivesse mais espaço entre nós, se é que tinha. Tento me distância pelo bem da minha saúde mental mas minhas costas batem na escrivaninha me deixando sem fuga.

— Você realmente quer que eu te deixe em paz?

A voz dele é mais suave e seu olhar se intercala entre meus olhos e minha boca. Tento falar algo mas a eletricidade que percorre em meu corpo quando ele está perto tira meu juízo novamente.

— Fala Jones... — Ele chega mais perto colando de vez seu corpo no meu e coloca uma mecha de meu cabelo atrás da orelha. Faço que sim com a cabeça.

— Não ... — Ele balança negativamente a cabeça fazendo um barulho com a boca e volta a me olhar.

— ... Preciso que você me diga... — Ele sussurra no meu ouvido — ...E aí eu te deixo em paz.

Minha mente e meu coração lutam pra decidir quem está certo. Tento por várias vezes pronunciar as benditas palavras mas não consigo. Tento convencer a mim mesma que é melhor ele se afastar mas sei que só estou querendo me enganar.

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