Capítulo 2 - Prostituta

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—oi mamãe!

—oi amor.

Luana tem 20 anos, ela é a minha única filha, acho que esse é o momento em que a maioria das pessoas se perguntam como eu com 36 anos tenho uma filha de 20, que é universitária, conseguiu passar em universidade pública e é super responsável, ela é exatamente tudo o que eu nunca consegui ser na vida e eu a amo por isso.

Nos abraçamos e ela começa a colocar a mesa do café, a Luh não sabe que eu sou puta de luxo, se depender de mim nunca vai saber, para ela eu trabalho de garçom e faço bico a noite para sustentar a casa, tem sido assim desde que ela nasceu e por mim, morro e levo este segredo comigo. Costumo sair de casa e levar uma roupa extra, me troco dentro do carro, já passei muito apuro para que ela não sabia que eu vendo o corpo, mas para mim tudo bem, desde que ela não saiba eu já fico satisfeita.

Ela será uma veterinária, terá estudo e tudo o que eu nunca tive na vida, não terminei a quinta série, não tive oportunidade de estudar, eu até tentei um tempo atrás, mas logo vi que não iria conseguir, acho que nasci mesmo fadada ao destino de fazer sexo com os outros.

Também não sou uma completa burra, eu assisto jornal, leio revistas interessantes, livros, eu sempre estou bem informada, eu só não tive a oportunidade de estudar como as minhas colegas da escola, nem de ter formação.

—vou tomar um banho tá?—aviso.

—tá, não demora mãezinha, quero te contar algo.

—está bem.

Me afasto levando comigo a mochila, tenho meus segredos e a Luh não precisa saber deles, sei que tudo isso arrasaria a minha filha, eu a crio sozinha desde que engravidei, tem sido uma jornada bem difícil, criar uma filha sem um pai é a coisa mais complicada para uma mulher solteira.

Principalmente porque eu comecei a fazer programa com 17 anos, já tem bastante tempo que eu vendo meu corpo, começou quando me vi na rua com um bebê de um ano e meio para cuidar e sem dinheiro para nada, passei fome em várias épocas da vida, porque ninguém daria emprego a uma moradora de rua.

Sozinha e sem apoio algum, conheci o meu primeiro cafetão, ele também foi o único, ele me deu um lugar para ficar e roupas limpas, no dia seguinte estava me pedindo para que eu pagasse a estadia em sua casa em troca de sexo com alguns amigos.

Foi uma experiência bem estranha e difícil, eu era apenas uma menina totalmente inexperiente, mas aprendi com o tempo que ter medo só me tornaria uma pessoa fraca, se eu não houvesse me prostituído durante todos estes anos não teria esse apartamento, nem a Luh teria estudo, talvez ela tivesse morrido de fome, então não, não me arrependo.

Fiz tudo o que é necessário para cuidar da minha filha, ainda que não seja honesto da minha parte.

Entro no chuveiro e pego o sabonete e a bucha, enquanto me lavo fico me lembrando do programa de ontem, não sei prazer com aqueles caras, uns até conseguem me dar momentos agradáveis, mas em sua maioria os caras com quem eu saio se quer se preocupam com o prazer feminino.

Para eles não tenho que sentir nada, eles tem que sentir, eu sou paga para gemer e gritar, transar e ser tudo o que a mulher deles não é, ou namorada, amante, eu sou o que eles querem que eu seja, eu faço o que eles querem que eu faça, porque eu sou paga para isso.

Antes eu até me sentia mal e me questionava, principalmente quando a Luh entrou na adolescência, quando ela começou a me fazer perguntas sobre seu pai, sobre meu trabalho e mais um bocado de coisa, só que hoje não é mais assim.

Me conformei com a vida que levo.

Não é uma vida tão ruim afinal.

—melhor não ficar pensando sobre isso.

Me deprime.




{      Puta de Luxo by Dark Pandora         }

Garota de LuxoOnde histórias criam vida. Descubra agora