Sobre segredos e insônias...

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Paris - França - 29 de dezembro de 2018 - Portail étoile Bleue

Shade - 10h30min A.M

Após um Natal (que por incrível que pareça) bem comemorado, principalmente por Taiga, os mais velhos receberam a visitas de alguns amigos, como Teppei e Jumpei, Imayoshi e Makoto, uma velha amiga escritora de Daiki (que inesperadamente conhecia Cloah, há bem mais tempo) que morava no Brasil, mas o mais peculiar nessa semana era que Daiki começara a ter sonhos um tanto "suspeitos" e que estavam fazendo o moreno ficar quase que louco já Taiga voltara a agir normalmente consigo e quase tudo estava voltando ao normal...

-Cloah! - Ouviu a velha amiga chamar o ruivo acastanhado, e logo vira a mulher descendo as escadas, com os clássicos shorts de pijama e meias branquinhas parecendo uma zumbi de tantas noites passadas acesa ou mal dormidas.

- Já falei que não precisa me gritar, eu não sou surdo Shade! – Gritou ranzinza em resposta a mulher que apareceu atrás de com uma aura assustadora.

- Seu moleque imbecil! Já falei, que pra você não me responder assim! - Disse socando a cabeça do rapaz mais alto que si.

- Por mil penas! COMO RAIOS, TU CONSEGUES SER CHATA VIU! - Disse esfregando o lugar da pancada, rogando pragas pra menor.

-O QUE DISSE?! – Perguntou e logo se virou quando já estava a caminho da cozinha, sua aura era ainda mais assustadora.

-Eu. Já. falei. - Soco. - Que se tu me respondesses. - Soco de novo. - Eu ai te mandar. - Soco, soco, soco. - Pra sete. - Soco, soco. - Palmos abaixo. - Soco, soco, e soco, de novo. - DA PORRA DA TERRA! - Mais socos.

-Aiii! Ai, ai, caralho! Tá bom, tá bom, eu paro! - Disse o pobre ruivo tentando se defender, Daiki riu da cena, enquanto estava escorado na entrada da cozinha.

-Ei, Anyachin, por que o Cloahchin, falou "Por mil penas"? É alguma expressão Brasileira nova, por acaso? - O gigante arroxeado lhe perguntou sentado no tapete em frente à mesinha de centro, estava jogando baralho com Taiga, e Himuro.

- Weah? Você não contou á eles, seu inútil? - A mulher olhou para o ruivo que deu de ombros, uma pena que lá se ia mais um soco.

-Vocês sabem qual é meu nome, não é? - Pergunto a mulher olhando de escanteio para os presentes (E aos quais acabaram de chegar) no local, sentada de modo confortável no sofá fofinho e grande o bastante para si.

-Anyacchi! Conhecemos-te há tempos! - Disse Kise inconformado, não estava entendendo nada ali, e acabara de chegar, estava sentado ao lado de Kuroko no sofá azul escuro, junto à mulher que olhava de relance para todos.

Ela parecia pensar bem em suas respostas.

-Ah... Meu bem é meio complicado... - Suspirou a mulher tirando os óculos que escondiam os seus olhos castanhos por trás das lentes levemente escuras. - Acho que sou a mais velha entre todos aqui nesta sala... - Comentou com um riso dolorido.

Doía lembrar-se de tudo de uma só vez, afinal, guardou aquilo por tanto tempo consigo...

-Vou contar uma história á todos... - Disse sentando-se em uma poltrona azul marinho ali, apoiando ambos os cotovelos nos joelhos, sobre os joelhos que curiosamente estavam ralhados, uma pedra azul caiu para fora da camisa branca de mangas grande demais para si, colocou o queixo sobre ambas as mãos entrelaçadas, e olhando para todos, que tinham a atenção presa na garota. - Era uma vez três Arcanjos que foram expulsos do Céu; Ambos os dois expulsos por amar, o terceiro, foi expulso por ajudar á Lúcifer... Como vocês sabem ou de acordo com que ensinaram para vocês, Lúcifer era um Anjo querubim, que Deus admirava e importava-se muito com esse Anjo, certo? - Suspirou no meio, aquilo não devia nem ter começado. - E de acordo com a Bíblia, Lúcifer queria ter mais poder para si, ele queria ter o poder de Deus, outras falam que ele não queria respeitar ás regras divinas e era muito orgulhoso, algumas dizem que ele sentia ciúmes de Jesus, já que ele era tão adorado pelo seu pai; Mas há varias versões do que realmente aconteceu... - Respirou fundo, esfregou a ligação entre os olhos e o nariz, sentindo uma leve dorzinha incomoda lhe perturbar a fonte, e soltou o ar preso.
- Lúcifer sabia que havia dois arcanjos que estavam amando, e Deus iria expulsar ambos os Arcanjos, mas, Lúcifer não queria isso, e então ele foi contra seu pai, para proteger seus Irmãos Angelicais, não concordava que Deus os expulsasse, não por sentir algo tão puro e belo, como ele queria que o seres-humanos amassem uns aos outros se nem seus filhos Angelicais podiam? Bem, a revolta não foi por causa de poder, ciúmes, ou qualquer outra motivo que contaram a vocês, dois Arcanjos apaixonaram-se por humanos, e os Anjos que se revoltaram, tinham o mesmo pensamento que Lúcifer, pois segundo Deus, o amor verdadeiro é puro, e Lúcifer sabia que o sentimento que ambos os anjos sentiam eram verdadeiros, não duvidava, não dos Anjos... Ele sabia que havia Humanos bons e puros, capaz de amar o próximo como amavam á si; Mas havia outros que eram perversa até á alma, e Lúcifer sabia que estaria se arriscando quando colocou sua mão no fogo por ambos aqueles Anjos. - Falou fazendo movimentos como se pudesse mostrar algo, ou, até mesmo reproduzir, todos estavam atentos ao que a mulher dizia.
- Após a revolta, a batalha, etc.; Lúcifer foi mandado para uma jaula, ele foi colocado lá por Abaddon, o anjo do abismo, e... - Respirou mais uma vez, aquilo estava começando a causar uma dor de cabeça e tanto mesmo hein. - Ele não merecia aquilo, não mesmo... E ao contrário do que está em qualquer livro santo, ou, qualquer raio que parta que seja parecido com uma Bíblia; Após ele ser "levado" para sua jaula, ele saiu dela, depois de tudo isso ele viu que alguns de seus irmãos alados eram realmente maus ao contrário de outros que se arrependeram, ele se sentiu culpado, e após conseguir fugir do Inferno, ele sumiu, e nunca mais se ouviu falar em Lúcifer ou se teve noticias do mesmo por dentre os Anjos... Essas Histórias de Lúcifer ser mal, e entre mais, não era Lúcifer que espalhava o mal pelo mundo, meus queridos, além de sua própria perversidade que era impregnada em sua essência natural, Azazel, e seus subordinados de merda, Tsc... Eu tinha razão em nunca gostar dele... - Proferiu a mulher, logo se lembrando de que não devia ter falado aquilo, se arrependeu no mesmo segundo.

-Como assim? Você... Não gostava dele, Anyacchin?- Perguntou o arroxeado olhando-a divertido, mas com cuidado nas palavras que pensara em dizer.

Maldição! Eu e minha boca aberta! Pensou a cacheada fazendo uma "face palm" ela deveria se controlar mais.

-Preste atenção, a raça de seres sobrenaturais, como vocês, e quando digo vocês quero dizer vampiros, lobisomens, etc... Foram crias de Azazel, para atormentar a humanidade, e irritar á Deus, ok? Não que ele tenha se irritado tanto... - Disse coçando a nuca, falara demais para sua conta.

- Anya... Quem você é? Para poder saber tudo isso, tem que ter alguma explicação... Certo? - Taiga perguntou, encarando a mulher. Seus olhos lhe machucavam... - Eu posso sentir algo em você, não é como se fosse algo ruim, é algo pesado... Não, não é essa a palavra... Algo muito... Muito instigante, quase que perturbador, não é como se fosse ruim, mas isso, só de te fitar os olhos, sinto como se, como se seus olhos pudessem ver através de tudo, eles parecem afiados, e eu sinto como se me machucassem... – Disse com leve franzir de cenho, levando a mulher a ficar surpresa e os outros a ficarem instigados. - Eu... Eu tenho a leve sensação de medo e uma força avassaladora que parece deixar o ar mais pesado, como se me sufocasse, mesmo que ainda mistura com alívio e uma estranha calmaria vinda de você entende?... - Disse atraindo o olhar abismado de todos na sala, eles nunca sentiram nada em relação à Shade em séculos e uma semana de convivência Taiga já conseguia tudo isso, menos o da mulher que abaixou o olhar, sua intenção não era machucar Taiga, ela apenas riu de escárnio... - É algo muito repressor...

-Parabéns, vocês estão olhando para A estrela do abismo... - Se levantou sorrindo para todos ali, com a pedra azul que lembrava um céu estrelado brilhando conforme a luz batia nela.

- VOCÊ NÃO PODIA TER DITO DE FORMA MENOS IDIOTA SUA BESTA?! - Cloah gritou para a mulher, que lhe tacou um caderno (Ninja talvez) na cara.

-ÉEEEEEEEEEHH?- Todos na sala exclamaram até Akashi que surgira ali do nada, estava abismado com aquilo, abismado e incrédulo, e talvez muito surpreso, tipo muito mesmo, até para Akashi Seijurou ele nem imaginava aquilo.

Mas ela não haveria mentido para eles apenas ocultado, pois Cloah (afinal, ele era um Demônio, seria praticamente quase impossível conhecer ela, sem saber quem a mulher era, oras!) Imayoshi, Makoto, Teppei, Junpei (que também eram Demônios como Cloah) e Aomine, fora esses mais ninguém sabia deste fato até o atual momento, e tirando todos os surpresos, Kuroko era o único estava impassível como sempre, Kagami nem se preocupara com isso, Murasakibara estava um pouco surpreso, mas nem tanto como o marido e os outros.

- Porra... Essa foi demais até pra mim... - Akashi balbuciou, fazendo a mulher rir.

-Agora querem outra bomba? Hã? - Perguntou, e antes mesmo de abrirem a boca, a mulher se pronunciou.

-'Cês tão tudo velho! Taiga foi o único aqui aperceber minha aura "angelical" minha gente! Como assim?

Todos suspiraram calmos, menos Daiki e Cloah, junto dos outros quatro Demônios que riram também, a mulher também riu sôfrego, aí, aí... Não sabia nem da metade das merdas que aconteceram... E Taiga estava no centro de toda essa historinha de ninar. Estava tensa, e extremamente cansada... Estava fraca...

Éhh, e lá vamos nós para mais uma noite sem sono... Pensou e riu.

-Ah, depois vou precisar de uns bons copos de Vodka pra ver consigo pelo menos tirar um cochilo! – Murmurou com um sorriso triste, observando o quase afilhado jogando com o Himuro e companhia.

Bem, tinham certos fatos que realmente eles não precisavam saber...

Le fils sombre~Onde histórias criam vida. Descubra agora