ATUALMENTE
POV ANASTASIA
- Olá, Anastasia! Espero que seu atraso não se repita. Acaso não sabe a situação em que poderia nos colocar? - Sr. Francis me saúda. A frase dele é brava, mas o tom é ameno.
- Sim, senhor. Prometo nunca mais me atrasar, principalmente num dia tão importante.
- Como se vocês pudessem cumprir essas coisas. Até eu me atraso, Ana. - ele ri.
Depois da breve conversa, eu e o Sr. Francis desatamos a trabalhar. Quando dá 10:00 o nervosismo começa. Vou conhecer o chefe. Eu lutei tanto para ter um emprego assim, consegui tanto a normalidade que queria...e ele não me achou, ainda. 'Não pense nisso, Anastasia. Ele deve ter esquecido de você' minha consciência grita. É isso! Vou enfrentar o chefe e, se tudo der certo, vou conseguir um emprego para o meu currículo. Não é o emprego dos sonhos, já que sempre sonhei em ter minha própria editora. Mas como Sr. Francis viu meu trabalho extracurricular sobre finanças e interpretação de contratos, ele me contratou e disse que faria uma indicação para editoras, em troca de alguma ajuda. Mesmo com essa troca, ainda ganho um salário ótimo.
Chegando no 26º andar, começo a suar. Falamos com a secretaria dele e ela nos deixa entrar na sala reservada para a pequena reunião. Quando ouço a voz do meu chefe, não posso acreditar. O cara do elevador!
- Francis! Como vai?
- Vou bem. Sempre com muito trabalho e é por isso que contratei a Srta...
- Steele. Anastasia Steele - Christian interrompe. 'Que Christian o que, Anastasia? Ele é seu chefe, então é Sr. Grey' minha consciência sempre pontual.
- Ora! Vejo que já a conheceu, então.
Eu prontamente estendo minha mão ao Sr. Grey, que aceita - Nos conhecemos no elevador, quando cheguei mais cedo.
- Sim, sim. Estava atrasada, pelo que vi. - Fico vermelha.
- Eu...eu - gaguejo
- Tudo bem. Pelo que pude notar, foi um caso isolado. Bom, Francis me disse que você é uma empregada temporária. Posso saber o motivo da recusa do contrato normal de emprego?
Nesse momento o celular de Francis começa a tocar e ele começa a se retirar, depois de pedir alguns minutos a Christian.
- Nós deixe a sós, Francis. O financeiro não pode se dar ao luxo de ficar sem você. - Francis dá um sorriso e sai. Sozinha com Christian Grey? Droga! - E então, Ana?
- Bom, senhor Grey, eu não quero um emprego nessa área financeira, por isso quero um contrato aberto. Eu fiz um trabalho extracurricular na faculdade que se baseava na interpretação de contratos. Quando era adolescente, ajudava meu pai nisso. Sr. Francis me contratou apenas para auxilia-lo na leitura dos mesmos, já que carregava muito trabalho para casa.
- Tem certeza que não quer um emprego aqui? Somos uma das maiores empresas do mundo.
- Temo que sim, Sr. Grey. Minha área é bem diferente da de finanças.
- Me chame de Christian, Ana. E qual sua área afinal?
- Livros. - Ele levanta uma sobrancelha - Quero trabalhar como editora. Faço faculdade de literatura inglesa e fiz um curso de administração para o caso do meu sonho de abrir uma editora se torne realidade.
POV CHRISTIAN
Então ela é romântica? Não sei o motivo, mas algo me intriga. Ela aparenta ser um tanto cautelosa.
- Algum amor fez você gostar de livros?
- Não. - fala amargamente. - Eu sempre li livros e meus pais sempre liam para mim quando eu dormia. Um universo em páginas. - Ela dá um sorriso triste, melancólico. Um sorriso morto. 'Ela se parece com você, Christian.' minha consciência me elucida. Percebo que ela visita seu passado, posso ver no seu olhar a dor e o medo. A raiva e a esperança.
Quando ela volta à realidade, o olhar dela me tira o fôlego. Ela viu isso em mim também.
- Bom, senhor Grey, o senhor quer mais alguma coisa?
'Um dia inteiro conversando com você' está na ponta da língua.
- Não, Anastasia. Não vou mais ocupar o seu tempo, e se Francis a contratou, você deve ser muito boa. Não me meterei nisso. Espero que esse tempo aqui ajude no seu sonho.
- Claro - O rosto dela ilumina um pouco.
Sigo até o elevador com ela. Enquanto esperamos, tomo o tempo para olhar seu rosto. A boca é desenhada, como se Leonardo da Vinci tivesse gastado todo o seu tempo nela. Mas os olhos...olhos azuis, da cor do mar, trazem uma tristeza e uma fúria, fazendo-o escurecer quando certos detalhes voltam a sua mente.
- O que foi?- Ela pergunta quando percebe que estou encarando seus olhos.
- Seus olhos. Tem algo neles que é extraordinário. - Quando digo isso, ela enrijece. Quando o elevador chega, ela corre para dentro dele e aperta o 17º. - Espera! Eu disse algo errado? - e as portas fecham, me deixando sozinho.
POV ANASTASIA
'- O que está olhando, Jack?
- Seus olhos. Tem algo neles que é extraordinário.'Ele não pode voltar assim. Não nas pequenas frases. Ele não está aqui. Não pense nele. Não fale nele. Não escute ele. Não! Não! Ele não vai me achar. Não pode. Nunca.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dark Place
FanfictionAna estava vestida de azul, a cor de seus olhos, quando foi levada no dia do seu aniversário de 15 anos. Por 5 anos, os olhos assustados de Anastasia não paravam de chorar pelo tempo que estava sendo perdido ao lado daquele que se dizia amigo. Ele r...