Capítulo 4

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ANTES

POV CHRISTIAN

- Vem aqui, sua puta! - Ele ruge - Onde está meu cinzeiro?

- Eu não sei, Thomas. Christian estava brincando com ele e... - Ela se detém. Falou o que não podia. - Eu vou procurar.

- Não! Onde está aquele merdinha?

- Por favor! Não faça nada com ele. É apenas uma criança! - Ella se desespera. Seu filho só tem 3 anos. Não merece a vida com um monstro.

- Seu filho é mimado! MERDINHA! CADÊ VOCÊ? - Ele grita novamente. - Vem, Christian! Você sabe o que acontece quando você não obedece, não sabe? Meninos maus precisam de um corretivo e eu já esperei demais.

Christian aparece na sala, com cara de sono e olhos vidrados, com medo.

- Vem aqui, merdinha! - Christian anda até ele. Sabe que se ele precisar se levantar, a surra seria o dia inteiro. Thomas nunca esquece uma "dívida", principalmente se for com Christian e Ella. - Onde está meu cinzeiro?

- Eu...eu n..não sei. - Nesse momento, Thomas vira a mão com toda força no rosto de Christian.

- Não sabe? Então você vai ser meu cinzeiro. - E simplesmente apaga o cigarro no menino.

Christian estava quase desacordado pelo tapa, mas pôde sentir a queimação na sua perna. Ele geme. Ella, que até então estava parada, corre até seu filho.

- Eu vou sair para me divertir. Espero que quando eu voltar, sua boceta esteja pronta para o meu pau.

'O que eu fiz? O que meu filho fez para merecer isso?' Ella pensa. Não pode mais viver com isso.

1 ano depois...

- Tenho algo para você, meu filho.

- O que é, mamãe?

- Lembra daquele doce que você gostava? Eu trouxe um dele.

- Oba! - Ella sorri com a empolgação de Christian. É doloroso ver que o menino festeja pequenas coisas, mesmo as que ele não consegue tirar proveito porque estão quebradas, como brinquedos que ela acha na rua.

- Mamãe vai ter que fazer algo hoje. Algo que você não vai entender agora, mas lá para frente, quero que tente me perdoar. - Ella sussurra para ele.

- O que, mamãe? - Christian está na fase do "porque, o que, onde". Ella sente tanta culpa. Essa vai ser a última fase que verá de seu filho. Hoje é o último dia com ele.

- Eu quero que você conte de 1 a 100 igual mamãe ensinou. Dando espaço entre os números e não apressando. Depois que contar, você pode comer o doce. - Ela está com o coração na mão. - Mas lá no quarto. Quero usar a sala um pouco.

- Tudo bem, mamãe! Amo você! - O menino dá um beijo na mãe e some no quarto.

Ella tem um sorriso triste no rosto, um sorriso morto. Ela já escreveu a carta, onde coloca categoricamente o destino de Christian depois de hoje. A hora é agora.

Quando ela bebe o líquido, seu corpo sente o baque na hora. Caminhando para o sofá com dificuldade, Ella senta. Senta e espera. A hora já foi.

- Mamãe? Eu comi o doce! 'Tava' melhor do que eu lembrava. - Christian vem empolgado do quarto. Quando vê a mãe no sofá, ele para.

- Mamãe? Você está mimindo? - Christian tenta acordar a mãe com batidinhas na coxa - Você está com frio? Eu vou trazer meu cobertorzinho.

Christian cobre a mãe no sofá e reza para que o homem mau não volte. Ele vai para o lado da mãe e fica com ela, até dormir.

3 horas depois...

- ELLA! CADÊ VOCÊ, SUA PUTA? - Christian acorda com o grito de Thomas.

- Não grita! Vai acordar a mamãe - O menino fala.

- Vou, é? Eu quero ela disponível para mim - Thomas puxa Christian do sofá e o joga no chão. Quando ele encosta em Ella, ele percebe que a mulher está fria. Ele checa os sinais vitais. - Olha, Christian! Sua mamãe está morta.

- Não! Não está! Não pode! - Ele fica doido.

- Percebe que ela está fria? Pobre cadaverzinho...

- Ela está apenas com frio!

- Frio? Nesse calor? Oh, Christian! O que acontecerá com você, agora que você não tem mãe? - Derrick dá uma risada assustadora. - Já que a putinha não está disponível, vou caçar uma lá fora.

Quando ele está próximo à porta, a polícia abre a porta com um rompante.

- Parado! Polícia! - Thomas levanta as mãos. Christian assiste tudo chorando, no canto da sala. - Você é Thomas Lamark?

- Sim, sou eu.

- O senhor está preso por tráfico de drogas e armas, assédio sexual, pedofilia e agressão a sua esposa e filho. Tem o direito a um advogado e tudo que for dito na presença da polícia será usado contra o senhor em um tribunal. - Nesse momento Thomas percebe que está ferrado. Se ele for preso, o esquema de drogas vai cair e ele será um homem morto.

Quando o policial vai colocar a algema nele, Thomas pega a arma do policial e dispara tiros na direção dos oficiais. Os policiais revidam dando 3 tiros, que acertam Thomas no peito, barriga e ombro.

- O criminoso está morto? - Pergunta o delegado que foi baleado no ombro.

- Está, senhor. - Um policial checa os sinais vitais de Thomas.

- Oh, merda! Temos uma criança e uma mulher na sala! - O delegado finalmente percebe a criança no canto. - Qual seu nome, amiguinho?

- Chris...Christian - O menino gagueja.

- Chefe! A mulher está morta. - Ao escutar isso, Christian chora mais.

- Está tudo bem, amiguinho. Meu nome é Carrick. Vou cuidar de você agora. - O menino desmaia. Carrick percebe que ele não come muito, já que está muito magro.

ATUALMENTE

POV CHRISTIAN

Acordo desesperado. Mais um pesadelo. Até quando? Vou até a cozinha e bebo um pouco de água para me acalmar um pouco. Olho para o relógio e vejo que são 04:30 da manhã. Não vou conseguir dormir de novo, então vou para a academia.

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