Capítulo 5

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Hoje é o grande baile, minha mãe inventa coisa né?

O pior é que se meu pai estivesse aqui, era capaz dele ter essa idéia antes da minha mãe.

Acho que eu nunca falei do meu pai pra vocês, então vamos lá.

Meu pai era igual a minha mãe, eles gostavam das mesmas coisas e os dois já eram médicos.

Esse hospital ao principio era do meu avô, porém ele faleceu, aí meu pai herdou o hospital, mas ele faleceu em um acidente de carro... E o hospital agora é da minha mãe.

Meu pai era engraçado, vivia fazendo piadas sem graças.
Muito carinhoso também, vivia nos abraçando e falando que nos amava.

Ele era o melhor pai do mundo, e vocês não imaginam a falta que ele faz.

Desperto dos meus pensamentos quando o novato começa a me chamar.

Ruggero: Karol? Eii -seguro no ombro dela e ela se assusta.

Karol: ah, oi! O que foi? -seco a lágrima que estava escorrendo em meus olhos, isso sempre acontece quando eu penso no meu pai.

Ruggero: você tá chorando? -antes dela responder o Doutor Agustín chega.

Agustin: Dr Pasquarelli e Dr Sevilla, vocês estam escalados pra cuidar do paciente Pedro, ele diz que é vidente, boa sorte pra vocês! -aviso pra eles e saio de lá.

Ruggero: Bom... Vamos?

Karol: pelo visto eu sou obrigada né... Então vamos.

Nós fomos até a sala do paciente, ele parece em boas condições, a aparência dele é boa, bem bonito aliás.

Karol: Bom dia, eu sou a Dr Sevilla e ele é o Dr Pasquarell, nós dois vamos cuidar de você.

Pedro: Você gosta dela não é? -me refiro ao Pasquarelli.

Ruggero: de quem?

Pedro: da Sevilla. -falo como se fosse óbvio.

Ruggero: pra um vidente, você tá prevendo as coisas bem errado.

Pedro: você sente falta do seu pai né? ele tá em um lugar melhor, acredite! -falo pra Sevilla-

Karol: -fico sem palavras- é... Faz as perguntas pra ele e preenche os dados dele pra mim, Novato. Eu vou beber uma água.

Ruggero: ok. -falo preocupado com a reação dela, seus olhos estavam com lágrimas.

Faço as perguntas pro paciente bem rápido e vou atrás dela, pedi pra Valentina olhar um pouco o paciente e ela entendeu.

Até agora não sei o por que eu me preocupo tanto com a Karol.

Subo as escadas do hospital em busca dela e acabo achando uma porta, nem sabia que esse lugar existia.

Essa porta dava pra uma sacada linda, dava pra ver uma parte da cidade.

A Karol estava lá, apoiando seus braços na cerca da sacada e olhando pra vista.

Ruggero: A vista daqui é muito bonita... -ao falar isso ela se vira pra mim e seca as lágrimas.

Karol: como você me achou? -falo e ele vem até a mim, e começa a olhar a vista junto comigo.

Ruggero: não sei... Eu só segui o meu instinto.

Karol: quem tá com o paciente Pedro? -falo com a voz um pouco chorosa.

Ruggero: eu pedi pra Valentina ficar de olho um pouquinho nele...

Karol: como ele sabe do meu pai, novato? -falo e começa a sair lágrimas dos meus olhos.

Ruggero: Não sei Karol, talvez ele viu nos jornais, seu pai era bem reconhecido...

Karol: eu sinto uma dor tão forte... É como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado. -falo chorando.

Ruggero: eu sei como é esse sentimento.

Karol: sabe? -paro de olhar pra visita e olho pra ele, sinto que meus olhos estão vermelhos.

Ruggero: Quando eu estava na faculdade, eu tinha uma namorada -dou um sorriso e sinto meus olhos encherem de lágrimas- Ela era incrível, eu a amava mais do que tudo, até que um dia ela se foi em um acidente... Eu me senti assim, como você está se sentindo agora.

Karol: eu sinto muito... -olho as horas no meu relógio- falta duas horas pra começar o baile. -respiro fundo- Agora eu tenho que colocar um sorriso no rosto e fingir que tudo está bem, sendo que não está! Depois eu vou ter que fazer um discurso parabenizando o hospital, sendo que pra mim, esse hospital nunca vai ser a mesma coisa sem o meu pai. Eu só queria um abraço e alguém que dissesse que vai ficar tudo bem.

Na mesma hora que eu termino de falar o Ruggero me abraça e durante o abraço ele fala "vai ficar tudo bem, seu pai deve estar muito orgulhoso de você"

Karol: Obrigada, novato! -sussurro durante o abraço.

Mônica: Karol? Você tá aí? Precisamos nos arruma... -paro de falar ao ver a cena que eu estava atrapalhando.

Karol: mãe! -me solto do Ruggero.

Mônica: se quiser que eu volte outra hora, sem problemas! -falo já me virando pra voltar pra onde eu estava e o Ruggero me interrompeu.

Ruggero: Não! Eu já estava indo dona Mônica, eu e a Karol só estávamos conversando e... Eu acho que eu tenho que ir me arrumar também pro baile.

Karol: sim! Ele tem que ir se arrumar, e nós duas também mãe.

Ruggero: eu já vou indo. -falo meio atrapalhado e saio de lá.

Karol: não fala nada, só vamos nos arrumar logo.

Mônica: ok! -Me rendo com as mãos.




Sevilla Anatomy. (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora