Bangtan Solidariedade?

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Caminhei pelo corredor enquanto tentava encontrar a casa de banho*. Estou a uns 5 minutos a abrir e fechar portas com  muita vergonha que alguém me veja a saltar por estar aflita. Uma adulta que quando fica aflita saltita para conter-se.

Continuei a expedição e encontrei o compartimento que eu procurava, entrei e fiz o que tinha a fazer. Quando abri a porta para voltar para o corredor encarei uma menina de longos cabelos escuros presos em uma trança, vestida de pijama a olhar para mim.

Meu coração quis acelerar mas eu coloquei a mão no peito para evitar esse efeito; ela estava a segurar um urso, abriu sua barriga donde tirou um telefone muito maior que sua mão segurou-o e começou a digitar.

Ela levantou o telefone, eu coloquei minhas mãos nos joelhos me agachando enquanto ouvi a voz que soou em um inglês robotizado que ecoou na escuridão "Tu és um fantasma?" - eu é que pensei que ela fosse hahaha.

Fiz que não com a cabeça a medida que me agachava até que fiquei da altura dela que parecia caber em um pote de tão pequenina e fofa, toquei de forma leve no seu nariz evidenciando ser feita de carne e osso e sorri. Ela sorriu de volta enquanto digitava... "Tive um pesadelo, não consigo dormir. Posso ficar contigo?"

Eu não sabia como me conectar a wi-fi da casa logo não pude usar o aplicativo que tenho e a Senhora Shiu pela hora estava a dormir ainda e eu nem sei em que compartimento. Também não vou dar uma de maluca a essa hora e ficar abrindo todas as portas da casa haha, seria engraçado mas não o farei!

Fiz que sim com a cabeça novamente e tentei olhar em volta para recordar o caminho por onde vim. Ela me deu sua pequena mão e agarrou o seu urso com a outra e andamos até ao quarto em que eu estava; ela se aconchegou do meu lado da cama e eu fiz um carinho na sua cabeça até ela adormecer.

Minutos depois lá estava eu igualmente adormecida.

***

Acordei com a sensação de estar em um sítio estranho novamente. Olhei em volta e mais uma vez me dei conta da loucura: MEU DEUS! EUVIMPARARNACORÉIA-DO-SUL!

Sorri com esse pensamento e passei a mão no cabelo algumas vezes. Olhei em volta e a menina não estava do meu lado, me estiquei para puxar o relógio da cabeceira e verifiquei a hora: já 07:12? Eu normalmente acordo às 6:30. Assim não vou aproveitar o dia como deve ser, eu tenho de voltar para o hotel para reaver as minhas coisas e ir a polícia reportar o que aconteceu, depois a embaixada angolana ufff.

Demorei uns 30 minutos para me trocar (usei umas roupas que estavam na gaveta como me foi indicado acompanhado dos meus casacos por cima) e desci muito rapidamente. Ham! Sabem o que eu descobri: o quarto em que eu estava é uma suite! 

Afinal não era preciso sair do compartimento para procurar um casa-de-banho*, tinha uma mesmo ali. Deixei o quarto para trás encontrei as escadarias e me dirigi para o andar de baixo.

A medida que chegava aos degraus mais baixos conseguia ter uma visão que ia se amplificando da sala de estar. A casa era grande com muitas portas no andar de cima apenas, o piso de baixo era todo decorado com movéis na cor branca e vários acessórios coloridos e modernos. Um dos trabalhadores sorriu para mim e fez uma vénia e com o seu braço esquerdo fez um sinal para o seguir, por mais que eu não fale a língua todos são simplesmente simpáticos ou educados não sei muito bem mas é muito agradável. Cheguei onde a Senhora Doha estava sentada à mesa com um senhor de cabelo aparado na cadeira ao lado tentando fazer a menina de ontem a noite comer.

A menina  olha para mim e sai da mesa para me abraçar. Os dois adultos se entrolham e  levantam para me cumprimentar, já constatei que os coreanos não são muito de ter contacto físico, o máximo de contacto físico foi agora um aperto de mãos  que recebi do Senhor que "acho que é marido" de Senhora Doha - uma das lições da minha professora Joana foi essa: não imponha contacto físico. A Senhora Doha me perguntou porque eu não a havia contactado assim que pisei no país eu apenas respondi que não queria incomodar - ela fez sinal para eu me sentar a mesa. 

A estagiária da Big HitOnde histórias criam vida. Descubra agora