Girassol

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Essa história é originalmente escrita por  linhocas

Dedicado pra Bia que sempre me incentivou pra esse momento acontecer.

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Eu nunca fui uma pessoa de muita espontaneidade. Tudo na minha vida sempre foi super programado desde que me entendo por gente. E isso com certeza veio da minha mãe, se dependesse dessa mulher até minhas papinhas tinham sido com horário marcado, se é que não foram.

Minha rotina é simples, mas bem organizada. Durante os dias de semana eu acordo cedo, faço uma copper simples pelo quarteirão, volto para casa e tomo meu banho, me visto, tomo café da manhã e vou para o trabalho, que no caso é na minha sala já que trabalho para uma editora e tudo que tenho que fazer é ler livros. Normalmente almoço com Rafa e Victor em qualquer lugar e volto para casa. Faço mais exercícios durante a tarde, janto e cama.

Nos finais de semana a rotina é basicamente a mesma, tirando que aos sábados sempre arrasto meu corpinho para uma balada qualquer com meus amigos. 

Bem, o diferencial de hoje é que às 8:00horas da manhã de um domingo, estou contra a minha vontade logicamente, sentada num banco de um parque qualquer em Floripa enquanto o cachorro de Rafa, meu melhor amigo, corre solto. O caso é que, Rafael viajou para conhecer a família do namorado e hoje é o dia de levar o Billy no parque, como estou de babá, sobrou para mim.

Odeio sair da minha rotina, fico irritada e cansada. Graças aos Deuses Rafa volta hoje.

Estava quase dormindo no banco do parque quando algo me chamou atenção. Uma garota. Ela carregava uma cesta de girassóis e entregava a flor para cada um que cruzava seu caminho, cumprimentava as pessoas e elas as cumprimentavam de volta, como se todos já se conhecessem, parecendo estarem em um filme dos anos quarenta onde todos são simpáticos e amigáveis com estranhos. Me chama atenção uma senhora dizer para ela "Girassóis? Está feliz hoje?" que apenas assentiu. Parecia totalmente normal e costumeiro aquela garota lhes entregando flores. O cenário se encaixava perfeitamente, o ato de gentileza, combinando com o sorriso que era dado e recebido e o ar leve de um dia bonito, tudo isso até Billy sair correndo na direção da menina dos girassóis, derrubando todas as flores.

–Meu Deu, Billy! - Exclamo me aproximando do cachorro e da garota, que termina de colocar os girassóis na cesta novamente. - Mil desculpas, esse cachorro é um desastre.

–Tudo bem, nós dois somos, não é mesmo Billy? - Ela se abaixa afagando os pelos do cachorro que logo começa a abanar o rabo, como se já a conhecesse. - E você, quem é?

–Como assim quem sou eu? Quem é você? - Dou ênfase na segunda pergunta e ela apenas ri.

–Alguém acordou de mal humor. Toma. - Ela pegou um girassol, entregando-me. - Não importa o que esteja de errado na sua vida, lembre-se que o girassol aprendeu a sorrir com o Sol e por isso é forte. Hoje você é o girassol.. - Sem nem perceber deixo escapar um sorriso. - E eu sou o Sol. - Ela começa a afastar-se indo na direção oposta a minha. - Seja o Sol de alguém também - Ela diz andando de costas para poder me ver e pisca de um olho só. - Tchau Billy, até semana que vem garoto.

Ela se vira e segue seu rumo entregando as flores para quem quer que passasse.

  – Garota louca - Falo sozinha. - Vamos Billy, chega de parque por hoje.

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