Sim eu senti

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Oi amores perdoem ter sumido, deu ruim no meu computador, mas vou tentar trazer pelo menos uma att por dia.

All the love

***

Oito e meia da noite e eu estava dirigindo para o extremo oposto da cidade. Sem nunca ter vindo para esses lados e estava com medo porque:

a) Poderia me perder.

b) Poderia ser assaltada ou sei lá.

c) Não tinha absolutamente ninguém nas ruas.

O que é muito estranho já que é relativamente cedo para tudo já estar fechado em plena sexta-feira.

Segui por mais uns vinte minutos até que entrei em uma rua bem mais movimentada, onde  vários barzinhos e boates ao longo da mesma estavam abertos e pareciam bem agitados. Haviam pessoas sentadas nos cordões cantando músicas velhas e meninos caçando meninas para dar uns amassos em qualquer poste. Perecia que toda a movimentação do bairro se encontrava única e exclusivamente naquela rua.

Achei um lugar para estacionar relativamente perto de onde Gabriela havia pedido para encontra-la. Olhei em volta pelo vidro do passageiro e nada. Saltei no banco ao ouvir três batidas na janela ao meu lado, mas meu coração se acalmou ao ver que era apenas a garota das flores.

- Te assustei, minha flor? - Ela perguntou assim que eu desci do carro, trancando-o em seguida.

- Muito. - Ela ria.

- Você está linda.

- Obrigada, você... - A olhei de cima a baixo. -...Está maravilhosa. - Ela sorriu em agradecimento pelo elogio. - E se eu soubesse que estaria tão arrumada teria me ajeitado um pouco mais.

- Você está ótima.

- Não tanto quanto você, - Ficamos nos encarando por alguns segundos, ambas com sorrisos bobos nos lábios. - mas porque você me chamou pra vir aqui? Pretende me embebedar em algum desses bares é?

- Não! - Começamos a andar em uma direção guiada por ela. - Você precisa de um bartender, não é?- Perguntou ela antes de pararmos em frente a um homem de preto que guardava uma grande porta preta também, um segurança. O homem carimbou algo a sua mão e em seguida fez o mesmo na minha, tudo sem perguntar nada. Apenas nos deixou passar pela porta que nos levou direto a uma escada. - Muito bem, - Segura a minha mão. - hoje você vai conhecer o melhor do mundo.

Antes mesmo de chegarmos ao fim da escada eu já podia ouvir a música alta que indicava ser uma boate. As luzes piscavam e o lugar era relativamente escuro, mas com muitas coisas em neon. Uma mistura do sexy dos anos sessenta, o brilho dos anos setenta, o neon dos oitenta e a pegada rock, escura e hipster dos anos noventa. As paredes eram grafitadas do teto ao chão e penduradas nelas haviam várias frases de efeito e quadros esquisitos.

Gabriela segurou firme em minha mão para guiar-me por meio da multidão dançante antes que nos perdêssemos. Havia um aglomerado de pessoas em um canto central que davam gritos de comemoração, como se estivessem assistindo ao melhor jogo de futebol. E foi para onde Gabie nos guiou. Quando nos aproximamos ela foi passando por meio de toda aquela gente, para então ficarmos em frente ao bar do lugar, que todas as suas luzes apagadas.

- Porque estamos olhando para um bar escuro? - Pergunto perto de seu ouvido por conta da música alta.

- Você já vai descobrir. - Disse ela enquanto passava um de seus braços possessivamente pela minha cintura, mantendo-me firme ao seu corpo.

- Okay. - Assenti e ela voltou a olhar para frente. Só deixei de olhar para Gabriela quando várias luzes começaram a piscar no bar e as pessoas ao redor começaram a gritar em excitação, chamando a minha atenção. Junto as batidas de uma nova música um garoto surgiu no bar, ele era moreno e vestia uma camiseta branca colada ao seu belo corpo. Ele também tinha desenhos em tinta neon por sua pele, e todos tinham os olhos presos nele. O garoto brincou com as bebidas, copos e coqueteleiras, tudo conforme a música e sem deixar de dançar nem um minuto sequer. As pessoas aplaudiam e gritavam a cada movimentou dele ou drink novo que ele deixava sobre o balcão. Todos pareciam entretidos e super encantados com suas habilidades, mas seu número teve fim após duas músicas. Porém antes de sumir do holofote, ele deixou várias bebidas que brilhavam como neon. O lugar logo voltou a ser tomado por outros funcionários normais. As pessoas fizeram um coro em desaprovação quando o moreno sumiu e o DJ, do outro lado do lugar disse em seu microfone que mais tarde ele voltava fazendo as pessoas dispersarem para a pista de dança.

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