A volta

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Quando a Anna entrou eu fiquei parado na frente da casa dela por um bom tempo, não sabia muito bem o que tinha acontecido, mas sabia que tinha exagerado. Ela só tinha 16 anos, e ela estava afim de um dos moleques do terceiro. Estava sentindo que tinha me aproveitado da situação.
Resolvi voltar para casa quando ela me mandou mensagem. Eu estava na metade da ponte parado quando ela me convidou para a casa dela.
-Menina, não brinca assim comigo, você não pode confiar em qualquer- falei para mim mesmo.
Não sei o que estava acontecendo comigo, raciocinando eu não estava.
Se alguém visse? Se alguém descobrisse ?
Respondi ela, eu tinha que voltar, mas ela estava me pedindo, é claro que coloquei na minha cabeça.
-você não vai fazer nada, como professor você é obrigado a cuidar dos seus alunos, ela está sozinha em casa, se algo acontecer com ela? Nunca iria me perdoar.- falei para me incentivar a fazer o certo. Me virei e caminhei em direção a sua casa, repetindo para mim mesmo que nada aconteceria.
Em menos de cinco minutos já estava na porta dela. Ela abriu toda linda, estava com um pijama de panda, de shortinho e uma blusinha.
Calma, isso não é pra você, você está aqui para ajudá-la, protegê-la.
-Então? Onde está meu suco?
Ela sorriu.
-Entra.
Eu entrei na casa da Anna, o engraçado é que não era uma casa tradicional japonesa, tinha fotos dela e da família por quase toda casa. A sala era clara, com tons cinzas.
-vamos para a cozinha, tudo bem?-ela falou.
Na cozinha não era muito diferente, os moveis eram pretos com brancos, observava tudo atentamente, até que ela me entregou um copo com o suco de uva.
Ela levou mesmo a sério, ri comigo mesmo.
-o que foi?
-Cadê o meu brigadeiro ?
Ela me olhou rindo também.
-e se eu falar que comi tudo?
-eu vou ficar muito bravo com você.
-sério?
-claro, só voltei pelo brigadeiro.-eu falo provocando.
-serio? está aqui .
Ela me entregou a panela.
-então quer dizer que quase não sobrou pra mim é?
-tá reclamando é?eu posso comer tudo sozinha.-ela pegou a panela , tirando perto de mim.
-ei, isso é meu.
-não é mais não .
Eu consegui sujar meu dedo na panela e de raiva passei o dedo no nariz dela. Ela ficou brava e começou a pegar da panela e passar em mim também.
Não sei quando aquilo começou, mas eu não poderia perder pra ela.
Em um dos momentos ela errou e acertou o brigadeiro na minha boca.
Em um movimento involuntário eu chupei o dedo dela. Ela logo puxou o dedo pra si mesma e a brincadeira acabou.
Merda!
-desculpa.
-não, tudo bem.-ela fala constrangida.
-eu posso ir embora.
-não precisa, além do mais você sair assim todo sujo de brigadeiro vão achar que você é um louco.-aquilo me fez parar, ela quer que eu fique?
-verdade.-digo sério.
Ficamos um bom tempo em silêncio, eu queria que ela voltasse a falar.
-já falou que gosta do cara ?
-o que?
-o cara que você tá afim, já falou ? Eu aposto que é aquele que joga futebol o... só lembro o apelido Tae.
-nada disso, não falei e não é o Tae. É alguém mais maduro.
-maduro?
-e alguém que é mais velho, bem mais velho... alguém divertido.
-entendo...
Ela estava olhando para a minha boca, eu já estava ficando aflito.
-tem algo na minha boca?
-não -ela falou em um pulo. Mas continuou olhando para minha boca, ela até mordeu os lábios .
-voce tem brigadeiro ai.-indiquei a pequena mancha de brigadeiro perto da boca.
-tira pra mim?
Porra ela tava pedindo demais.
Passei o meu dedão pelos lábios dela, ela me olhava com tanta intensidade que eu não resisti.
Eu tive que beija-la.

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