Não dou bola e saio da sala, pois se eu ficasse aquela vaca iria sair daqui com aquele nariz postiço dela sangrando.
Sigo em direção ao elevador, não consigo parar de pensar na cadela siliconada, mas como não posso fazer nada, penso em outra coisa. Se eu ficar remoendo, isso não vai prestar.
O elevador demora a chegar, quando percebo Matt está do meu lado.
-Oi princesa, achei que já tivesse indo embora. - Matt fala
- Eu ia, mas precisei passar na sala do Gabriel primeiro. Ele estava lá com uma mulher muito estranha. Ela tem cabelo castanho e da pra ver a quilômetros que é cheia de plástica. Você conhece?
- Acredito que sim, se for quem eu to pensando ela é Cassidy Sparks, a gerente do RH. Cuidado ela é um porre, a Lisa fala que ela vive a incomodando. – Ele fala quase sussurrando em meu ouvido.
-Ela parece ser uma vaca. – digo rindo
O elevador chega, eu e Matt entramos, começo a sentir meu pé direito latejar no salto, é o pé que eu torci na escada pela manhã. Olho para ele e vejo que está consideravelmente inchado. Dou um abafado gemido de dor e acho que Matt percebeu.
- O que foi princesa? Você está bem? –Matt me pergunta com uma cara de preocupado.
- A Matt não foi nada, apenas meu pé que eu torci na escada está me incomodando. - Digo sem dar muita importância.
-Como assim, Você torceu o pé e não ta dando importância para isso. Deixe me dar uma olhada nisso. -Matt fala ainda mais preocupado.
- Não precisa Matt, não é nada.- falo envergonhada.
-Eu insisto. - Matt se abaixa e tira meu sapato do pé.
-Seu pé está bem inchado e vermelho, você deveria ir ao médico colocar uma tala, mas como sei que não fazer isso, ao menos coloque gelo para desinchar.
Bem na hora as portas do elevador se abrem, e Colin entra no elevador se deparando com Matt abaixado olhando meu pé e eu corada.
-Estou interrompendo algo? -Colin pergunta de forma sarcástica.
-Elena torceu o pé, estou tentando convencê-la a ir ao médico. - Matt fala se levantando.
- Como que você vai pra casa Elena?- Colin me pergunta com um olhar diferente, quase parece ser preocupação.
- Eu vou de ônibus, porque pergunta?- falo sem entender a pergunta.
-Não vai mais, você ira comigo. Já está tarde, sem contar que é perigoso uma “bonequinha indefesa” com a patinha machucada andar por ai sozinha. - Colin fala me olhando muito sério. Tão sério que devo ter ficado alguns segundos o encarando.
- Não precisa roqueirinho, eu sei me virar sozinha. - falo o mais firme que consigo, mas meu pé está doendo muito e solto um gemido de dor.
-Elena, não estava te perguntando. E é falta de educação recusar uma carona. - Colin fala me encarando.
- Princesa acho uma boa você ir com Colin, somente hoje, pois você esta machucada.- Matt fala me olhando com um olhar doce.
Fico parada pensando.
-Princesa, por favor aceita. O Colin não morde. - Matt fala me olhando.
- Depende. - Colin fala me encarando.
Fico sem reação
- Estou brincando “bonequinha”, mas você ira comigo sim. – pelo jeito não tenho escolha, e a cara que ele ta fazendo quase me da medo.
- Que bom tudo certo então. Colin só não esquece que tu vai me levar hoje também, porque minha amada moto esta no concerto. - Matt fala nos interrompendo e fazendo uma cara de desejo ao lembrar-se de sua moto.
- Matt calma, daqui a pouco você ta babando pensando em sua moto.- Colin fala.
Eu fico quieta no meu canto, se não logo pode sobrar pra mim.
- E você Elena, dirige algo?- Matt me pergunta.
Sabia que ia sobrar pra mim
- Bom eu sei dirigir carro e moto, mas hoje não tenho nenhum dos dois. Até pretendo comprar algo em breve. – digo sem dar muita importância.Seguimos até a garagem que fica no subsolo da Carter, e Colin para em frente a uma caminhonete preta, bem bonita por sinal.
Seguimos até minha casa, que na verdade é um prédio bem simples com uma aparência meio desgastada, fica numa região, que não é valorizada na cidade e que pode ser considerada meio perigosa.-Bom eu moro aqui, muito obrigada por me trazerem. – digo saindo do carro sorrindo.
- Até amanhã rapazes. – falo me despedindo.
Entro em meu apartamento, fecho a porta e jogo minhas chaves em uma porta chaves que tenho em cima de minha escrivaninha. Um sentimento de saudade e tristeza toma conta de mim, mas seguro minhas lagrimas e vou até a geladeira ver se tem algo pra comer. Acabo fazendo um macarrão instantâneo e pego uma garrafa da água, tomo um remédio pra dor, me sento em meu sofá da sala e como meu jantar.
Quando vou me deitar à cama começo a pensar em meu passado e tudo que já passei e lembro-me das ultimas palavras dela “viva sua vida”. Mas rapidamente afasto esses pensamentos pegando meu celular, checando minha agenda e verificando se o despertador já está armado. Coloco o celular na cômoda e me preparo tanto fisicamente quanto psicologicamente para mais um dia de cão, to sentindo que amanhã será um tanto quanto desgastante.Desperto com o som irritante de um despertador tocando em minha cômoda, contenho a vontade que tenho de jogá-lo pela janela. Levanto e vou em direção ao banheiro, faço minha higiene matinal e decido tomar um banho.
Deixei que a água caísse sobre meus ombros enquanto lavo meus cabelos pensando em como fui afetada ao longo dos anos, e de quanto derramamento de sangue já presenciei. Por incrível que pareça, agradeço pela rotina entediante que tenho isto faz com que me sinta uma pessoa normal, não que eu não seja normal, mas digamos que já sou calejada, e nem sempre tive opção de escolher um lado.
Não é fácil quando sua cabeça pode estar a premio em minutos, hoje um dilema me corroe por dentro. Devo ir atrás de quem acabou com minhas esperanças? De quem acabou com... Deixa quieto, não pensarei nisso agora e não to afim de arrumar mais problemas para minha mente.Visto-me, pego meu material de trabalho , fecho a porta de casa e sigo para mais um dia de trabalho...
Chego à Carter, comprimento a lisa e combinamos de almoçar juntas em um restaurante perto da empresa. Subo para meu andar e deixo minhas coisas em minha mesa e percebo que moreno com cara de badboy não chegou ainda. Então sigo para sala do meu gerente para pegar um novo projeto.
Bato na porta e ao escutar um entre abro a mesma.
-Bom dia Senhor Simons.
-Bom dia Elena, já pedi para que me chame apenas de Gabriel.
-Ok, senh... Gabriel vim aqui pegar o novo projeto, - digo o encarando
- Certo, esse projeto é de grande porte acredito que levara até o fim da semana para ficar pronto.- fala me encarando com um “Q” de malicia em sua voz, mas devo estar imaginando coisas.
- Do que se trata o projeto?
- É sobre a revitalização de um centro comercial em ambiente aberto, porém o cliente quer que o mesmo adquira um conceito natural.- apenas escuto tudo atentamente e ao que tudo indica este é um projeto bem audacioso e complexo.
-Sei que vocês darão conta, são os mais aptos para tal nesse setor. - Gabriel fala com um leve sorriso de canto.
- É isso? Mais algum detalhe?- digo mantendo uma postura firme
- Sim senhorita, e peço que dêem inicio o mais rápido possível.
Quando vou me virar pra sair ele fala.
- Elena, dêem o melhor de vocês pois esse projeto foi solicitado diretamente pelo Carter... É isso pode ir.Pelo visto eu e Matt teremos uma longa semana...
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Is it love?...lady of the night: unknown temptation
Romance+18- leia por sua conta em risco Elena teve uma criação diferente das outras, onde a mesma sempre teve esperança de conseguir mudar. Elena sempre viveu em isolamento, foi treinada para não sentir nada. quando consegue uma brecha para mudar sua vida...