PRISON // niall horan

Capítulo 30 - Parabéns!

{Boa leitura. ♡}

"É melhor parar, não é?" Murmurou, depois de separar os nossos lábios e deu-me um sorriso torto. "Eu não quero que te arrependas disto."

Ao ouvi-lo dizer aquilo, finalmente tomei consciência do que estava a fazer. O que me passou pela cabeça? Era suposto ser apenas um último beijo e tornou-se em muito mais.

Subi o meu tronco, ficando sentada na minha cama.

"Eu.. Huh... Tens razão." Murmurei e fechei o meu fato. "Desculpa."

"Tudo bem." Ele confortou-me e pegou na parte de cima do seu fato.

"Eu... Oh meu Deus!" A voz de alguém soou, através das grades. Ambos olhámos para onde vinha o som. Como é claro, era Melanie. Ela aproximou-se. "Vocês...? Oh meu Deus!" Desta vez, ela parecia ainda mais entusiasmada do que das outras vezes em nos apanhou a beijarmo-nos. "Meninos," Ela começou, sussurrando. "eu deixo-vos beijarem-se, porque vocês sabem que eu adoro estas coisas... E não era suposto deixar. E agora... Oh meu Deus! Vocês têm de ter mais cuidado! Podia ter sido outra pessoa a aparecer! E se algum dos outros prisioneiros vos ouviu? Eu não acredito que vocês fizeram... Aquilo!" Ela riu, entusiasmadamente. A Melanie estava entusiasmada e, ao mesmo tempo, preocupada.

"NÃO!" Eu e Niall dissemos em uníssono.

"Nós não fizemos... aquilo." O meu companheiro de cela esclareceu.

"Oh, graças a Deus!" A nossa supervisora falou. É impressão minha ou ela está mais religiosa hoje? "Vocês não sabem os problemas em que me podia meter, se alguém descobrisse." Ela suspirou, mas acabou por rir, depois. "Ah, já agora, tomem o jantar."

Niall - que já se encontrava totalmente vestido - foi até às grades e pegou nos nossos tabuleiros. Melanie deixou-nos, uns segundos depois, pronunciando um "Portem-se bem", seguido de um piscar de olho.

Para dizer a verdade, ainda estou a tentar processar o que aconteceu nos últimos minutos. Não sei como me devo sentir em relação a tudo isto. Acho que eu e Niall somos amigos. Apenas amigos. Sem beijos. Ou algo mais. Apenas amigos.

"Niall?" Chamei-o, enquanto ele pousava um dos tabuleiros em cima da minha cama.

"Hm?"

"Nós somos.. amigos, certo?" Perguntei, puxando o tabuleiro para o meu colo.

"Bem... Huh.. Sim, eu acho que sim." Pela sua hesitação, pude perceber que ele estava tão confuso como eu. Quer dizer, quem não ficaria?

Ele preparava-se para ir para a sua cama, mas eu agarrei a sua mão. Tentei ignorar os arrepios e puxei-o para se sentar na minha cama.

"Huh.. Senta-te." Larguei, rapidamente, a sua mão. "Isto é, se quiseres comer aqui, claro."

Ele sorriu-me e sentou-se à minha frente.

"Eu não quero que..." Ele tossiu, para clarear a voz. "Tu sabes... Isto fique estranho entre nós."

"Certo." Murmurei, começando a comer.

E acabámos a comer, enquanto conversávamos sobre as habituais coisas aleatórias. Sem hesitações. Apenas sendo honestos um com o outro. Sem embaraços. Afinal, éramos apenas nós. Apenas dois companheiros de cela, que acabaram por cair num poço demasiado profundo. Mas chegámos ao fim desse poço hoje. Ou assim achava eu.

*

"Olivia?" Niall chamou-me, com a sua voz angelical.

"Sim?" Respondi, virando-me para ele.

Os seus olhos rapidamente reconheceram os meus e ambos sorrimos.

"Tu achas que... Huh... Eu posso dormir aí?" Pediu e eu apressei-me a dar-lhe uma resposta positiva.

Ele saiu da sua cama e veio até à minha, tropeçando nos seus lençóis pelo caminho. Abri os lençois para ele puder entrar e ele assim o fez.

"Já tinha saudades disto." Ele murmurou, fazendo-me olhar os seus olhos e tentar perceber a que é que ele se referia.

"De dormir comigo?" Falei, numa tentativa horrível de adivinhar em que é que ele estava a pensar.

"De ter um pouco de paz." Ele sorriu-me.

E acabámos por adormecer abraçados, depois de trocarmos um "Apenas um abraço de amigos" e um "Certo".

*

Niall's POV.

Acordei sobressaltado ao ouvir a minha companheira de cela gritar.

"O que aconteceu? Está tudo bem?" Questionei, verdadeiramente preocupado, enquanto a pressionava contra o meu peito para a tentar acalmar.

"Sim." Ela ofegou. "Agora sim." E enrolou os seus braços fortemente, à volta da minha cintura.

"Tiveste um pesadelo?" Murmurei, percorrendo os seus caracóis com os meus dedos esguios.

Ela assentiu contra o meu peito. "Aranhas."

Não pude evitar um pequeno riso que se escapou pelos meus lábios. Ela deu-me um pequeno murro no peito e, logo de seguida, voltou a enroscar o braço na minha cintura.

"Eu tenho mesmo medo de aranhas." Resmungou, contra o meu pescoço, fazendo-me arrepiar.

"Foi apenas um pesadelo, descansa." Confortei-a, afagando o seu cabelo. "Será que já passou da meia-noite?"

"Provavelmente." Respondeu-me. "Desculpa ter-te acordado."

Rapidamente, nego com a cabeça.

"Não faz mal. Na verdade, ainda bem que acordámos." Disse-lhe, honestamente.

Ela afastou o seu rosto do meu peito e encarou-me, com uma expressão confusa.

"Parabéns!" Murmurei, mostrando-lhe o meu maior sorriso.

"Oh, é hoje?" Ela indagou, com o fantasma de um sorriso nos lábios e eu beijei-lhe a testa.

Assenti, depois de voltar a olhar os seus olhos. É incrível como, depois de quase duas semanas, eu continuo a sentir sempre aqueles arrepios, quando a olho nos olhos.

Consegui perceber que as suas maçãs do rosto ganharam um tom rosado, mesmo no meio do escuro.

"Chama-me egoísta, mas queria ser o primeiro a dar-te os parabéns." Ri, desviando uma madeixa do seu cabelo para trás da sua orelha. "Aposto que a Melanie está a planear acordar-te enquanto canta os parabéns."

Ela sorriu-me como um "Tens razão" e depois, falou: "Na verdade, o primeiro a dar-me os parabéns foi o meu pai."

Ambos rimos com a sua conclusão.

Estou ansioso para ver a sua reação quando receber o meu presente. Bem, quer dizer, o presente da Melanie.

"Não tenho sono." Resmungou, escondendo a sua cabeça no meu pescoço.

"Eu também não." Disse-lhe, sabendo que estou a mentir. Na verdade, estou a morrer de sono, tendo em conta que não dormi, durante esta semana. Apenas dormi duas ou três vezes, quando fui ao pátio, encostado à Melanie e, mesmo assim, estava sempre a acordar. Mas não quero que ela se sinta obrigada a dormir por minha causa.

"Tens sim." Ela retorquiu, largando a minha cintura. Fiquei triste por ela me ter largado, mas é bom ver como ela já me conhece tão bem. "Dorme." Ordenou, rindo.

"E tu? Vais ficar acordada a olhar para o teto?" Perguntei, rindo com ela.

"Não." Abanou negativamente a cabeça. "Vou ficar acordada a olhar para ti. Quer dizer, está na altura de eu fazer um gesto fofo nesta nossa amizade estranha."

Não pude deixar de rir com as suas palavras. Oh Deus, eu estou tão apaixonado por esta rapariga.