Hanna ♧16

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{Esse capítulo será no ponto de vista de Hanna. Pessoas sensíveis favor não ler.}

Birddie e eu éramos inseparáveis quando tínhamos 12 ou 13 anos, ela foi a primeira garota que senti algo, provavelmente a única que realmente senti algo verdadeiro. Éramos carne e osso. Eu a amava sem nem mesmo saber o que era amor, doía ficar longe dela, doía.
Vivia na casa de sua mãe, já que ela divorciada de seu pai e os meus não davam a mínima, ela era simpática e graciosa, me tratava como se fosse uma filha. Depois do colégio íamos para sua casa, dormia lá e p praticamente passava o maior tempo da minha infancia lá. Seu quintal era cheio de histórias: Meu primeiro beijo e meu primeiro "Eu te amo", todos com a Bernadette.
Um dia, seu pai nos convidou para passar as férias num acampamento incrível! Ele tinha um chalé revestido de madeira, haviam lagos em volta e tinha lugar para acender fogueiras, poderia ser melhor?

Então foi assim, os primeiros três dias ele era o melhor pai do mundo, me tratava como se fosse filha, depois...
Tinha coisas que não entendia na época, como:

Por que ele me observava tanto quando estava de bikini? Por que quando fazia cócegas sua mão insistia em passar onde não deveri?Ou por que quando tomava banho ele sempre "Abria o porta sem querer"?

Até que chegou em 14 de julho, já estava dormindo no quarto de visitas - Era onde eu e Bernadette dormiamos - Quando escuto gritos finos, era a voz de Birddie, ela pedia para parar, dizia que não aguentava mais, que doía. Pensei que tinha se machucado, corri atrás de onde vinha o barulho: Era do quarto de seu pai. Abro a porta rapidamente, o que eu tinha visto era inesquecível, nem com terapia tirei aquela imagem de minha cabeça. Foi aí que vi monstro que ele era, ele me puxou, enquanto a Birddie estava desmaiada ao meu lado. Fez o mesmo que tinha feito com ela, e doía muito, minha lágrimas pareciam não adiantar e meus gritos só pioravam.
Quando amanheceu, ele fingiu que nada havia acontecido. A Bernadette estava estranha comigo, tentava falar com ela e fingia como se não me conhecesse. Quando ela olhou fundo nos meus olhos e disse "Você não pode contar isso para ninguém, ele é meu pai."
Desmoronei em lágrimas,raiva, como ela era capaz de fazer isso comigo? Me senti culpada por anos e a única pessoa que me mostrou que eu fui vítima, que é certo pedir ajuda foi a Aurora. Eu sofri por anos calada, mas hoje não me calo mais.

Eletric HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora