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Já era quatro da madrugada e eu teria que ir pra faculdade as sete da manhã, david me buscou no domindo sete horas da noite, oque eu posso dizer? A muito tempo eu já percebi que david não é flor que se cheire, eu me deixei levar por um garoto lindo e gentil no primeiro dia de faculdade, oque se pode esperar de um menino carente de amor e carinho? Até hoje eu me mantenho afastado dos meus colegas de classe, eles estavam ali porque era o sonho deles, então estavam todos sorridentes enquanto o professores falavam da materia, mas pra mim era um pesadelo, eu tinha que fazer o dobro de esforço pra estudar, ou seja, eu não me encaixava ali, eu me sentia muito melhor perto de david, derek e o povo de fotografia, eu daria de tudo pra me transferir de faculdade.

Olho pro lado de onde eu estava deitado e lá estava david deitado ao chão do meu lado, onde estavamos? Eu não sabia, eu só segui ele e aqui estava eu, eu me sentia a cada dia mais no fundo do poço, meu coração queria que eu fosse embora dali, mas meu cerebro e meu corpo não queriam levantar dali, david pega minha mão e entrelaça nossos dedos, eu não olho pra ele, continuo a olhar pro lindo ceu daquele jardim.

- Preciso ir david – digo pra ele sem mover um musculo.

- Porque? – pergunta ele do mesmo modo.

- Daqui a três horas eu tenho aula – digo soltando de sua mão e tentando me levantar.

- Aé, tinha me esquecido – diz ele rindo e me ajudando a levantar, ele já estava acostumado.

Fomos pro carro sem nos despedir de ninguem já que estava todo mundo caido em algum lugar dormindo, pra falar a verdade eu não conheço ninguem ali, eram pessoas muito estranhas, eu praticamente não conseguia parar em pé sozinho, só naquela madrugada eu usei três tipos de droga, e enquanto eu usava eu me perguntava oque eu fiz da minha vida, eu vejo pessoas criticando, falando que é só a pessoa parar se não quiser, mas nada é tão facil assim, eu sei que eu poderia escolher da primeira vez, mas depois daquilo virou dependencia, eu quero, MAS É DIFICIL PARAR, nunca julgue oque você nunca passou.

David me deixou no meu dormitorio e então eu tomei um banho e tomei um café sem açucar, bem forte, arrumei minhas apostilas dentro da mochila, deito na cama e espero dar o horario, o sono não veio de jeito nenhum, eu estava trastornado, dando seis e quarenta eu vou pra faculdade, quando eu entro todo mundo para e me olha, eu me arrasto até a cadeira do fundo, abaixei a cabeça pra não olhar para ninguem.

- Bom dia, vamos pegar a apostila de anatomia hoje – diz o professor entrando na sala, eles faziam assim, faziam a gente carregar todas as apostilas e só escolhe dentro de sala qual irá usar no dia.

- Jason? – chama ele com a voz grave me dando dor de cabeça.

- Oi? Desculpa – digo me ajeitando na cadeira.

- Dizem que ele anda com o grupo do david – escuto alguem sussurrar.

- Qual david?

- O de fotografia, aquele que fica fumando maconha na porta da faculdade.

- Urrum! Vamos começar, abram onde nós paramos – diz o professor.

Eu não conseguia olhar pro lado, eu sabia que o cuchicho vinha de lá, passei o resto das aulas com a postura reta e sem desviar o olhar pra nenhum lugar, no final esperei que todo mundo saisse da sala para eu sair.

Eu estava andando pelo campus e me vi em uma parede espelhada de uma cafeteria, meus ombros estavam baixos e eu tinha olheiras fundas e pretas, minhas roupas estavam largadas pelo meu corpo parecendo que eu nem tinha tomado banho, eu estava acabado.

Continuo a andar mas dessa vez de cabeça baixa, esbarrei em duas pessoas e derrepente eu escuto um grupo de pessoas rindo, eu olho pra frente e e era o grupo de derek, eles estavam rindo de um amigo que tinha tropeçado, e eu sabia pra onde eles estavam indo, eles estavam indo pra sala escura onde revela as fotos, em alguma hora derek desvia o olhar e acaba encontrando o meu, eu levanto a mão e aceno sorrindo, mas ele faz uma expressão triste e magoada e não me responde de volta, ele se volta pros seus amigos e continua a conversar, tiro meu celular rapido do bolso e mando uma mensagem.

Você:
Derek?
Enviada as 15:30.

Olho pra ele e ele nem tira o celular do bolso, só ignora.

Cego pelo vício (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora