Daniela
O Edu veio falando comigo a respeito do tio dele, fiquei sem entender, é como se ele estivesse me empurrando pra cima do Rodrigo, mas de certo, ele nunca que olharia pra mim assim, e eu o considero um grande amigo, jamais estragaria alguma coisa, sem contar que... o que ele pensaria de mim? Nem olhei o celular pra ver se ele tinha me chamado, achei melhor dormir e pensar melhor outra hora.
No dia seguinte fui pra empresa, passei o tempo todo vasculhando uma filial que posso estar enganada está faturando tudo com tributação errada, tá dando prejú pagando imposto a mais, quando fui chamada pra ser caixa prestei atenção em cada detalhe pra não emitir nada errado, mas nem todo mundo é assim... mal comi, me empolguei tanto que esqueci da vida, sai do transe com o Edu na porta me chamando pra ir embora, pensei em já mostrar pra ele, mas prefiro ter certeza primeiro, não confio muito apenas nesses documentos aqui, quero olhar algumas notas, mas eu precisaria ir pra lá ou eles me enviarem por e-mail, ahhh quer saber por hoje chega
Quando estamos no carro olho o meu celular, 15 chamadas perdidas do Rodrigo, o que aconteceu? 1 SMS "me ajuda", liguei pra ele na hora, mal ouvia a sua voz quando atendeu, apenas uns grunhidos, fomos pra lá direto, dentro do carro tinha uma chave da porta pra casos de emergência, no que entramos encontrei ele na cama, estava delirando de febre, colocamos ele de cueca embaixo do chuveiro frio, me molhei inteira o ajudando a ficar embaixo d'água, o Edu voltou com o termômetro, com o banho ficou em 38,5°, não achamos nenhum remédio nessa casa, fiquei ao lado dele passando pano molhado enquanto o Edu buscava um remédio, eu já estava pensando em levar ele num hospital, ele olhou em minha direção e sorriu, estava voltando a consciência, com o remédio foi abaixando, deixei o Edu com ele e fui fazer uma sopa, qualquer coisa assim, só achei algumas frutas na geladeira, nada pra cozinhar direito, ele tinha a mania de comer fora, não gostava de cozinhar só pra ele, fiz o que tinha, uma vitamina de banana com leite e um pouco de mamão, ia ter que ir ao mercado depois, fiz ele tomar tudo, devia ter ficado ruim já que ele fez careta, mas não importa, tentei convencer ele a ir ao hospital depois que ele lavou o chão em vômitos, ele não queria de jeito nenhum, nessa hora me lembrei de algo que minha mãe fazia
- Rodrigo, você quem escolhe, ou vai no médico por bem ou então vai amarrado e ainda apanhando
- Quero ver você conseguir
- Não duvida – no que eu ia continuar a falar ele se torceu no meio vomitando e pelo que olhei a cueca também... já acho que até sei o que é isso...
Depois de brigar com ele, ajudar a tomar outro banho, colocar uma roupa e entrar no carro chegamos ao hospital, no caminho ele ficou enjoado mas aguentou firme, quando entramos no pronto socorro o colocamos em uma cadeira de rodas e fiquei segurando ele, o corpo tombava para os lados, via ele querendo vomitar mais, não tinha mais nada pra sair, por sorte ele não vomitou o remédio, acho que era por ser em gotas, mas comida mesmo não aceitava, por fim, uma bela intoxicação alimentar, dois frascos de soro com medicação e uma bela lista de remédios, na volta pedi pro Edu passar em casa primeiro, fiz uma mala com algumas coisas e fomos pro apartamento dele, tive que limpar aquele quarto inteiro, tinha vomito pra todo lado, o cheiro não saía, botei todas as roupas pra lavar, abri a janela, liguei ventilador, passei todos os produtos de limpeza que encontrei mas ainda sentia o cheiro, sei lá por que, peguei meu perfume que é bem doce e dei umas borrifadas no ar, melhorou um pouco, mas não resolveu, como o médico tinha feito algumas restrições alimentares pra ele precisei ir ao mercado, mas não tenho carta, não queria deixar o Rodrigo sozinho pra o Edu ir comigo, liguei pro André que trabalhava ao lado de um, passei a lista, o Edu não sabe diferenciar chuchu de batata doce, o Dê já trabalhou em restaurante então... Assim que ele chegou com as compras fui pra cozinha, todo mundo estava com fome, o Rodrigo hoje comeria apenas um caldo bem leve, mas fiz janta pra todos, comi rapidinho enquanto o caldo esfriava um pouco e fui ajudar ele a comer, ele já estava bem, mas muito fraco, não comeu nem um terço do pote, pedi pra ele tentar mais um pouco, porém me disse que estava dando ânsia novamente, não insisti, apenas rezei pra que o pouquinho que comeu parasse no estômago, os meninos foram embora, e ficamos sozinhos, ele foi pra cama e dormiu, fui fazer a minha cama no sofá novamente, eu não conseguia dormir de jeito nenhum, era mais de duas da manhã e eu resolvi trabalhar um pouco, liguei meu notebook e fiquei novamente olhando os números daquela filial, tem coisa errada e não é só erro no lançamento de notas, o extrato da maquina de cartão de crédito não bate com o das notas, o caixa bate o valor global, mas quando analisa é muito cartão de crédito pra pouco dinheiro, sendo que nas notas o valor em dinheiro é muito maior, mais de 50% de diferença, é como se tivessem tirando dinheiro do caixa e passando um cartão de crédito, desconfio que já sei a resposta, mando um e-mail pro Edu com tudo o que vi, me parece que algum funcionário está fazendo isso, passando o cartão e pegando dinheiro, isso faz a empresa pagar tarifas bancarias a mais, e esperar pra receber o valor, e provavelmente a pessoa faz isso pra ganhar dinheiro... como? Simples, passa o cartão, entrega o dinheiro retendo uma parte pra ele como juros ou outro termo... acho que agora as quase cinco da manhã vou conseguir dormir, droga o remédio do Rodrigo, corro pra fazer ele tomar, já estava começando a dar febre, fiquei ao lado dele esperando o efeito e adormeci.
Acordei com uma flecha de sol batendo no meu rosto, o Rodrigo se mexendo na cama em um sono profundo enquanto balbuciava algo de um sonho, mas antes de ter certeza chequei se não era febre novamente, ouvi meu nome quando saia do quarto, mas ele continuava na mesma posição e de olhos fechados. Tinha que ir pra empresa, estava um caco, ficar trabalhando de madrugada, o nervosismo ontem com todo o trabalho e ainda o Rodrigo passando mal, liguei pro Edu passar aqui pra me pegar, ele quando atendeu já estava na rodovia, tinha lido meu e-mail e estava indo pra lá, se tem uma coisa que ele é no trabalho é extremamente rígido, nem parece a mesma pessoa, ele disse que sabia que tinha coisa errada lá que ainda não tinha descoberto, com o que eu disse ele já sabia o que fazer – deu medo nessa parte – mas que como ele não estaria na empresa era pra eu ficar em casa cuidando do Rodrigo e ficando de retaguarda pra ele, eu acho que queria ter ido com ele dessa vez, mas ele tem razão, com nós dois fora da cidade e o Dê tem um trabalho hiper complicado, ultra rígido com horários e outras coisas, não teria ninguém pra ficar com o Rodrigo, e definitivamente ele não está em condições de ficar sozinho, acabei de ouvir um barulho no quarto, ele indo ao banheiro meio que as pressas, o medico disse que iria interna-lo se voltasse a diarreia e vômitos, fui até a porta, ouvi o barulho, com certeza estava no vaso, vou ter que ficar de olho nele hoje, é bem provável que ele tente me esconder pra não voltar ao médico.
Passamos o dia juntos, o Edu não me ligou nenhuma vez, não me pediu nada e daqui não tinha nada que eu pudesse fazer pra ajudar, o Rodrigo foi bastante ao banheiro, mas nada que preocupasse, pois ele estava conseguindo comer bem e não chamou o Raul mais nenhuma vez, seja lá o que for que ele comeu de estar indo embora, fiquei preocupada, pois vi um principio de febre que cessou logo, por fim, acho que vou ficar aqui uns bons dias.
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Imprevisível destino
Любовные романыAtrás de cada pessoa que você pode encontrar na rua, em uma loja qualquer há uma historia, que normalmente ninguém se importa, mas e se alguém se dispusesse a ouvir? Dani é a caixa de uma dessas lojas, Eduardo o chefe que foi designado pra vistoria...