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Existem muitos poetas perdidos no mundo, mas muitos deles não sabem que são poetas, ou escritores, apenas escrevem textos sem rimas mas que fincam em sentimentos difíceis de entender. Isso, meus caros,  é algo lindo. Escrever por amor, escrever por dor, por medo. Os amadores sabem, e lem os que os tocam.

Começaremos com uma carta, de uma garota jovem, em seus plenos dezesseis anos de idade, que ainda floresce na vida.

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"Desculpas para uma ilusão iludida."

De, Alguém.
Para, alguém.

Cheguei a pensar que lhe tinha.
Por pouco acreditei
Eu não lhe dava a mínima,  até o dia em que chamou-me a atenção,  até me cativares.
E quando fizeste isto, logo após partiste.
  Não,  tu não se foi,  apenas partiu a mim. "Como? " é isto que tu deves pensar.  Pois lhe direi:
Eu não gostava de ti, jovem.

O que gostava era do modo que me tratavas.  Percebi isso muito depois, então me afastei.  Te desejava perto, mas quando tu o fazia,  te desejava o mais longe possível.  E sempre foi essa duvidosa loucura.  Essa deplorável relação de amizade, misturada de medo e carinho.
Minha mente me subordinou, me fez acreditar que gostava de ti, mas nada disso realmente existia.  Eu mesma fiz uma confusão e lhe culpei, mas ainda acho que a culpa é toda tua mesmo. 
Tu nunca deverias ter cativado a mim,  e hoje eu sei,  meu caro,  nós não possuimos nada em comum. Mesmo assim lembro-me de ti,  rio, sinto saudades, e agradeço mentalmente a ti por estar longe.

(Se algum dia eu sentisse,  lhe enviaria esta carta,  se precisasse explicar-te tudo, e por que nada entre nós aconteceu)

                                                  08/01/2019.    
                                        

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