1. Fim de jogo.

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Portland, Oregon, Estados Unidos da América.

Como dizer de uma forma um pouco menos melosa? Sentar no carro de Carter Mason Callaway é como um sonho de consumo para todas as garotas da Quartenon High School.

Estar no início da maldita cadeia alimentar daquele local é um convite diretamente para o inferno. Não me encaixo nunca em nenhum estereótipo - só se for o dos excluídos - , achando isso uma completa perda de tempo.
Quando comecei a sair com Carter, durante o verão, me senti num conto de fadas, daquele em que a princesa perde o sapatinho de cristal - no caso, foi minha pantufa mesmo.

Enfim, não importa.

O que quero realmente dizer, é que talvez eu tenha me apaixonado pelo cara errado. Digo, ele tem sido muito romântico comigo durante estes últimos dias, mas saber que iremos voltar diretamente para a escola amanhã...me deixa um tanto insegura, e por motivos óbvios: Kristen Hildegart e Carolyne Archibald.

As duas garotas sempre foram apaixonadas por Carter. Não as culpo, porém, elas são e sempre foram as presas mais fáceis para ele. E eu? Sempre fui eu.

Mas ainda sentados nesta noite fria de outono em meados de setembro, suspiro.
Não sei como irei me portar e o que eu e Carter somos, se é que somos algo. Não posso me deixar iludir.
Ele me abraça com seus braços quentinhos e permaneço calada, apenas apreciando a ventania gelada que vinha de fora e entrava dentro do veículo por uma fresta da janela.
Com minha cabeça deitada em seu ombro, sinto-me protegida.

Ele foi meu primeiro garoto, não, não digo na cama. Foi o primeiro que me apaixonei verdadeiramente, aquele que poderá partir meu coração em pedacinhos se me fizer algum mal. Eu realmente espero que ele não faça isso. Seria triste demais para mim.

— Louise? - Ele pergunta, afagando meu braço com um sorriso singelo que visualiza a estrada, quase vazia.

Saio do abraço com a finalidade de conseguir vê-lo de um ângulo melhor. Quando finalmente consigo, sorrio.

— Que foi? - Mordo meu lábio inferior.

— Amanhã iniciam as aulas. - Comenta, levando seus dedos a batucar o volante, percebo o nervosismo através deste gesto.

— Eu sei... - Tento focar na manga do meu fino casaco, na tentativa de não escutar o que ele provavelmente falará.

— Eu estive pensando sobre a gente. - Confessa, mordendo a pele interna da bochecha, não voltando o olhar para mim, e sim para a rua. - A gente precisa terminar essa coisa, esse lance...isso. - Diz rapidamente, como se estivesse jogando uma bombinha no chão.

Continue plena. Continue plena. Continue...plena.

— Imaginei. - Largo, soltando um sorriso de lado, porém desmoronando por dentro. - Quer dizer, fomos um casinho de verão, não seremos nada mais. Você pensou que eu quisesse...hm, algo mais sério? - Arqueio a sobrancelha, fingindo estar surpresa, afinal, era exatamente o que queria.

A expressão dele muda completamente, do modo pé na bunda para o confusão.

Ah, o doce gosto de virar o jogo.

Ele volta o olhar para o meu, parecendo não acreditar em minhas palavras. É sério Carter Callaway? Sério mesmo?  Você achou que eu me sairia por baixo?

— Ah, sei lá. - Confuso, arqueia sua sobrancelha. Dá de ombros e morde o lábio inferior. - Pensei que quisesse. Todas querem. - Em seguida, coloca a chave na ignição para ligar o automóvel.

— Eu não sou todas, queridinho. - Suspiro, controlando o meu interior totalmente dolorido - Agora, por favor, me leve para a minha casa. - Digo, virando-me para a frente e cruzando os braços, enquanto ele dá partida no automóvel, afinal, o garoto conseguiu acabar com qualquer clima.

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