2. Indesejos desejados.

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Deitada na minha cama me fingindo de morta - sim, é o máximo que posso fazer por mim. - escuto batidas vindas da porta.

Aí, droga. Estou em um estado muito deplorável para alguém me ver.

Afundo minha cabeça no travesseiro e finjo dormir, puxando rapidamente um cobertor para que eu fique no mínimo coberta. É, eu penso realmente em tudo.
A porta se abre lentamente, como se a pessoa tivesse pedindo acesso para entrar no recinto, após não ter me ouvido dizer " pode entrar".

— Ah, dormindo como sempre. - Mages, minha mãe, diz, provavelmente colocando sua mão na testa após constatar o óbvio.

A verdade é que eu sempre durmo, tipo, sempre. Não que eu goste, apenas nunca tenho nada para fazer além de estudar e ir para a escola, que se resume em estudar também. Nessas férias as coisas mudaram pela presença de Carter Callaway, mas, pelo visto elas voltarão ao normal.

Os passos acelerados de minha mãe adentrando o local indicam que ela logo me acordará e, infelizmente vai descobrir que eu não estava dormindo coisa nenhuma. Nem insisto na mentira.

— Ok, o que você quer? - Pergunto rapidamente, levantando-me na mesma velocidade e visualizando a feição mórbida de Mages, que praticamente me condena pelo fingimento.

Mages é o apelido carinhoso de Mariah Gilles, ou seja, mamãe. É o jeito que a família - Digo, eu, meus dois irmãos e meu pai chamamos ela.

— A mocinha estava apenas fingindo dormir? Não te ensinei assim, Louise Adams. - Ela arqueia a sobrancelha ao cruzar os braços. Logo, sua expressão muda de breve irritação para o normal. - Tenho notícias que provavelmente alegrarão o seu beeeeelo dia. - Ela sorri, sentando-se na ponta da minha cama.

Até parece, meu dia está morto desde o segundo em que Carter Callaway me deu um beeeelo de um fora.

— O que seria? - Escondo a parte dos meus sentimentos que demonstravam um pingo de tristeza e cubro o meu rosto do mais lindo e sincero sorriso de pura felicidade. - Olha, se você irá comprar um livro para mim, fico agradecida, eu e minha estante, digo. - Sorrio, mordendo o lado do meu lábio inferior, uma mania irritante que tenho desde sei lá qual idade.

Mamãe suspira, revirando os olhos.

— Não, Lou. A sua estante já está cheia de livros, que obsessiva. - Repreende, suspirando em seguida - Lembra daqueles amigos da família que moram no Texas, ou bem, moravam? - A mulher sorri, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Hm...a tia Lucy e o tio Cory? Os pais do Benjamin e da Luzia? - Franzo meu cenho, tentando lembrar o nome da pequena garota. - É Luzia ou Luiza? - Deixo minha cabeça pender para um lado, ao demonstrar a interrogação em minha face.

— Luzia. - Confirma. - Eles virão morar aqui, digo, aqui mesmo, na casa ao lado. Lembra que os donos saíram e venderam há tipo, um mês atrás? Pois bem, não quis dizer nada, mas foi para eles. - Mamãe aponta para a casa vizinha através da minha janela. Há uma pontada de curiosidade por parte dela em mim. Provavelmente está esperando que eu fique mega feliz, mas na realidade, tanto faz.

Benjamin Logan Finley é meu amigo desde os cinco anos, ele deve ter mais ou menos dezessete atualmente, mas não conversamos desde o ano retrasado, quando nós visitamos eles no Texas. Saber que o garoto morará na casa ao lado significa que ao menos terei um amigo, isso se ele continuar a mesma pessoa de antes. Nem insistirei nessa amizade.

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