O encontro sobre as rosas

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Me despertei de meu sono com minhas mãos tremendo. Com muita dificuldade eu abri meus olhos e me deparei com minha respiração pesada e saindo fumacinha branca pelo frio. Com um pouco de curiosidade eu olhei em volta me deparando com a lareira apagada.

Com o sono pesando, me virei para a janela que entrava a luz da lua. Quando fui fechar os olhos foquei em algo curioso la fora.

Rapidamente emergi minha cabeça do grosso cobertor e fitei a textura branca do lado de fora.

--  Neve?

Fiquei surpresa,hoje a tarde estava sol. Por mais que estava nublado.

--  Que estranho...  --  sussurrei.

Em um movimento involuntário levei a mão até o pescoço.Minha garganta estava seca.

--  Tudo bem em descer, não é?  -- sussurrei me sentando na cama e sentindo o ar gelado do quarto,passei as mãos pelos braços procurando esquenta-los.

Ao colocar as pernas para fora da cama, puxei o grosso edredom e coloquei por cima da cabeça para cobrir minhas orelhas geladas,e o resto na frente fechando com as maos,virando assim um amontoado de coberta ambulante.

Ao tocar as pontas dos pés desnudos no chão um arrepio percorreu meu corpo, insisti e os coloquei por completo. Fechei meus olhos com força para tentar ignorar o pequeno choque pelo frio.

Depois de alguns suspiros me levantei e fui até a porta. A coberta desceu e se arrastou entorno de meu corpo. A maçaneta estava gelada e a porta abriu-se sem ranger.

--  A Sra Ludofh esta acordada?  -- sussurrei. Estava sussurando demais esta noite deveria ser pela sensação seca que continuava em minha garganta.

Ao sair pelo corredor , vi as horas no relógio que se encontrava sob o hall de entrada.

--  São 03 : 25 da madrugada?   -- fiquei espantada é claro que ela não estaria, mas logo voltei ao foco de conseguir alguma bebida.

Desci as escadas do hall de entrada  e entrei na cozinha que se encontrava apenas com as luzes do balcão acessas. Sorri ao ver aquele lugar aconchegante .

--  Onde está o achocolatado da sobremesa de hoje?  -- minha voz saiu baixa enquanto procurava o líquido dentro da geladeira que se encontrava muito mais fria do que me lembrava.

Encontrei a caixa e fechei o iglu, preenchi o copo com a bebida e voltei a guada-la na geladeira. E levei a caneca até o microondas.  Enquanto não apitava me sentei em cima do balcão com a coberta enrolada em mim.

O silêncio reinava até que percebi uma sombra passar pelas janelas . Me endireitei sobre o balcão e fitei  as janelas.

--  Novamente?  -- sussurei surpresa ao nota-la pela segunda vez.

Me aproximei da janela com a coberta ao meu entorno. Quando iria toca-la o apito do microondas  me assustou e virei caminhando até ele.

Com a caneca de coelho em mãos, assoprava o líquido delicioso. Me sentei novamente sobre o balcão, bebendo o achocolatado e movimentando os pés para frente e para trás sob a coberta.

Quando acabei, e senti minha garganta melhorar, levei o recipiente até a pia e fui em direção a porta para subir para o quarto. Mas novamente a sombra passou e seguiu para onde estava as janelas da sala.

Ao adentrar a sala fiquei deslumbrada. Havia rosas brilhantes por toda a estante e prateleira. A Sra Ludofh algumas vezes me contava a história da lua e suas rosas.

--  Então as flores que decoravam essa sala.... todas podem brilhar...  --   Disse pegando o vaso de flores da mesinha de centro.

Toquei as rosas torcendo para que não se apagassem.

--  Possuem leds em seus caules , para simbolizar o brilho das verdadeiras. --  Eu me derreti, aquela representação era magnífica.

Então notei algo estranho.

Já com a postura reta e o vaso ainda em minhas mãos.  Olhei pada as extremidades da sala. Possuíam luz, a mesma luz da lua que banhava o cômodo todo quando entrei. 

Olhei em frente, todo o espaço da mesinha e dos sofás foi coberto por uma sombra que parecia vir das janelas.

--   Sombra ...?  -- indaguei me virando.

Eu congelei.

Mais do que a neve, mais do que qualquer ponta de iceberg. O medo percorreu minhas veias como nitrogênio líquido. Eu queria fugir, queria gritar. Mas minhas pernas não andavam, apenas tremiam .

Eu não conseguia desviar de seu olhar. Pareciam me tirar as forças e sem mais de longas e cai me ajoelhando no mármore frio. O pequeno vaso caiu e parou perto da mesa em que estava.

Naquela altura o frio que o chão me proporcionava não era nada parecido com o que corria pelas minhas veias e pelo meu suor.

Sem desviar o olhar,  eu fitava a maior criatura que já vira. A criatura que era símbolo da empresa que eu comandará.

Havia um imenso lobo ,logo após a janela.

Minha respiração começou a falhar, aquilo não era algo normal. Possuía o tamanho de um touro adulto.

Ele estava sentado com uma pose que emanava liderança e dominação.  Com a cabeça erguida e suas orbes vermelhas parecendo me julgar.

Eu tremia debaixo do cobertor igual a vara verde que agora estava a minha volta e também no chão.

Um silêncio assustador se prolongou, um silencio em que o próprio vento noturno se calou.

Sentia cada vez mais o frio envadir meu corpo mas eu nao conseguia me mexer até que...

--  Atchim  ... --  Eu espirrei quebrando o silêncio . Instantaneamente eu senti meu rosto ruborizar, mas por que? Pelo frio?

-- Atchim.....--  novamente. Em um movimento um pouco contido puxei as bordas do cobertor e me enrrolei até o pescoço.

-- Aww. .. -- suspirei ao me sentir aquecida. Por alguns momentos eu havia esquecido a criatura.

Fitei rapidamente a janela e ele se encontrava ainda ali. Mas dessa vez parecia possuir algum tipo de divertimento em seus olhos. O grande lobo ficou de quatro, oque me fez perceber o seu grande tamanho. Ele sem dúvida era muito maior que um pequeno touro.

Ainda atordoada pela sua assustadora beleza, encarei sua pelagem negra como a noite. Os flocos de neve estavam presos parecendo pequenas estrelas. Ele me encarou uma última vez, e eu um ainda assustada mas  sendo eu. Sorri.

Ele voltou correndo para dentro da escura floresta, como um vulto da noite que voltará ao seu habitat.

Fiquei parada encarando a floresta e depois meus olhos subiram até a lua cheia no céu. 

--  Porque faz isso em..?? --   eu voltei a pegar o vaso de rosas na mão  -- Sra Lua...

Eu me deitei no sofá , admirando o pequeno vaso na mesa.

--  Meu dia começou de forma maravilhosa ... --  sussurrei com as palavras sendo ditas sem pensar.

E ao perceber oque havia dito de minha boca, eu corei.

O dia prometia ser especial,  uma surpresa estava para ser encomendada. Já que recebi a minha durante esta madrugada.

E dormi embalada pelo cobertor de rosas vermelhas . Rosas que combinavam perfeitamente com a cor dos meus cabelos , e do meu atual rubor nas bochechas.

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Hyo pessoal.... me desculpem pelo tamanho do capítulo.  Eu me empolguei 😋😥
Espero que tenham gostado..
Obrigada por lerem mais este capítulo.
🌸😄😄🌸

Um reencontro de Eras !!Onde histórias criam vida. Descubra agora