Alone

Capítulo 30

Jesy Pov.

Fomos em silêncio para casa, ninguém ousava dizer uma palavra sequer e eu não iria interromper esse silêncio. Minha alma estava mais leve, eu sentia meu corpo flutuar porque depois de anos eu tinha a sensação de ter me livrado dos demônios carregava e ao mesmo tempo eu sentia uma sensação horrível que não sabia explicar. Perdi meu pai, consequentemente perdi minha mãe, quase me perdi em meio ao meu sofrimento e perdi Jade, tantas perdas me fizeram refletir se eu realmente merecia ser feliz. Minha mente me maltratava com lembranças dolorosas e meus pulmões insistiam em perder o ar a cada vez que isso acontecia, minha garganta parecia fechar e meus olhos transbordavam em lágrimas, que nos últimos tempos tem se tornado parte do meu rosto. Talvez, ser feliz tinha um preço, um preço que eu não escolhia se pagava ou não, eu preferiria ter perdido minha vida ao ter deixado Jade partir desse mundo, porque essa é uma ferida que nunca vai se curar, eu sei que o gosto amargo irá tomar conta da minha boca durante uns momentos e que eu vou me sentir fraca, culpando apenas o meu ser e a minha existência de todo o estrago que minhas decisões fizeram. Saber que meu pai poderia estar aqui, me segurando para não cair ou que mamãe pudesse ao menos me abraçar enquanto eu me permito sofrer e chorar, mas eu sabia que ela estava longe demais apenas vivendo o próprio luto que foi perder papai.

George parou na garagem e abriu a porta logo em seguida, fazendo o caminho até o elevador. O sorriso em seu rosto era reconfortante, eu sabia que ele mandava boas energias apenas sorrindo daquele modo. Ao entrar no elevador o silêncio permaneceu, Leigh-Anne estava quebrada e isso era visível, seus olhos voltaram ao opaco e Perrie apenas mantinha um olhar sem vida, sem brilho e eu sentia meu coração apertar com a cena, ambas estavam com olhos e narizes vermelhos, desencadeado pelo choro extremo no tribunal e eu não ficava atrás.

O elevador apitou e então saímos, tirei a chaves do casaco e enfiei na porta virando, ouvi um clique e então girei a maçaneta e entrei sendo acompanhada pelas duas, Debora correu e abraçou as duas filhas e Jhonny me abraçou beijando o tipo da minha cabeça.

- Eu eu vi no jornal, sinto muito.- Eu apenas abracei de volta, eu sentia que todo o esforço que fiz nos últimos dois meses foi em vão, porque eu me mantive forte por Perrie, Leigh-Anne,Jhonny e Joshua, mas a dor estava lá...acumulada, pedindo para sair e eu não sabia até quando aguentaria segurar ela lá para não desmoronar.

- Eu vou tomar um banho, estarei no quarto se precisar.- Murmurei e subi as escadas, a culpa me corroia e eu me sentia vazia.

Tirei minha roupa e entrei no chuveiro, a medida que a água atingia meu corpo e as lágrimas se misturavam, eu me permito cair sentindo os joelhos encostarem no chão gelado, abaixei a cabeça cobrindo o rosto, as lágrimas continuavam a escorrer e a raiva me dominou. Foi tudo culpa minha, se eu não tivesse sido uma completa estúpida nada teria acontecido, minha mente me culpava e eu acreditei, soquei o chão para aliviar o sentimento de impotência que me atingiu e a cada vez que o meu punho encostava no chão eu sentia mais ódio de mim mesma. A que ponto você deixou as coisas chegarem Nelson? Você não merece ser feliz. Você estragou tudo com a sua fraqueza, com o seu sofrimento e isso tudo está acontecendo porque você foi fraca, meu subconsciente berrava e eu sabia que ele estava certo. Tudo aconteceu por minha culpa e eu conviveria com isso pelo resto da vida.

Meu sangue escorria até o ralo e olhei para minha mão assustada, eu soquei o chão com tanta força que acabou cortando minha mão com o impacto. Sentei no chão e deixei a água escorrer e levar todo o sentimento ruim que se ponderava de mim, minha cabeça girava e as lágrimas não paravam de escorrer deixando minha visão um tanto quanto embaçada.

- Jesy? - Ouvi a voz doce da Perrie e levantei e ela deu umas batidas suaves na porta.- Está tudo bem? Tem um tempo já que você está aí dentro.- Sua voz saiu levemente baixa e eu engoli em seco.