Capítulo 02 - Insegurança

29 5 1
                                    

A Sala de Reuniões rapidamente retornou ao seu estado depressivamente silencioso. Exceto pela única figura restante no cômodo — Simon.

Sua silhueta ao longo dos anos não somente parecia mais frágil como também se parecia tornar ainda mais degradante com o passar do tempo. A epiderme resguardante não era naturalmente pálida, mas carente de saúde.

A íris de cor azul-celeste em seus olhos refletia claramente a mesa sólida de pedra presa ao chão.

Solitariamente, Simon por incontáveis vezes respirou de forma depressiva.

— Simon? — Grace que havia ligeiramente se retirado, retornou ao local, e surpreendentemente o encontrou. Não respondendo ao chamado, ao invés disto, indiferentemente disse: — Foi uma decisão arriscada.

Grace franziu levemente suas sobrancelhas. — Mas você foi quem disse aquilo! — Seu tom rapidamente se demonstrou alterado. Diferente de seu usual.

O fato mencionado era imutável.

Anteriormente, quando mantinham-se silenciosamente quietos, aguardando a decisão definitiva de seus superiores, correta, e menos desesperadora possível. O rumo como as coisas estavam se encaminhando acabaram deixando Simon ansiosamente ansioso, e inquieto. Então, aproveitando-se dos muitos murmúrios ao redor, para Grace e somente, Simon apresentou sua perspectiva em relação ao assunto.

Então mais tarde, quando foi chamada, Grace simplesmente reiterou as palavras de Simon, porém como suas próprias, por pedido do próprio.

Obviamente, Simon exigiu de Grace sua  perspectiva própria. Mas ele não imaginaria que Grace, acabaria por pensar de maneira extremamente contraditória aos pensamentos que consigo detinha.

— Eu de fato pedi que dissesse a primeira sentença, e você o fez, sou grato por isto. Mas a decisão de edificar uma emboscada de forma repentina em um período curto de tempo é suicídio! — Simon disse, rigidamente.

— Se não gostou do que eu disse em seguida, por quê em primeiro lugar me pediu para dizer tudo aquilo? — Angustiada e confusa, Grace indagou.

— Porque ao expor este tipo de julgamento, Faruk chegaria somente à uma única conclusão: Observação! Os “Demônios Errantes” que lidamos durante nossas batalhas são imprevisíveis, mas ausentes de inteligência. E por fim, são naturalmente impulsivos e instintivos. E por isto, Grace, são incapazes de reconhecerem seus próprios limites. Somente quando seus corações são destruídos ou crânios esmagados, que reconhecem o único limite igualitário entre nós e “Demônios Errantes”. Então, a sugestão de “observação” sobre os “Demônios Errantes” deveria ser feita e unicamente concluída por experientes já no campo de batalha. — Grace retinha espanto em sua expressão.

Durante muito tempo, provavelmente desde a etária idade jovem de ambos, Simon têm se demonstrado um companheiro de confiança e psicologicamente inigualável e inabalável. Sua força em batalha era algo que infelizmente Grace não poderia contar. Mas a intelectualidade de Simon seria mais do que somente recompensante. Grace de longe reconhecia isto. Mas somente com isto, Simon não poderia ser infelizmente reconhecido.

Quando enfim enxergou seu evidente erro, Grace recostou-se sobre a parede e mudou sua visão para o chão. A mudança da atmosfera se tornou excessivamente depressiva. — Mas Nestor e Hector, eles são companheiros de batalha… — Grace não continha uma desculpa decente o suficiente para refuta-lo.

Nestor e Hector eram somente igualmente medrosos. Não havia nada característico bom o suficiente que Grace poderia dizer para contradize-lo.

Simon virou-se finalmente em sua direção, enfrentando-a. Mas ela não ousaria fazer o mesmo no momento. Ela não tinha a coragem para encara-lo agora.

Mas surpreendentemente Simon não parecia exasperado. — Não há o que fazer agora… Bem, era seu próprio ponto de vista. É impossível que duas pessoas pensem da mesma maneira, afinal.

Grace ergueu lentamente sua cabeça. — Você não está com raiva?

— Não — Respondeu Simon, indiferente.

— Mas eu… — Grace parecia incorformada com a naturalidade com que Simon deixou isto passar como aceitável.

— Está tudo bem — Antes da conclusão de sua sentença, foi interrompida por Simon. — Além disso, existiu um homem que há anos atrás disse: “Se pessoas de opiniões opostas discutirem durante lonqiquo tempo, significa que ambos lados estão errados”.

— Pfft… Existiu mesmo um homem que disse algo assim? Além disso, você não quer uma discussão porque simplesmente não quer estar errado. — Grace gargalhou docemente.

—Exatamente.

Embora pensasse desta maneira, Grace agradeceu-o profundamente em seu coração, que apesar de repreende-lá, ainda permanecia ao seu lado, ainda sendo sua decisão a incorreta.

○                               ●                                ○

Simon disse a Grace para que nada fosse feito ou alterado. Caso contrário, isto poderia de alguma forma prejudicar a imagem de Grace, construída por todos esses anos.

Assim então, dois dias rapidamente se passaram.  O que deveria ser feito e como deveria ser feito foram decididos um dia antes da partida para o “Domínio Amaldiçoado dos Demônios”.

A partida para a exterminação do território dos   “Demônios Errantes” foi ligeiramente decidida. As coisas estavam acontecendo rapidamente e de certa forma incomodava a Simon. Estratégias de batalhas deveriam ser simuladas e estabelecidas de maneira rígida, e não ao contrário.

— Eu realmente não estou gostando de como isto está cheirando… — Simon solenemente disse.

— Hm? Disse algo? — Grace que estava ao seu lado sentia ter o ouvido falar algo, mas Simon balançou indiferentemente sua cabeça. Sem alterações em sua expressão ou ações. Mas o brilho minúsculo de insegurança em seus olhos seria nítido se observado com cuidado.

... (PARADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora