Capítulo 04 - Perturbador

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Instantes, foram mais do que o necessário para matar os demônios errantes. Haviam dezenas de figuras decapitadas desamparadas ao chão. Seu sangue cobriu toda a superfície, alterando sua cor, e sensibilidade.

Faruk e o restante estavam fadigando em excesso. O consumo constante de força física e “Força da Origem” os deixou excessivamente exaustos. E para os inexperientes, o cheiro perturbador de sangue misturado ao ar causou-os tontura demasiada.

— Haaah…!! — Hector resfolegou de forma semelhante à um rugido, e perdendo rapidamente o equilíbrio, seu corpo caiu sobre a quantia aglomerada de cadáveres. A tonalidade de sua face tornou-se nauseante, mas o fardo excedente declinou-o. — Ugh! Que nojo… Alguém me tira daqui! Puta que pariu, tô pura cu esfolado!

— Que cu é esse que cê anda cheirando? Reconheceu o cheiro tão rápido… — Nestor ergueu levemente sua sobrancelha em suspeita.

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Inquestionavelmente, Simon estava claramente cansado. Mas o mesmo não se permitiu abster-se.

— Como isto poderia ser possível…? — Simon encontrando-se no centro da fenda, permaneceu com seus olhos fixos, duvidosamente observando à superfície. Sob o pretexto de curiosidade, sua face escondia espanto e insegurança.

“Sua extensão é sem dúvidas impressionante, mas sua aparente durabilidade não poderia ser elogiada da mesma maneira. Seus pedaços estão lentamente caindo, e eventualmente chegariam à superfície novamente. Mas aparentemente não estavam aqui há pouco tempo. Então, como poderiam chegar á superfície sem que a parede fosse danificado ou até mesmo comprometida?”

Por mais contente que estivesse, o receio em seu interior o deixou extremamente inquieto.

Sem qualquer previsão de sua chegada, o local estremeceu agressivamente. Simon, e o restante foram bruscamente jogados ao chão. As paredes foram aruinadas junto aos tremores, dificultando o futuro retorno para a superfície.

*Crack!* *Crack!* *Crack!* *Crack!*

Com as rachaduras repentinamente abertas, o declínio das paredes já fraturadas era evidente.

Ainda afetados pelo cansaço, uma quantia considerável foi esmagada por segmentos. Ainda aparentemente insuficiente, densamente se ergueu uma profunda cortina de poeira.

— Merda! Sigam à minha voz e caminhem em minha direção! Rápido! — Faruk gritou desesperadamente como um último esforço.

— Senhor Faruk! — E felizmente seu recurso restante veio a funcionar. Simon, Grace, Faruk, Nestor e Hector estavam em suma no centro de todo o acontecimento. Angustiados, aguardavam que toda a desordem fosse anestesiada.

— Ahh!! — Movendo-se ligeiramente na direção de Hector, Grace desembainhou velozmente sua espada e estocou na direção do enorme pedregulho. A “Força da Origem” concentrada na ponta de sua espada explodiu com ferocidade. Somente restos sobraram de seu alvo.

— Haaah… Muito obrigado Senhorita Grace. Temo que teria morrido se não fosse por sua ajuda... — Hector respirou aliviado. Com admiração, observou a delineada figura de Grace. — Se sairmos vivos daqui… certamente à pedirei em casamento! — Sussurou consigo mesmo.

— Grace, o quanto ainda têm de “Origem”? — Sua guarda ainda estava altamente levantada quando Simon perguntou.

— Não muito. No máximo trinta porcento de minha “Origem” total.

— … — As costas de Simon suaram consideravelmente. Sua “Origem” também estava perto de seu limite. E avaliando o estado lânguido de Hector, Nestor e Faruk, provavelmente chegariam ao limite brevemente.

……

Quando finalmente a poeira foi levada para longe, Simon, e o restante tiveram uma visão mais ampla do estado em que se encontravam. Mas infelizmente os resultados não eram tão bons — Com exceção de Nestor, Hector, Faruk, Simon e Grace, somente oito de vinte e cinco restaram.

— … Isso… — As feições de Simon contrairam-se em frustação.

“O que levou aquele tremor?! Não faz sentido algo assim acontecer, ainda mais agora que chegamos. É coincidência demais! Isso–”

Seu pensamento foi interrompido quando novamente o solo estremeceu. Mas desta vez, ainda mais agressivamente.

— Não me diga que ainda não acabou?! — Bramou Faruk.

“Não…” Simon então notou algo peculiar, e ao mesmo tempo perturbador. “Isto não é um terremoto… É um fenômeno causado por algo… alguém…”

— Não me diga que…! — Simon, mudou sua
linha de visão repentinamente para a parede. E da mesma direção, surgiu o que poderia Simon mais temer neste momento — Um “Demônio Errante”!

*Crack!!*

Sua visão e a dos demais foram ofuscadas quando repentinamente algo que surgira de dentro da parede foi cuspido afora. A poeira esculpida agravou fortemente suas visões. Não… Na verdade, era melhor que estivessem assim…

A silhueta que brevemente se revelou abaixo de todo o pó, não somente os mostrou o quão perturbador poderia ser um Demônio Errante, os mostrou que eles poderiam instigar algo muito além do "medo".

— Mas que porra… — Neste estático momento, somente Faruk parecia ter a capacidade expressiva.

Seu corpo serpentino retinha inúmeros glóbulos oculares. No entanto, nenhum deles parecia ter às mesmas proporções. Simon curiosamente notou que constantemente seu exalava um líquido viscoso. Permitindo movimentos escorregadios. Mas o perturbador de tudo isto não se encontrava em suas características físicas, e sim em seu rosto, mais especificamente, sua boca.

Seu formato era perfeitamente redondo. Nas extremidades haviam incontáveis dentes. Determinadas partes de seu corpo pareciam contrair-se em reação à alguma coisa.

“Não me diga que essa coisa… reage ao calor?!”

... (PARADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora