O Líder e suas Mentiras

18 4 0
                                    

Nas portas existiam processos de desinfecção e pessoas mascaradas, tudo era muito rigoroso inclusive a feição nas faces dos indivíduos. Ao entrarem, o ar pareceu totalmente diferente, era muito menos denso, na verdade Sabina teve até dificuldades para respirar normalmente. Todos que estavam próximos a saída ficaram espantados de ver as duas entrando sem máscaras. Os guardas não quiseram dar satisfação a ninguém e seguiram reto, retiraram as seus equipamentos para respirar e as guiavam em direção à um prédio enorme e claramente, o principal de todo aquele lugar. Lugar muito esquisito para as meninas, era todo tecnológico, alguns prédios tinham faixas brilhando em azul elétrico, não fazia nenhum sentido para elas, carros voando, e juraram que viram a casa delas, o tal ônibus, voar também. Foi então que trancaram elas em um quarto fechado, junto às suas coisas e ao moreno que ajudara a prende-las.

Dafine instantaneamente foi até sua mochila e pegou o Pinguim. Se sentiu muito mais aliviada de estar com ele por perto. Sabina na verdade se preocupava com a adaga, mas sabia que se ousasse pega-la o guarda lhe daria uma bronca ou algo assim.

- Então, qual é seu nome? - Dafine perguntou ao moreno que levantou uma sobrancelha.

- Meu nome? Quer saber meu nome? - Claro que ele estranhou, nenhum outro prisioneiro havia lhe perguntado o nome antes, até pessoas normais pelas ruas eram difíceis de se interessarem pelo seu nome.

- Quero. - Dafine respondeu estranhando ele. Sabina tinha vontade de rir de ambos, já que percebia que os dois estavam a se estranhar.

- Por que? - Quis saber.

- Porque... Ora porque! Porque sim! - Dafine se encheu. - Não posso saber seu nome, também? É por que vim de fora da muralha por acaso?

- O que? Não! Claro que não! - O guarda se assustou com a reação hostil da garota. - Trate de se acalmar!

- Confia em mim, ela está calma. - Sabina o contou e o guarda ficou imaginando como ela deveria ser estressada, lhe deu até calafrios.

- Então? - A morena se mordia de curiosidade.

- Meu nome é Thobias. - Disse sorrindo, não estava sendo simpático, sorrira porque achou legal que a garota se interessou pelo seu nome.

- Que nome legal! - Se animou. - Por que se chama assim?

- Foi o nome que o governo me deu. - Ele contava. - E você, por que se chama Dafine?

- Foi o nome que Sabina disse que minha mãe me deu. - Ela sorriu. Sabina era três anos mais velha que Dafine, lembrava de algumas coisas que ela não.

- Vocês têm mães? - Thobias ficou curioso.

- Ela tinha, a minha morreu quando nasci. - Sabina lhe contou. - E então a dela sumiu quando eu tinha 7 anos. Provavelmente, agora que eu sei de vocês, a culpa deve pertencer a essa muralha idiota.

- Está errada. Não temos nenhum relato de alguma mulher de fora, na verdade, vocês são as primeiras desde que houve o desastre.

- E quando foi que houve o desastre? - Dafine perguntou.

- Há 35 anos atrás, há 20 anos começamos a poder sair das muralhas. - Ele respondeu. - Sabe, criaram máscaras para que sobrevivessemos lá fora. Mas nunca tinham achado ninguém.

- Quantos anos você tem? - Sabina ficou curiosa.

- Tenho 18. - Ele respondeu.

- Então você não começou a sair a 20 anos atrás. - Ela riu dele.

- Não eu, as pessoas daqui. - Ele se irritou. - Enfim, vocês entenderam.

- Não liga, ela é chata mesmo. - Dafine tentou acalma-lo e ele só achava elas cada vez mais esquisitas.

Clichê Pós.Apocalíptico Onde histórias criam vida. Descubra agora