Capítulo 4

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"Quando a tempestade chegar você quer ser visto comigo?" (You Know My Name - Chris Cornell)

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"Quando a tempestade chegar você quer ser visto comigo?"
(You Know My Name - Chris Cornell)

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— EU ACHO QUE VOCÊ precisa de uma sala maior agora... – ouço a mãe de  Sofia falando enquanto analisa o meu escritório. Já reclamou da  secretária, da localização, da marca do computador, do tamanho da sala.  Procurando me manter em silencio pra evitar um embate, olho pra minha  mulher, linda com sua barriga de cinco meses já visível, parada na porta  com um sorriso maroto no rosto.

— O tamanho da sala nunca me impediu de ser bom no que eu faço, Madalena. Está de bom tamanho.

— Você precisa ser mais ambicioso Gael. Você é dono agora, merece lugar de destaque. A não ser que não seja tão dono assim...

— Mamãe... – Sofia interrompe, sabendo que uma resposta malcriada não  demora a chegar – você já viu o escritório. Vamos voltar pra recepção,  vieram todos aqui pra prestigiar o Gael, não da pra ele ficar aqui  trancado na sala conosco enquanto todo mundo esta lá fora.

Com seu jeito doce de lidar até com as piores pessoas – e sim, estou  incluindo minha insuportável sogra na lista – Sofia sai abraçada com a  mãe, a distraindo com uma tagarelice sobre a mais nova fofoca da  vizinhança, fazendo com que a mulher me esqueça.

Temporariamente.

Eu nunca me dei bem com a mãe dela. Nunca. Sofia tinha um  pretendente, filho de um renomado cirurgião. Era herdeiro de nome,  reputação e fortuna e, por isso, merecedor de toda sua torcida. Já eu  era apenas um borra botas sonhando em ser um grande advogado, nunca  páreo pro grande herdeiro, não merecedor da joia que ela possuía. O  irmão de Sofia, Mateus, e seu pai, o saudoso "seu Tonho", reconheciam  meu valor e, principalmente, o amor que eu tenho por ela. Isso me livrou  de muitos aborrecimentos, mas desde que perdemos seu Tonho e meu  cunhado se mudou pros Estados Unidos que a diaba se sentiu livre pra  destilar seu veneno sempre que possível.

Eu amo Sofia, mas não tenho sangue de barata. Ainda bem que ela me conhece o bastante pra sempre manter a mãe longe de mim.

Menos hoje. Hoje não teria como mantê-la afastada.

Senhor Tempestade [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora