• Senhorita azarada •

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É tão confuso querer partir e ao mesmo tempo ter medo de ir.
Gostaria de não pensar tanto nas coisas antes de fazê-las pois sempre desisto por algo ou alguém.
Ja foram 5 tentativas falhas.
Por ironia do destino o número cinco sempre foi o meu número da sorte.
E por mais irônico que seja nunca fui alguém de sorte.

Parei pra contemplar a inutilidade que meus anos de vida foram.
Eu nunca ganhei nada do que pedi.
Nunca fui a amiga favorita.
E muito menos vivi um amor avassalador.

Tudo foi sempre tão monótono e triste.
Voltando ao passado.
Sempre fui a palhaça.
A falsa alegria sempre presente em mim.

Tão sentimental.
Me doava por inteiro a fim de ganhar metades.
Segurei tantos mundos nas costas que deixei o meu cair.

A queda foi dolorosa.
Quase um martírio.
Foram tantas lágrimas que dava para se formar um oceano particular.

Talvez eu fosse a senhorita fracassada.
Ou a senhora solteirona com trinta gatos.
Viver nunca fez sentido pra mim.
Era apenas algo que eu tenho que continuar fazendo.

Eu vivo no piloto automático.
Acordo querendo viver nos meus sonhos.
A realidade é assustadora.
Ninguém crê mais em nada.
Os sonhos estão morrendo.
A esperança já quase foi extinta.
Os contos de fadas viraram piadas de jovens que vivem trancados em mundos digitais.

Talvez existir não faça sentido algum pra alguém que jamais quis nascer.
Me amaldiçoou por pensar na morte como a cura pros meus medos.
E me culpo por querer fazê-los chorar.
Tudo é tão confuso que já sou uma confusão sobre pernas.

Espero que no fim da jornada aja sentido em algo.
Que seja um infinito de coisas realmente boas.
Não merecemos o sofrimento eterno por querer voar aos braços da senhora morte.
Queremos abraçá-la como uma amiga que demorou a nos buscar.
Talvez no meio do caminho achamos motivos pra ficar.
Mas apenas
T
   A
      L 
         V
           E
              Z .

—UmaPoeta

•// Poemas e textos tristes demais para se ler sozinho . //•Onde histórias criam vida. Descubra agora