A Noite Do Crime...
Milly Emily estava ali. Parada. Sem Ar. Bem em frente àqueles dois garotos com ar de neonazistas, a faca apontada pra ela.
- Vocês sabem que se tentarem qualquer coisa contra mim eu vou pra polícia, né?!
Luiz sorriu.
- A gente sabe que você fica com aquele careca buchudo do Peixoto, Milly! Ele te protege do povo que você deve, né?
Ela franziu o cenho.
- Vão pro inferno! - ela dera as costas para eles, sabia que aqueles dois eram frouxos o suficiente para não fazerem nada contra ela.
Ela ouviu os passos deles novamente. Estavam se aproximando.
Num movimento rápido, a garota abaixara-se e apanhara uma pedra no chão, jogando-a contra os dois meninos. Eles desviaram do arremesso.
- Sua bruaca! - berrara Arthur, já correndo em direção à Milly Emily.
A garota não hesitara em acertar Arthur bem no meio das pernas. Ele caíra no chão. Ela fitara Luiz com raiva.
- Vai vir também, Luiz?
- Sua louca! - ele abaixara para ajudar o amigo que se revirava no chão - Era só pra te dar um susto, a gente não ia fazer nada contigo não.
- Que merda de brincadeira é essa? Imbecis!
- Foi a Idja que pediu pra gente te dar um susto, por causa do otário do namorado dela!
Milly Emily sorrira, as mãos nos bolsos.
- Só podia ser aquela corna mesmo pra ter uma ideia idiota dessas! - fizera uma pausa - Se vierem atrás de mim...
- Não vamos! - esbravejou Arthur - Vai embora, piranha!
A ruiva sorrira mais uma vez, seguindo seu caminho.
Continuou a andar adiante.
Ela sentia frio, mas, sentia mais ódio. Sentia vergonha. Sentia remorso também. Sua mãe não havia morrido com a pancada na cabeça, mas, afinal de contas, o que ela havia feito? Como poderia ter atentado contra a vida da própria mãe?
Nos últimos tempos, ela sabia, seu comportamento havia mudado muito. Ela não era mais aquela menina de cabelos ruivos e sardas no rosto que só queria ter algo para comer no almoço e no jantar.
Ela tinha se tornado alguém de quem ela pouco gostava e se orgulhava menos ainda.
Assim que chegara à Prefeitura, seguira para o jardim. Sentara-se num dos coretos de lá. Sentira um frio na barriga e uma vontade de chorar. Lágrimas rolaram.
- Por que está chorando?
Milly não sabia ao certo se conhecia aquela voz. Mas, era uma voz bonita. Erguera o olhar rapidamente para fitar o dono dela.
- Eu... Ah... Não é nada.
- Posso me sentar? - ele questionou.
- Pode, claro!
O rapaz sentara-se ao lado dela. Ele cheirava muito bem. Ele mascava chiclete. Tinha um sorriso impecável.
- Você é...
- Léo Imperial! - ele estendera a mão em cumprimento a ela - Da Imperial Band!
- Legal! - ela o cumprimentara de volta - Milly Emily... De Pedra Dourada!
Sorriram juntos.
- Está chorando por causa do bebê?
Ela franzira o cenho.
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O Desaparecimento de Milly Emily
Mystery / ThrillerQuando uma jovem de 17 anos desaparece misteriosamente, Pedra Dourada, a pacata cidade do interior da Bahia onde se passa a história, fica alvoroçada. O que teria acontecido à Milly Emily? A investigação está sendo comandada pela Detetive Karina, só...