Capítulo 14: Segredo Revelado

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A Noite Do Crime...

Milly Emily estava ali. Parada. Sem Ar. Bem em frente àqueles dois garotos com ar de neonazistas, a faca apontada pra ela.

- Vocês sabem que se tentarem qualquer coisa contra mim eu vou pra polícia, né?!

Luiz sorriu.

- A gente sabe que você fica com aquele careca buchudo do Peixoto, Milly! Ele te protege do povo que você deve, né?

Ela franziu o cenho.

- Vão pro inferno! - ela dera as costas para eles, sabia que aqueles dois eram frouxos o suficiente para não fazerem nada contra ela.

Ela ouviu os passos deles novamente. Estavam se aproximando.

Num movimento rápido, a garota abaixara-se e apanhara uma pedra no chão, jogando-a contra os dois meninos. Eles desviaram do arremesso. 

- Sua bruaca! - berrara Arthur, já correndo em direção à Milly Emily.

A garota não hesitara em acertar Arthur bem no meio das pernas. Ele caíra no chão. Ela fitara Luiz com raiva.

- Vai vir também, Luiz?

- Sua louca! - ele abaixara para ajudar o amigo que se revirava no chão - Era só pra te dar um susto, a gente não ia fazer nada contigo não.

- Que merda de brincadeira é essa? Imbecis! 

- Foi a Idja que pediu pra gente te dar um susto, por causa do otário do namorado dela!

Milly Emily sorrira, as mãos nos bolsos.

- Só podia ser aquela corna mesmo pra ter uma ideia idiota dessas! - fizera uma pausa - Se vierem atrás de mim...

- Não vamos! - esbravejou Arthur - Vai embora, piranha!

A ruiva sorrira mais uma vez, seguindo seu caminho.

Continuou a andar adiante.

Ela sentia frio, mas, sentia mais ódio. Sentia vergonha. Sentia remorso também. Sua mãe não havia morrido com a pancada na cabeça, mas, afinal de contas, o que ela havia feito? Como poderia ter atentado contra a vida da própria mãe?

Nos últimos tempos, ela sabia, seu comportamento havia mudado muito. Ela não era mais aquela menina de cabelos ruivos e sardas no rosto que só queria ter algo para comer no almoço e no jantar.

Ela tinha se tornado alguém de quem ela pouco gostava e se orgulhava menos ainda.

Assim que chegara à Prefeitura, seguira para o jardim. Sentara-se num dos coretos de lá. Sentira um frio na barriga e uma vontade de chorar. Lágrimas rolaram.

- Por que está chorando?

Milly não sabia ao certo se conhecia aquela voz. Mas, era uma voz bonita. Erguera o olhar rapidamente para fitar o dono dela.

- Eu... Ah... Não é nada.

- Posso me sentar? - ele questionou.

- Pode, claro!

O rapaz sentara-se ao lado dela. Ele cheirava muito bem. Ele mascava chiclete. Tinha um sorriso impecável.

- Você é...

- Léo Imperial! - ele estendera a mão em cumprimento a ela - Da Imperial Band!

- Legal! - ela o cumprimentara de volta - Milly Emily... De Pedra Dourada!

Sorriram juntos.

- Está chorando por causa do bebê?

Ela franzira o cenho.

O Desaparecimento de Milly EmilyOnde histórias criam vida. Descubra agora