Capítulo 11: Revelações Macabras

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Horas Antes do Crime...

Milly Emily estava se sentindo um lixo. 

Toda aquela discussão com Idja, a coisa envolvendo Peixoto, a insistência de Pedro, de Thalita. Ela só queria sumir daquela maldita festa, daquela maldita cidade, daquela maldita vida.

Estava tão confusa depois da discussão com Idja e da pressa em se afastar de Pedro, que acabou pisando no pé de um grandalhão bem na porta da boate.

- Desculpa! - ela mal o olhara, seguia seu caminho.

Não sabia bem para onde ela queria ir, nem sabia se queria ir para algum lugar.

Continuou vagando pela cidade, pelas ruas quase desertas de Pedra Dourada. A noite começava a ficar gélida.

Estava quase na frente da Prefeitura Municipal de Pedra Dourada, andando cabisbaixa, quando notara que estava sendo seguida.

Olhou para trás e se deparou com duas figuras conhecidas. Dois rapazes.

- E aí, gata.

Ela franzira o cenho, parara de andar.

- Que é, Luiz? - questionara, quase parando de caminhar - Estão me seguindo por quê? Não tenho nada aqui pra vocês.

- Relaxa, gata - dissera Arthur - A gente só quer conversar.

Milly sorrira, agora estava parada a poucos metros dos dois rapazes. 

- Conversar o que? 

Luiz tirara do bolso um canivete.

- Não corre!

Milly arregalara os olhos e, sem muito tempo entre o pensamento e a ação, seguira em disparada na direção contrária à que ela vinha, Arthur e Luiz seguiram atrás dela.

                                                                              * * * 

Peixoto sentira-se muito lisonjeado em ter sido chamado pela Prefeita Cida Mello para encontrar-se com ela no Gabinete na Prefeitura.

Para ele, sempre era um prazer estar com a Prefeita. Ele amava sentir o cheiro do poder que emanava de gente como ela.

O careca estava sentado numa das poltronas de veludo verde-oliva que compunham o Gabinete, a Prefeita, por sua vez, ocupava sua cadeira de espaldar alto do outro lado da mesa de vidro, as pernas cruzadas, os scarpin pretos brilhando. 

- Peixoto, como não sou de dar voltas, eu serei direta contigo: afaste-se imediatamente do Caso Milly Emily.

Peixoto franzira o cenho, mas, a mulher não dera espaço para que ele a questionasse a razão daquela medida tão drástica:

- Eu tenho fontes muito seguras, Peixoto. Eu sei do seu envolvimento com a menina, sei que, provavelmente, você era o pai da criança que ela estava esperando.

- Senhora, eu...

- Cala a boca! Eu não te chamei aqui pra te pedir explicações mentirosas, eu não nasci ontem, Peixoto. Sei muito bem que seu passado é um caos e não quero de forma alguma manchar a imagem das investigações por sua causa. Portanto, afaste-se do caso. Não, não, melhor ainda: Pegue férias, afaste-se da delegacia!

- Mas, eu peguei férias há pouco tempo, Prefeita.

- Peça uma licença, então. Apenas saia. 

Peixoto engoliu em seco. A careca começou a suar.

                                                                                               * * * 

O Desaparecimento de Milly EmilyOnde histórias criam vida. Descubra agora