Capítulo 4

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Acordei com a claridade a entrar pelos pequenos buracos dos estores, e por mais que a cama até estivesse agradável, levantei-me relutante, e dirigi-me à casa de banho, para passar a cara por água.

Era engraçado ver a quantidade de tempo que eu passava em casa de André. Provavelmente mais do que o que eu passava na minha própria casa. Mas eu tinha que aproveitar os raros momento em que o moreno vinha a Portugal.

— Bom dia! — saudei os irmãos Silva quando entrei na cozinha do apartamento.

— Bom dia, Vi! — o mais velho beijou a minha testa, e o mais novo apenas acenou com a cabeça, devido a estar com a boca cheia de cereais. — Senta-te aí que eu já te levo as panquecas.

— Panquecas? Tu estás a fazer panquecas? — perguntei admirada.

— Eu acho que ele acordou inspirado. Ou então a noite correu-lhe bem! — Afonso deu um olhar malicioso, tanto ao seu irmão, quanto a mim, forçando-me a revirar os olhos perante tal insinuação.

— Precisas de arranjar uma namorada, puto! Assim não mandas comentários desnecessários. — o irmão deu-lhe um leve estalo na nuca e eu gargalhei, perante a sua cara de chateado.

Entretanto terminamos o pequeno almoço, e após deixar tudo arrumado, decidimos ir até à praia, devido ao calor que se fazia sentir.

(...)

Decidimos passar primeiro pela minha casa, para que eu pudesse tomar um banho e vestir um biquíni, e acabamos por convidar o meu irmão, e a minha futura- cunhada, para que viessem connosco. Posteriormente, fizemos-nos à estrada, em direção a Matosinhos.

Já estávamos acomodados num local mais isolado da praia, para que André se sentisse mais confortável, e não estivesse sempre a ser incomodado para dar autógrafos ou tirar selfies com fãs.

Não é que ele não gostasse, longe disso. Mas era apenas uma questão de privacidade. A fama que o André tinha, embora boa, podia tornar os seus dias caóticos, e tirar-lhe a pouca paz e privacidade que o mesmo tinha. Embora o jogador adorasse os seus fãs, quando estava com a sua família, prezava bastante para que estes se sentissem confortáveis e não incomodados com o simples facto de ele ser reconhecido.

Observava os três rapazes a jogarem um pouco de futebol de praia. Embora todos eles jogassem bastante bem, era óbvio que o André acabava por se destacar. Corri os olhos pelo seu corpo, e não podia negar que o moreno tinha um físico invejável. Agradeci mentalmente por ter colocado os óculos de sol, e assim, não correr o risco de ser pega em flagrante, embora eu fizesse isso muitas vezes, e muitas delas, à descarada.

 — Vi?  —  a minha cunhada chamou.  — Aquela não é a Camila?

Olhei para o local que ela apontou, e logo uma morena de corpo esguio se destacou ao meu olhar, obrigando-me a fazer uma cara de desdenho. 

Camila era uma ex-namorada de André, que tinha a mania que era melhor que os outros, e apenas estava com André por causa da famae do seu dinheiro.

Não posso negar que, ao princípio, a morena parecia ser uma pessoa muito amável e simpática, mas com o passar do tempo começou a mostrar-se bastante incomodada com a minha amizade e do André, e acabou mesmo por admitir que nunca o amou e apenas queria fama.

Foi uma fase muito complicada para o jogador porque, por mais que ele negasse e dissesse que estava tudo bem, nós sabíamos que ele estava destroçado, porque realmente gostava da Camila.

SAFE HAVEN | André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora