— Vitória!— ouvi-o a chamar-me, mas isso apenas me deu mais força para correr pelo areal.
Eu sabia que estava agir como uma criança, fugindo dos problemas. Mas apenas não estava preparada para enfrentar André naquele momento. Precisava de esfriar a cabeça, antes que pudesse dizer algo que me viesse a arrepender.
Senti as suas mãos na minha cintura, e o moreno virou-me para ele, fazendo com que ficássemos cara a cara. Tentei libertar-me do seu aperto, mas quando o rapaz notou a minha atitude apenas intensificou a força que exercia sobre mim.
— Estás a magoar-me, André.— usei um tom de voz mais elevado, e o jogador soltou as suas mãos, dando-me assim uma oportunidade para escapar.
Tentei voltar a seguir o meu caminho mas, mais uma vez, fui interrompida pelo moreno. Desta vez, ele agarrou-me um braço, e puxou-me para trás de uma pequena barraca de madeira que havia ali, para termos um pouco mais de privacidade, talvez.
— Podemos falar como duas pessoas civilizadas que somos, sem que eu tenha que te prender?— questionou com um tom irritado.
Engraçado, agora ele queria conversar.
— Não. Não quero conversar.
— Deixa de ser teimosa, e vamos conversar, por favor!— mandou, e cruzou os braços.
— André, qual foi a parte do "não quero conversar", que não percebeste? Queres que te faça um desenho?— questionei irónica.
Tudo bem que eu podia estar a ser infantil, mas eu não estava em condições para ter uma conversa com André, e talvez se isso acontecesse, pudesse dizer coisas que eu definitivamente não quereria.
— O que se passa?— o moreno insistiu.— Eu sou o teu melhor amigo, podes confiar em mim!
— Posso mesmo, André?
— O quê? Mas que conversa é essa? É claro que podes confiar em mim. Alguma vez te desiludi?— franziu as sobrancelhas, como se estivesse bastante frustrado.
— Ora, deixa-me ver.— fingi pensar um pouco, levando uma mão ao queixo.— A última vez foi à cerca de meia hora atrás.
O moreno franziu ainda mais as sobrancelhas, e pediu para que eu explicasse o que queria dizer com aquilo.
Com um respirar mais pesado, apenas cruzei os braços, como se aquilo me fosse proteger mais, e encarei o moreno.
— Bem, o simples facto de me teres prometido que não ias voltar a falar com a Camila, e teres quebrado essa promessa, fez-me perceber que afinal não és o melhor amigo que dizes ser. O simples facto de me teres escondido que tinhas voltado a falar com ela, fez-me perceber que não confias tanto assim em mim, como devias. Mas o que me dói mais é saber que, depois de tudo o que ela te fez passar, depois de tudo o que tu sofreste, tu voltas-te para ela. Tu sempre voltas para ela. Independentemente do quanto eu me esforce para que tu te sintas bem, especialmente depois do que aconteceu, tu sempre voltas, e sempre voltarás para ela. E não há nada que eu possa fazer para mudar isso.— desabafei o que eu já sabia, mas eu própria não queria admitir.
O moreno ficou perplexo a olhar para mim, como se eu tivesse descoberto um dos seus segredos mais obscuros. O certo é que eu estava magoada. Eu não conseguia descrever o misto de sentimento que corria dentro de mim. Por um lado eu estava tão magoada com ele, que eu só queria chorar, e nunca mais olhar para a cara dele porque, por mais que não parecesse nada de mais, para mim era como uma traição. E, por outro lado, eu estava frustrada por ele estar a ser burro, por não ver que ela lhe iria fazer exatamente o mesmo que já tinha feito. Ela iria usá-lo para ter um pouco mais de fama, e depois, quando ela se cansasse, iria descartá-lo como se fosse lixo. E isso frustrava-me, porque eu sabia que ele iria recorrer a mim, para curar o coração partido. Mas desta vez seria diferente.
— Como é que descobriste isso?— questionou.— Por acaso andaste a mexer no meu telemóvel? — o seu tom era rude e desconfiado, como se eu realmente tivesse feito aquilo.
— Impressionante, André, impressionante! — bati palmas ironicamente.— É fantástico ver a confiança que tens em mim.— dei-lhe um olhar bastante magoado, e virei costas, saindo dali o mais rapidamente possível.
Sequei as lágrimas com as costas das mãos, e evitei a todo o custo olhar para trás para não me magoar ainda mais.
Eu sabia que, desta vez, ele não viria atrás de mim, porque não tinha uma justificação plausível para me dar. E, embora me custasse admitir, o que eu queria neste momento era um pouco de paz e sossego e, talvez, um pouco de distância do moreno, para poder por os pensamentos em ordem, e o coração no lugar.
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Heyyy 👋
Em primeiro quero pedir desculpa, porque sei que demorei um pouco mais de tempo para publicar este capítulo, mas foi porque ele não estava a ficar como eu queria...
Espero que tenha dado para perceber, mais ou menos, qual foi a história da Camila e do André e, mais tarde irão saber melhor porque é que a Vitória ficou tão magoada com esta aproximação dos dois... Se é que já não sabem (se é que me faço entender ;) xD)
Bem, espero que estejam a gostar e digam-me o que estão a achar, por favor. É muito importante para mim ter o vosso feedback, para saber se preciso de melhorar algo ou não xD
Muito obrigada, e mais uma vez desculpem a demora :)
Lots of love,
BITCHIAMGOD 🍀
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SAFE HAVEN | André Silva
Fanfiction« - Estás a apaixonar-te pelo meu irmão, Vitória? - o moreno encarou-me. - Não, André. - afirmei. - Eu sou apaixonada pela mesma pessoa à muito tempo. O moreno olhou-me, mais uma vez, antes de soltar a pergunta final. - E quem é essa pessoa? - És tu...