Capítulo 22 - A fuga

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ANNE

Já faz um ano que eu e Gilbert estamos juntos. A gente se aproximou muito e não consigo acreditar no fato de que estamos juntos. Às vezes, penso que ele está brincando com os meus sentimentos ou que isso é praticamente um sonho. Porque eu achava impossível que alguém me amaria como o Gilbert Blythe me ama.

Quando eu estou insegura, Gilbert sempre percebe e através das suas atitudes, ele me mostra o quanto sou importante para ele.

Agora que ele abriu a sua clínica, ele é oficialmente doutor. E às vezes, fazendeiro. Mas não sei como ele consegue arranjar um tempo para passar comigo. Faz de tudo para aproveitar a minha presença. E com isso, eu me sinto tão amada.

Marilla continua a mesma, apesar de ficar mais cansada do que o normal. Então, eu estou praticamente cuidando dela e fazendo a maioria das coisas, por mais que ela retruque dizendo que não precisa de ajuda. É oficial, Marilla está se tornando uma idosinha, até óculos ela está usando. Mas a cada dia, ela mostra o quão forte é. Ela é o meu exemplo de mulher.

Hoje é sábado, Gilbert não trabalha hoje. Ele geralmente nessa hora ajuda o Bash, na fazenda. Não sei como dizer isso, digamos que durante esse tempo, quando estamos juntos, a gente passa um pouco dos... limites. Ele não para de falar que quer casar comigo, que está doido para começar a nossa vida juntos. Eu não sei para que essa pressa toda.

Ele sugeriu morar aqui em Avonlea, e disse que cuidaria da fazenda do Matthew para Marilla com o maior prazer. Por mais que ele não goste de ser fazendeiro. Ele sabe que aqui é muito importante para mim e que eu não quero sair daqui. Eu não acho justo casar e deixar a Marilla sozinha, assim como ele também não concorda.

Mas eu tenho medo de me casar. E se eu casar e me decepcionar depois? Eu penso em tantas possibilidades.

Eu acordei mais cedo e preparei o café para Marilla e o almoço para o Gilbert. Acredite ou não, eu aprendi a cozinhar. Coloquei o almoço na cesta e Marilla ficou arrumando a casa.

Jerry ajuda às vezes na fazenda. Ele também abriu o negócio e ajuda aqui sempre que pode, assim como o Gilbert.

Eu fiquei pensativa sobre o nosso casamento durante o caminho, eu conheci o Gilbert Blythe, e ele é totalmente o oposto que eu pensava dele. Ele me surpreende a cada dia. A gente briga quase todos os dias e ele tem mais paciência que eu. Mas tem vezes que consigo irritar ele. Mesmo assim, ele ainda está aqui. E sempre resolvemos as pazes com beijos intensos.

Cheguei e vejo o Gilbert capinando. Sem blusa. Começo a ficar com calor e percebo o quanto ele ficou forte. Está mais definido. Ele está usando luvas e está suado.

Hoje está mais calor que o normal, Gilbert percebe a minha presença e mostra um sorrisão. Ele limpa a testa por causa do suor, coloca a blusa que estava no chão e vem na minha direção.

- Ruivinha! – Sim, hoje eu adoro todos os apelidos que ele usava antes do namoro e agora eu simplesmente amo. – Veio me ver?

- Oi, Gilbert. Fiz almoço pra você. – Eu sorri.

- Uau, quem diria que Anne Shirley-Cuthbert faria um almoço para mim, hein? – Ele sorri debochado. Revirei os olhos.

Nós entramos na casa e percebi que a casa está vazia. Gilbert foi à pia da cozinha se lavar e coloquei a cesta em cima da mesa. E fiquei observando a casa e percebi que não tinha ninguém. Estremeci.

- Cadê Mary e Bash? – Gilbert olha para mim confuso.

- Eles foram passear mais cedo. Daqui a pouco, eles voltam. Achei que foi por isso que você trouxe o almoço, cenourinha.

Sentimentos de fogo - ShirbertOnde histórias criam vida. Descubra agora