Cale-se

• Continuação •

Natanael:

Nunca imaginei que minha esposa iria me deixar para se tornar uma porra de uma stripper. Aquela vagabunda ainda me paga caro por isso, se fingindo de quietinha e santa, quando é na verdade uma puta qualquer. Odette era a esposa perfeita, que não reclamava de nada, estava sempre em dia com seus afazeres e acima de tudo me amava. Até o dia em que eu realmente comecei a mostrar quem era, ela passou a se fechar para todos - até para mim - e vivia como uma mocinha em perigo, mas não tinha quem a salvasse porque quem a colocava assim era, na lógica a pessoa que deveria a salvar, eu. Agora estou furioso e só o que consigo pensar é que tenho que tirar minha filha de perto desta mulher e depois a acorrentar em um porão abandonado, para morrermos juntos. Lucinda não merece uma mãe como esta, certeza que tem vergonha de sua mãe na escola. Ninguém quer ter uma mãe stripper. Ela não pode ser de outro homem, Odette é e sempre será a minha mulher e nada, nem ninguém poderá mudar isso. Fecho os olhos tentando manter o controle, vim para Califórnia em busca de Odette e Lucinda. Quando cheguei descobri as traições de Odette, então simplesmente entreguei a cabeça de Jack para a gangue rival. Como poderia? Jack e eu éramos amigos de infância, ele sempre morou comigo em Forx e assim como a maioria de nossos amigos, veio para Califórnia. Eu o mataria se isso não colocasse meu plano em risco.

Agora a vagabunda está sob os cuidados de Oliver Goldemberg, um agente poderoso. Se aliou com a mafiaz mesmo sendo da lei para obter o poder que tanto queria. Ele é muito poderoso e se quero minha mulher de volta, terei que agir com calma. Já tenho quase todo um plano em minha mente, não querendo me achar, mas sou muito espero pra esse tipo de coisa. Oliver já sabe que sou eu quem estou por trás disso e com certeza alertou a vagabunda da Odette. Estão escondidos. Contudo, agora estou fazendo uns serviços a mais para a máfia a quem entreguei a cabeça de Jack e em troca, eles me entregarão Oliver e todos os que estiverem escondidos com ele. Estão observando e seguindo Lucke, seu irmão a uma semana, precisam que ele pise em falso e fazendo assim, eles poderão achar Oliver, minha mulher e minha filha. Quando fui preso Lucinda não sabia de nada, ela não fazia a mínima ideia de que eu era, na verdade um psicopata agressor de sua mãe e paguei muito bem o local onde fui detido para também fecharem suas bocas para a mídia. Espero que ela continue não sabendo de nada ou Odette irá se arrepender de ter nascido.

Olho para meu terceiro serviço para a máfia, arrancar segredos de um homem, ou arrancar partes dos seus membros, estou gostando disso. Dou mais um soco no homem amarrado a uma corrente pendurado no teto que o deixa de pé. Apanhou tanto que não tem forças nem para manter seu corpo firme, por isso pedi para deixarem-no assim, amarrado como o animal que é a uma corrente. Ele cuspiu sangue junto com o dente que arranquei no soco e me olha sorrindo. Não está disposto a contar. Como não tenho paciência, fiz um servicinho a mais que a máfia não esperaria, ele vai ter que contar de um jeito ou de outro. Esse homem a minha frente está a frente do tráfico humano que sua máfia faz, é ele quem avalia as mulheres a serem sequestradas, certa vez ele quase conseguiu pegar minha mulher no beco quando ela estava entrando no seu local de trabalho, mas eu já os estava vigiando e então decidi o pegar primeiro. Péssima ideia. Odette fugiu de mim naquele mesmo dia, mas eu não ia ver alguém que não seja eu tocando naquele corpo. Eu tive que intervir, a câmera no beco me pegou e por esse motivo Oliver soube que eu já estava solto. Tenho algo preparado para ele também. Pego a faca que me é disponibilizada junto com várias outras ferramentas na mesa atrás de mim e me volto para ele novamente.

- Sabe? Você deveria colaborar com a gente. Sabe do que somos capazes e ainda assim consegue fingir de durão.- Aliso levemente a lâmina com o dedo.- Incrível!

- Eu nunca vou contar nada a vocês!

O sotaque francês me fascina. O homem vive aqui desde seus dezoito anos, hoje já tem trinta e cinco, ainda assim seu sotaque é fortemente francês, impenetrável. Sorrio. Ele não sabe o que fiz. Apesar de ser um somente mais um pau mandado dos inimigos, este homem tem informações a respeito da máfia inimiga que agradará muito a quem estou fazendo serviços, afinal, quem está em minha frente neste momento trabalha para ela. Viro-me para o homem que está parado na porta e faço sinal para que ele pegue nossa surpresa.