« Luke »
Me perder naquela floresta com Michael foi a melhor coisa que pôde acontecer, eu não só fui atrás dele contra a sua vontade mas indiretamente o impedi do suicídio naquele dia.
É tão estranho pensar que algo te faz tão mal que chega ao ponto de se convencer que não há outra saída se não a morte.
Não, Mike não queria morrer, só não queria mais sentir sufocado e pressionado o tempo todo; ele tinha vida, emanava luz.
Ter pedido ele em namoro, foi uma das melhores escolhas que eu fiz. Éramos tão jovens, tão burros e ninguém acreditava que soubéssemos alguma coisa sobre o amor. Bom, aqui estamos nós.
Como chegamos até aqui foi um pouco complicado - com aqui eu quero dizer arrumando as coisas da nossa própria casa - mas nenhum marco da nossa relação foi comum. Não há nada de comum entre nós.
Quem diria que eu, Luke Hemmings, a pessoa mais atrapalhada e detalhista iria se dedicar tanto a provar ser o melhor para alguém. Talvez eu sempre soubesse que o que realmente queria era Michael e não uma nota boa na porra de um trabalho.
Aliás, passámos de ano com a melhor nota em acampamento, mesmo que quase tenhamos causado uma confusão por termos sumido quando estávamos na responsabilidade de dois professores.
O que eu estava falando?
Oh, sobre como chegamos aqui...Namorar Michael Clifford foi realmente um desafio, não por ele, mas pelo pai dele. Eu me meti em todas as brigas que pude, enfrentei sempre que consegui, usei toda a minha arrogância com Daryl, tudo para que Mike não fosse se quer tocado pelo pai.
Essa foi uma fase difícil, meu Floquinho não parava de se culpar e dizer que eu não passaria por nada daquilo se não fosse por ele, que ele era um peso e o melhor seria terminar. Sabe como aquilo me doeu?
Foram meses até acontecer o pior...
Daryl estava inconformado com o fato de não poder descontar tudo em Michael, porque desde aquele dia que levei o colorido para minha casa, eu soube que Daryl batia nele. Então, ele não tinha mais alguém para usar de saco de pancadas e transformar a vida em um inferno.
Chegou um momento em que o mais velho começou a bater em Karen, era difícil, pois a mesma escondeu o máximo que pôde. Até Mike demorou a descobrir, já que eu conseguia tirar ele de lá no mínimo três vezes na semana.
Karen virou a nova válvula de escape de Daryl, escondeu os hematomas, colocou um sorriso no rosto e fingiu que estava tudo bem. Só agora eu pude entender que ela só não queria que Mike tivesse que aguentar o pai novamente.
Bom, Daryl passou a beber, e ficar mais agressivo que o normal, daí não teve como esconder o monstro que ele era, e aconteceu a tragédia.
Daryl estava bêbado, queria forçar Karen, mas como ela se recusou, ele partiu para cima dela. Ela correu e atravessou a rua fugindo do marido, o mesmo estava mais lento que o normal e ao atrevessar a rua, foi atropelado.
Essa foi a pior parte, o acidente.
Daryl passou três dias na UTI, três dias esse que passei com Mike e Karen no hospital já que os dois se recusaram a sair de lá. Me partia o coração ver Karen praticamente chorando o tempo todo e Michael não estava diferente.
Depois desses três dias, Daryl teve uma parada cardiorrespiratória e veio a óbito. Karen entrou em desespero, se culpou e teve que ser internada para o próprio bem dela. E eu, bom, fiz questão de cuidar de Michael.
Foi horrível, ele sentia como se não houvesse mais sua família mesmo que eu reafirmasse o tempo inteiro que estava com ele. No início, ele não queria ficar na minha casa e praticamente passei a morar com ele na antiga casa dos pais.
Depois de seis meses, Karen saiu da clínica. Nesse tempo eu já tinha um trabalho e Mike fazia alguns bicos e já nos sustentávamos sem precisar recorrer a meus pais ou a pensão que Karen tinha direito pela morte do marido. Quando ela recebeu alta, disse que iria embora, pois não aguentava as lembranças que a casa lhe trazia.
Eu ainda quero me bater por ter deixado Mike ser levado por sua mãe. Um ano, UM FUCKING ANO, longe do meu namorado. Nesse ano eu falava com ele todo santo dia, trabalhei duro para conseguir dinheiro e construir algo só nosso. Eu não sabia, mas Mike estava fazendo o mesmo.
Mike finalmente voltou e eu não hesitei em pedi-lo em casamento, queria tanto mostrar ao mundo que era ele quem queria para o resto da vida. É ele, sempre será.
Finalmente ele veio morar na casa de meus pais, mas só durante alguns meses, que foi quando consegui comprar nossa casa. Aos poucos fomos mobiliando, conforme o dinheiro ia possibilitando.
E cá estamos nós, arrumando as coisas que ganhamos de presente do nosso casamento.
Ainda não acredito que algumas horas atrás eu estava casando com o Mike, MICHAEL CLIFFORD é meu marido! Vai se foder, esse é o melhor dia da minha vida, sério.
— Amor, olha isso! — Mike disse mostrando dois pijamas igualmente estampados com temática do Batman.
— Que fofo! A cara do Andy dar algo assim...
Um terceiro conjunto caiu, só que menor, infantil no caso. Luke tratou de pegar do chão e mostrar para o marido.
— Acho que alguém está sugerindo que façamos um pequeno Clifford-Hemmings. — Disse com um sorriso malicioso.
— Já disse que não posso engravidar, Luke.
— Não nos impede de tentar, e outra, quem sabe eu possa gerar um filho seu.
Michael começou a rir. Luke era exatamente o mesmo de anos atrás, o mesmo por quem Mike se apaixonou, o que o ajudou a superar os problemas, quem sempre esteve ao seu lado e quem ele escolheu amar para o resto de sua vida.
Luke não conseguia se conter com a idéia de que teria uma semana inteira de lua de mel para aproveitar, longe de todos. Até de Calum e Ashton, que além de serem o casal mais grudento que se pode conhecer, ainda insiste em arrastar Mike e Luke para suas aventuras. Outro ponto para o acampamento, Cashton.
Michael não via a hora de comemorar o casamento com Luke em seus braços, e quer saber, por que ele tinha que esperar? Faria isso agora mesmo!
•°•°•
Ois
Essa é o último capítulo ;-;
Obrigada por acompanharem :'-)
Acabou
Fim
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Losts [ Muke ]
FanfictionMichael e Luke estão por conta própria no meio da floresta - ou como diria Michael, no mato - agora eles terão que aprender a conviver e sobreviver, até que consigam voltar pra casa ou serem encontrados. As vezes é preciso se perder para se encontr...