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  Michael acordou quando os primeiros raios de sol surgiram, ele olhou o loiro em seus braços, sorriu com a cena, simplesmente a coisa mais adorável que ele já viu. Ao mesmo tempo que aquecia seu coração, fazia sua mente trabalhar, gritando para que ele se afastasse o máximo que pudesse.

Era tão injusto, tão incerto e tão confuso.

Com cuidado para não acordar o outro, o colorido se levantou, deixando Luke acomodado, pegou sua mochila e assim que a abriu se deparou com seu estojo que continha seus remédios. Por alguns minutos ele tinha esquecido daquilo, dos remédios, dos traumas e todos os porquês'.

Era tão estranho, a dois dias atrás ele tinha todo um caminho traçado, tinha certezas e quem sabe até garantias, mas agora é como se tudo tivesse virado fumaça.
Afinal, você não pode enganar o destino e saber todas as respostas, não é assim que funciona, você tem que ter a incerteza e a sabedoria de viver um dia de cada vez.


•°•°•

Luke acordou com o canto dos pássaros. Demorando alguns segundos para raciocinar onde estava. Ele se virou, vendo o colorido sentado, com as costas apoiado em uma árvore.

— Hey... — o loiro disse com a voz rouca, por ter acabado de acordar.

— A Bela adormecida por fim acordou. — O colorido cantarolou, com um pequeno sorriso no rosto.

— E a branca de neve ficou aliviada com isso. — Devolveu, coçando os olhos. — Que horas são?

— Que diferença faz?

— Não ia cair nenhum pedaço por ser educado, sabia? Era só dizer que não sabia.

— Mas aí eu estaria mentindo e acho que isso não seria educado da minha parte.

— Você tem um jeito estranho de desejar bom dia, mas eu tive uma noite legal, então não vou cair na sua birra.

— De nada.

Luke revirou os olhos, era totalmente contraditório a forma que a aleatoriedade de Michael só lhe fazia mais interessante. Ele então foi até sua mochila, que por sinal não estava muito longe do colorido, tirou de lá sua escova de dente e creme dental, seguindo para o rio.

Porque o errado parece tão certo? Ou seria fazer o certo que parece tão errado? Talvez não fosse errado afinal.

Quando Luke voltou, Michael estava comendo e isso fez o estômago do loiro clamar por comida.

— O que você tem aí? — Perguntou descaradamente, sem se importar em esconder o interesse.

— Hmm é um esquilo que eu assei na fogueira, falta um pouco de sal mas tudo bem. — Ele deu de ombros, continuando a comer.

— Isso é desumano! Michael, eu não acredito! Como você foi capaz? — O loiro praticamente gritou, sentindo toda a indignação em sua própria voz.

— Ué, eu estava com fome. Vai dizer que também não está?

— Não à ponto de comer um pobre esquilo. Pelo amor de Deus!

Michael sorriu ao levantar, era a primeira vez que realmente via Luke bravo e por mais contraditório que fosse, aquilo era muito fofo.

Ele andou até o loiro que já estava de costas, levando consigo o pedaço crocante de bacon. Não era possível que Hemmings tivesse cogitado que aquilo fosse realmente um esquilo.

Losts [ Muke ]Onde histórias criam vida. Descubra agora