party

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No dia seguinte, Mina não veio trabalhar e nem Genny apareceu, embora tenham se mantido em contato conosco avisando sobre tudo que estava acontecendo. Ah, e também respondi a mensagem do Shawn confirmando minha ida à festa e o horário. Conversamos pouco depois disso, ele deveria estar muito ocupado com o álbum.

***

Era quinta e teve o enterro de tio Jorge depois que trouxeram o corpo para Toronto, foi a coisa mais triste. Faltei faculdade e a patinação naquele dia para ir. Eu nunca tinha visto Marina e Genevieve daquele jeito. Elas estavam arrasadas e nem sequer usavam óculos de sol para esconder as olheiras.
Depois do enterro, fomos na casa de Mina prestar nossas condolências de um jeito menos corrido que no enterro e partimos pra casa.
Quando eu cheguei em casa, lembrei que a festa seria naquela noite. Não tinha cabeça, mas palavra eu tinha. Eu iria naquela festa, mesmo sem ter cabeça. Comecei a me arrumar cedo, não iria deixar o Shawn esperando. Como era inverno, certamente a festa seria num lugar quente, então não me preocupei em me aquecer muito. Coloquei um vestido preto, bem básico, o primeiro que estava no armário quando abri. Nos pés um tênis normal, sem ser de corrida. Tudo preto. Eu realmente estava vestida conforme meu estado de espírito naquele dia. Nem passei perfume e nem maquiagem, fui praquela festa totalmente desleixada. Esperava que Shawn entendesse o recado. Quando ele chegou, eu estava na cama meio deitada e meio sentada na beira da cama. Foi aí que meu celular tocou, ele estava ligando para eu descer. Nem atendi, apenas apareci na janela. Eu sabia que ele estaria olhando. Desci sem pressa e dei um beijo em Papa antes de ir com Shawn.

— Boa noite, Kai. — Sorriu para mim. Ele era tão simpático e fofo que às vezes doía.

— Boa noite, lil Shawn. — Forcei um sorriso, mas acho que ele percebeu que eu não estava bem.

— Não está boa pra você, está? — Perguntou preocupado, esquecendo de ligar o carro e arrancar.

— Não. Mas vamos indo. — Suspirei e me recostei na cadeira.

Então ele ligou o carro e fomos. Questão de 30 minutos até chegarmos na casa onde seria a festa. Era uma casa comum, nada de mansão ou coisa do tipo. Naquele dia tinha nevado pouco e o chão estava quase limpo, ou seja, ainda tinham umas pessoas couro-de-jacaré do lado de fora. E não, elas não estavam devidamente agasalhadas para os -8°C que estavam fazendo. Shawn estacionou numa das poucas vagas disponíveis perto da casa e descemos. Assim que abri a porta senti o frio como um tapa de uma mão gigante no meu corpo todo, mas consegui chegar até lá dentro mesmo assim.

— Está com frio? — Sussurrou enquanto caminhávamos em direção à casa e estendeu seu casaco recém tirado do corpo.

— Sim. Obrigada. — Coloquei por cima dos meus ombros e segurei o agasalho fechando-o com as mãos.

Não deu nem 10 segundos e nós já estávamos lá dentro. O som tocava alguma música tão alta que estava quase estridente. Sorte que a casa tinha um bom isolamento acústico, o suficiente para não incomodar os vizinhos. A música era alguma que eu não conhecia, visto que eu não costumava ir muito em festas. Devolvi o casaco de Shawn agradecendo mais uma vez enquanto ele cumprimentava vários conhecidos na entrada e me apresentava a eles.

— Quer que eu te traga algo? — Disse antes de ir em direção ao que estava funcionando como bar.

— Pode ser. Mas nada forte que vá me deixar bêbada. — Então ele sumiu no meio da infinidade de pessoas pessoas que não sei como cabia naquela sala.

Em alguns segundos ele já estava de volta segurando um copo de cerveja comum e outro de algum coquetel de fruta.

— Você gosta de coquetel de morango? — Perguntou me oferecendo o copo.

If I Can't Have You|| S.M. (cancelada)Onde histórias criam vida. Descubra agora