Executivo

Egoístas

  Tudo começou quando acordei na sexta-feira e como já havia Avisado o Eduardo mas ele nunca se lembrava liguei para ele antes mesmo de sair de casa.

- Bom dia, Edu?

- Bom dia, Lise, precisa de algo?

- Não na verdade liguei apenas para te lembrar que tenho médico as oito, que vou chegar apenas mais tarde e  que você tem uma vídeo conferencia as nove não se esqueça.

- Obrigada por me lembrar, mais alguma coisa?

- Sim, eu não quero ir - digo de uma vez. - E você eu já agendei a sua comida espero que vá comer ai.

- Cancela pra mim eu vou sair pra almoçar.

- A vai? Quer que eu agende em qual restaurante hoje? No de sempre?

- Sim, mesa para duas pessoas por favor. 

- Ok, o Gabriel vai com você? - pergunto fingindo estar desinteressada. - Só pra dizer caso perguntem.

  Droga como não aprendi a dar desculpas sendo amiga da Emily.

- Eles não vão, é só dizer meu nome, mas caso precise é com a Bianca.

- Vocês estão se entendendo que ótimo.

Digo mesmo sentindo meu estômago embrulhar de raiva.

- Não diria que estamos nos entendendo ela só me ligou hoje para sairmos.

- Ok, mais alguma coisa?

- Não, me liga quando sair.

  Depois disso me arrumei e fui para o médico e havia apenas uma pessoa na minha frente, pedi para a Emily ir na farmácia e comprar um teste estava extremamente ansiosa então antes mesmo de entrar no consultório fiz o teste mas o médico me chamou no exato segundo em que coloquei no xixi então apenas guardei o teste na bolsa e sai do banheiro.

  Expliquei tudo a ele e resolvi contar minha suspeita então ele marcou um exame de sangue e pela cara dele era quase certeza de que eu estava grávida.

- Olha eu acho que pode ser qualquer outra coisa, qualquer outra menos gravidez.

- Olha se for está tudo bem, acidentes acontecem mas você é uma mulher independente, bonita, tem quem a apóie e não pensa como um impedimento a criança não é só isso ela é muito mais.

  Fiquei alguns segundos pensando.

- Ainda assim o problema maior seria o pai, a criança não seria nada perto dele.

  Sai do consultório e ele me acompanhou, fui para uma sala ali mesmo tirar o sangue para fazer o exame e como demoraria vinte minutos fui para uma lanchonete ao lado do consultório, infelizmente tive que voltar pois o cheiro me enjoou logo de cara.

- Já imaginou? Um bebezinho na nossa casa rindo e brincando com as minhas velas e meu deus acho que estou mais ansiosa que você vou acabar decepcionada caso seja negativo - diz Emily feliz então a encaro indignada.

- Se quer tanto uma criança eu te dou ela pode ficar - digo brava e saio mas ela me segura antes mesmo de entrar no consultório.

- Você não quer? Analise eu sei que parece assustador mas é só uma criança e somos perfeitamente capaz de cuidar dela e o pai vai apoiar tenho certeza não tem o porque...

- Você não sabe quantas vezes o Eduardo disse que odiaria ter um filho agora, você não sabe, eu nem tenho uma vida,  eu mais fico no escritório do que em casa eu já cheguei onze horas da noite em casa e eu não posso com toda certeza parar com todos os meus planos agora.