Perdas...

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Voltava de viagem, mais uma entre tantas...e nesta em especial, meu irmão disse que ia me buscar, pois queria conversar comigo... não entendi o porquê da pressa, mas aceitei...porém ele nunca chegou. 

Liguei inúmeras vezes sem sucesso, preocupado mas ao mesmo tempo imaginando um imprevisto qualquer, voltei pra casa como de costume, táxi.

A notícia não demorou, quando policiais chegaram a porta e mal falavam quando os recebi, imaginei o pior..e de fato, ele faleceu num acidente de carro. De frente com um caminhão. Entramos em desespero...minha esposa, simplesmente não podia acreditar, eram muito apegados...tentamos poupar nosso filho, ainda pequeno mas já em condição de entender o que a morte significava..já que o mesmo sabia de sua condição. 

O sofrimento foi inevitável, as lembranças dos dois brincando pelo jardim...os jantares em família, as brigas por futebol..os porres e até o ciúme..se tornaram saudade.

Perdas...na vida, muitas vezes, acho que é o que mais temos.

Nem mesmo o sonho de infância realizado..nossa linda casa de campo...foi suficiente para aplacar seu luto, nossa vida como marido e mulher já não se consumava mesmo antes da morte de meu irmão, agora estava fechada apenas a ela e meu filho..a quem eu tinha acesso em poucos momentos pois ela o havia tragado para si.

A esta altura, a doença já havia avançado, os médicos já haviam dado pouco mais de um ano, dois... para que pudêssemos aceitar o destino..

Não havia mais diálogo, apenas monólogos descritivos ou informativos, como : O jantar está na mesa. Não me acorde pela manhã. O lixo já está lá fora.

Um sonho que virou o mais cruel pesadelo. Tantas noites mal dormidas, tantas viagens, tanto trabalho, tanta privação, tanta saudade, tanto dinheiro economizado, tantos anos de vida ali empregados...toda a história de uma vida...jogada fora. Era como me sentia diante de tudo...e por tudo isso... meus porres, agora sozinho, se tornaram meu melhor amigo.

Nem mesmo o sonho de infância realizado..nossa linda casa de campo...foi suficiente para aplacar seu luto, nossa vida como marido e mulher já não se consumava mesmo antes da morte de meu irmão, agora estava fechada apenas a ela e meu filho..a quem eu tinha acesso em poucos momentos pois ela o havia tragado para si.

A esta altura, a doença já havia avançado, os médicos já haviam dado pouco mais de um ano, dois... para que pudêssemos aceitar o destino..

Não havia mais diálogo, apenas monólogos descritivos ou informativos, como : O jantar está na mesa. Não me acorde pela manhã. O lixo já está lá fora.

Um sonho que virou o mais cruel pesadelo. Tantas noites mal dormidas, tantas viagens, tanto trabalho, tanta privação, tanta saudade, tanto dinheiro economizado, tantos anos de vida ali empregados...toda a história de uma vida...jogada fora. Era como me sentia diante de tudo...e por tudo isso... meus porres, agora sozinho, se tornaram meu melhor amigo.

Terror na florestaWhere stories live. Discover now