Capítulo Dois

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Não sabia ao certo que horas eram quando acordei, mas o sol ainda reinava do lado de fora. Como sempre, me espreguicei e fui direto para o banheiro passar uma água na cara — até porque ninguém merece me ver todo remelento. Quando levantei o rosto para ver a minha decepção, acabei tomando um susto e não foi pela minha cara de demônio queimando no fogo do inferno.

Havia uma linha vermelha enrolada por tudo que eu conseguia ver, inclusive em mim. Ela não apertava, apenas estava ali, enrolada no meu pescoço, braços, pernas e todo o resto. Obviamente estava ficando louco, mais louco do que o primeiro humano que se deitou com uma sereia — até porque sereias são um dos seres mais perigosos e bonitos de todo o mundo.

Tentei com todo o empenho do mundo cortar, quebrar, arrancar, desembolar a linha, mas o máximo que consegui foi acabar rasgando um pedaço da minha blusa. Troquei de blusa algumas vezes, mas ela continuava ali, enrolada em todo meu eu. Andei pela casa toda e aquela merda esticava, mesmo sem aparentar uma única deformação. Onde estão os antipsicóticos nessas horas?

— Moleque! — A minha mãe me chamou e eu levei um susto tão grande quase caí pra trás. — O que tu estás fazendo?

Mãe, se eu soubesse, seria ótimo.

— Nada não, só tentando lembrar de algo. — Juro que tentei não ser tão óbvio, mas sou péssimo mentindo.

— E essa cara de quem viu um fantasma?

— Nada não. — Dei um sorriso amarelo do tipo que diz “por favor, não pergunte mais nada porque eu ‘tô muito fudido” e ela me deixou ir embora. Amém.

Voltei correndo para o meu quarto e a linha veio comigo, reduzindo. Essa foi a melhor descoberta do ano, não nego.

Enquanto eu ainda tentava me acalmar dizendo a mim mesmo, como um mantra, que não estava louco, procurei meu celular em meio às cobertas. Achando, procurei os contatos das únicas pessoas que poderiam me ajudar naquele momento: Seokjin e Jimin. Liguei uma, duas, três vezes no número do Park, mas ele continuava me ignorando — sim, ignorar. Eu sabia que ele estava com raiva de mim.

— Jimin? Alô? Jimin! — Vocês não conseguem acreditar no tamanho da minha felicidade quando  atendeu.

— O que você quer? — Parece que alguém guarda ressentimentos, Coréia.

— Jimin, eu acho que estou enlouquecendo! — Juro que escorreu uma lágrima de desespero. — Eu preciso que você venha aqui! E rápido!

— O que aconteceu? — Eu havia o desesperado junto comigo.

— Eu não vou saber explicar pelo telefone, só venha aqui e traga Seokjin. — Então desliguei a ligação, mas não sem antes ouvir a sua confirmação.

Sentei na cama e respirei bem fundo, mas bem fundo mesmo. Fora todas as piadas ou ironias possíveis, eu estava apavorado. Havia simplesmente acordado e passado a ver essa maldita linha emaranhada em tudo; era como um maldito rastro. Vermelho nunca foi a minha cor favorita e agora a vejo em todo lugar e isso me dava nos nervos! Isso é algum tipo de punição divina? Será que foi da vez que joguei sal grosso num fantasma que me assustou, ou quando zuei um Orc? Quem sabe, da vez que matei uma fada? — me desculpem fadas, mas vocês são minúsculas. Argh! Eu já havia feito tanta coisa errada — totalmente não intencional, juro.

Após alguns minutos, a campainha tocou e fui correndo em direção a porta. Não queria que a minha mãe atendesse e acabasse se preocupando comigo — não que eu não estivesse preocupado, eu estava e muito! Lá me esperavam os dois, impacientes e enrolados à linha.

Loveburn (Taegi)Onde histórias criam vida. Descubra agora