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Ponto de vista Namjoom

Saí do galpão (e me perdoem das palavras) puto da vida. Entro na van assumindo o volante e dando uma partida brusca que faz todos os meus colegas se assustarem, "ele não é assim" é o que deviam estar pensando, mas que se foda. Chego logo na delegacia para pegar meu carro e dirigo com concentração exagerada para casa, só lá poderia pensar direito. Assim que chego vou para a varanda e sem muita vontade começo a tragar um cigarro enquanto reviso meus pensamentos.
Praticamente perdi todo o meu dia atrás de bandidos, e com uma pergunta sem resposta. Ou que tinha uma resposta mais difícil de se chegar do que eu pensava. Realmente, sejam elas quem fossem, davam medo em todos que ás conheciam. Eduardo é muito famoso por ser duro na queda, muito bruto e que não se amedronta por nada neste mundo, mas mesmo sabendo dessa sua fama, eu vi nos seus olhos seu temor por essa gangue. Na verdade, parecia ser por apenas uma dessas tais garotas, a líder, creio eu. Sim, e ainda tem o que ele disse, que não saía de minha cabeça.

"E se encontrar com ela, é bom que tenha aprendido a blindar sua mente, pois esse é o Tabuleiro de jogos preferido dela."

Como assim uma pessoa podia fazer a cabeça da outra de Tabuleiro de jogos? O que era aquilo? Jogos mortais? Isso tá ficando uma palhaçada só. Elas amedrontam todos do seu meio, e ainda sabem fazer joguinhos? Eu tenho que pegar essas garotas, preciso saber quem são, preciso estudá-las, preciso mostrar para o meu pai que sou capaz de ser um policial de respeito.
Me levanto bruscamente de onde estava sentado, ainda na varanda, e jogo o cigarro 4 andares á baixo. Estava furioso, não consegui me controlar e comecei a socar sem piedade a grade enferrujada que me impedia de cair naquela varanda minúscula.

Eu - porra, porra, porra!

Não deixada de recitar lindos palavrões enquanto espancava a pobre grande, que por estar enferrujada, foi se quebrando e abrindo, machucando meus dedos mas eu não ligava. Estava lacrimejando, mas não ligava. Não conseguia nem ser a porra de um policial de merda, não conseguia nem arrancar uma informação de um bandido escroto.

Parei de socar a grade.

Eu não tinha muitos surtos, mas quando tinha eram fatais. Ainda bem que aquele teria sido apenas de leve. Voltei para dentro retomando minha consciência e procurando uma caixa de band-aids. Os colei os todos os meus pequenos ferimentos depois de trata-los e tomei remédios para dormir. Estava muito agitado e precisava descansar.

Ponto de vista Ju.

A Lovii foi uma idiota do K7 de ter derrubado aquela garrafa enquanto estávamos no galpão, mas o que ela fez mais tarde compensou tudo. Ela sabia brincar com a mente das pessoas, e mesmo apenas assistindo, vi isso no comportamento de Eduardo. Eu sou observadora, e com certeza ele estava totalmente nas mãos dela ali. Refletindo sobre aquilo, decidi ligar para a mesma, queria que me ensinasse, queria ser como ela, queria usar aquilo para vingar meu irmão.
Eram 2:00 da manhã quando saio do meu andar para encontrá-la no quinto, ou seja, na sede. Logo saio do elevador e me deparo com Lovii sentada no sofá, uma garrafa de whisky na mesinha em sua frente, com apenas a luz sobre a mesinha acesa. Tinha também uma dose em sua mão. Ela estava mexendo, mas parou quando pisei meu pé na sala. Então ela olhou para mim, vestindo com sua camisola que quase mostrava os seios e certamente curta demais para seu tamanho, ela iniciou nossa conversa:

Lovii - o que quer querida Ju? Ás... duas da manhã interfona no meu andar e pede minha ajuda, algo importante suponho eu. E então, o que é?

Eu - eu quero que me ensine. Não colocava fé em você até hoje, no galpão de Eduardo. Que se Dane como faz aquilo, quero que me ensine.

Lovii - *ela olha fixamente para sua dose, a qual mexe sem derramar sequer uma gota, então para de repente e, mantendo seu olhar fala* imagino que para vingar seu querido e falecido irmão, não?

E finalmente direciona seu olhar para mim, seu olhar penetrante, capaz de ver minha alma. Fico instâneamente surpresa, talvez tenha feito alguma expressão, já que ela deu meio sorriso antes de voltar sua atenção á ao whisky. Como ela sabia? A Rae nunca contaria sem minha permissão, mas então como...

Lovii - deve estar se perguntando como sei sobre essa sua valiosa e secreta informação hm? Mas realmente me surpreendo de você achar que eu não iria saber. Ouça, todas têm um motivo para estar aqui. Mang é uma gênia em computação. Rae é formada em teatro e sabe se disfarçar muito bem, assim como você. Mas além disso, você tem mais. Uma sede. Sede de vingança. E acredite em mim quando digo que não há força de vontade maior do que a de alguém injustiçado. Ah, dear... eu não deixaria você escorrer entre minhas mão assim, então claro que tive que lhe trazer para nossa querida gangue, precisávamos de você.

Ela fez  uma pausa, e eu soube que era minha deixa de falar.

Eu - você sempre surpreende não? Seja quem for, sempre terá algo novo á mostrar. Realmente me orgulho de tê-la como líder, mas sem falar muito de mim, responda-me.
Irá me ensinar?

Lovii - na verdade, serei sincera com você, como merece. Eu não posso te ensinar. Não sei como, realmente não sei, mas nasci com isso, sabe? Eu não tenho muito menos consigo fazer um manual de instruções para lhe ensinar essa "arte". Mas posso lhe dar uma dica, dear Ju. * ela fez uma pausa e olhou atentamente para mim, como se conferisse que eu estava atenta á cada palavra sua * Olhe sempre nos olhos de sua vítima. Você pode saber controlar cada nervo, cada neurônio do seu corpo para que nenhuma expressão transpareça, mas não pode controlar seu olhar. Você sabe, você vê quando eu olho fixamente dentro dos olhos de cada um não? Pois pronto, é assim que sei o que estão pensando, o que irão fazer em seguida. Temo, claro, que não irá conseguir arrancar um pouco da história de cada um, como consigo fazer. Mas lembre-se sempre disso, pode até parecer clichê, mas os olhos são e sempre foram as janelas da alma.

Quando terminou de falar, Lovii se calou e voltou a tomar sua dose. Eu ainda estava perdida entre meus próprios pensamentos e suas palavras, mas assenti e me levantei, andando em direção ao elevador. Quando chega, entro sem pressa, mas antes de fechar a porta, Lovii chama minha atenção, ainda direcionando seu olhar á sua dose.

Lovii - Ah, e mais uma coisa. Não tente fazer isso comigo Ju. Não tente ver minha alma por meus olhos. Sabe que não gosto que mexam nas minhas coisas. Caso contrário, sabe que sou capaz de fazê-la ficar cega.
É apenas um conselho, de amiga para amiga.
Boa noite querida.

Assento e volto a fechar a porta do elevador, realmente, ela conseguia fazer todos terem medo dela, até sua própria gangue.

criminal queens ; knjOnde histórias criam vida. Descubra agora