strange dream

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Ponto de vista Namjoom.

*dia seguinte*

Acordo ainda tonto pelas bebidas de ontem.
Ontem...
Ah sim, ontem. Meu Deus, ainda não consigo lembrar de tudo, tinha bebido que só o cacete, penso enquanto faço uma nota mental de nunca mais beber daquele jeito. Me levanto sem muita vontade da cama agradecendo aos céus por termos saído numa sexta, logo eu poderia ficar em casa o dia todo. Tiro minha roupa e entro no chuveiro, sentindo cada pingo de água fria cair em minha pele quente me fazendo relembrar os acontecimentos do dia anterior.

Strip poker, nós estávamos bebendo...
Rae e Hope, Tae e Ju saíram...
Eu fui no banheiro...
Eu quase transei com a Lovii...
Rae caiu da janela...

A cada flashbacks que vinha em minha mente da noite passada,me deixava ainda mais confuso. Primeiramente vem o fato de que eu quase transei com uma garota praticamente desconhecida, e depois vem o fato de que a amiga dessa garota, que por sinal estava com o meu amigo, caiu de uma janela. Com certeza isso não aconteceu transando, é literalmente impossível. Então o que ela estava fazendo? Será que ela teria se envolvido em uma briga?

Eram perguntas demais para uma ressaca e dores de cabeça responderem.

Saio do meu banho e sento na cama ainda de toalha, fazendo-me ter mais um flashbacks muito claro da noite passada.
Eu e Lovii.
As mãos dela no meu pescoço.
Eu por cima dela.
Passo as mãos no meu rosto na tentiva de afastar as cenas de minha mente, então meu celular vibra indicando uma ligação. Falo com Jimin e marcamos de nos encontrar em uma cafeteria dali próxima, logo me arrumo e vou ao seu encontro.

Ponto de vista Rae.

Foi tudo muito rápido.
Eu estava procurando em uma gaveta de uma escrivaninha ao pé de uma janela, convicta de que a porta estava trancada assim como eu havia deixado, mas como uma chave reserva pode mudar seu destino, não?
Um mulher, seu vestido vermelho como fogo.
Depois eu só consegui sentir a pressão do meu corpo ao se chocar com o chão abaixo de mim.
Deitei minha cabeça, havia sangue.
A última coisa que lembro é Ju correndo em minha direção.

"Rae?... AH MEU DEUS, RAE!"

E tudo ficou escuro.

Acordei, estava viva, mas não no meu corpo. Sabe quando nós sonhamos, e conseguimos nos ver sem estarmos em nosso corpo, como se fossemos narradores de nosso próprio sonho? Era assim que eu estava.
Mas não era eu que eu via no sonho.
Lovii? Como assim?
Ela estava sentada em um banco de bar, tomando Jack Daniels, o que não era muito difícil de se ver. Mas não parecia a mesma Lovii de sempre, estava estremamente magra, havia olheiras profundas abaixo de seus olhos, parecia cansada, exausta, na verdade. Ela deitou sua cabeça no balcão e ficou assim por alguns minutos, tempo suficiente para que eu examinasse o lugar onde nos encontrávamos. Era um bar, mas não era o Euphoria, as pessoas eram diferentes, não eram coreanas, não eram asiáticas.
Estávamos na Europa?
Olho mais um pouco e vejo uma bandeira fixada com tachinhas em um mural, era verde, amarela e azul, com algumas estrelas em branco, a qual não conheci reconhecer, além de ter algo escrito em uma língua que não entendia. Dirigo novamente meu olhar para Lovii, que já está se retirando do local, e eu rapidamente me coloco a segui-la. Ela sai cambaleando, visivelmente embriagada e fraca, podia ver que estava sem comer havia dias, logo cai em cima de um banco que ali estava e por alguns minutos penso que está dormindo, mas a verdade é que estava desmaiada. Chego mais perto dela e sento ao seu lado, ela cheirava a cigarro e a whisky, sua maquiagem estava borrada, sinal de que havia chorado. Estava vestida com uma calça, um top e sua jacketa de couro de sempre, mas não era a Lovii que eu conhecia. Parecia ter perdido seu poder.
Não.
Parecia que haviam roubado seu poder.
Tento ajeitar seu corpo para que não ficasse com dor depois, mas como se fosse um fantasma, não consegui interferir em nada. Olho para seu rosto por mais alguns segundos e demoro a perceber que há uma mulher parada á nossa frente, olhando fixamente para Lovii. Seu traços eram familiares, mas não como se eu já tivesse visto ela, apenas como se os traços de seu rosto me lembrassem alguém distante. Ela então, depois de uns dois minutos encarando minha amiga, pronuncia as seguintes palavras:

Xx-Ora, ora, ora, se não é a tão temida Lovii, a criminosa mais perigosa de Seoul? Quem diria, bêbada, desnutrida e do outro lado do mundo. O que á leva a estar em São Paulo, hein?

Ela para por um segundo afim de escutar uma resposta. Não a tendo, continua seu monólogo, como se tivesse grande intimidade e rancor da garota desmaiada ao meu lado.

Xx-Você me deve algo sim? Por todo o inferninho que me fez passar com minha família, com meu primo, ano passado, não é mesmo vadia? Vamos lá, vou pegar essa sua jacketa bonita e você vai ficar desmaiada ai se não quiser que eu atire no meio desse seu rostinho de puta.

Ela então arranca a jacketa do corpo de minha amiga brutalmente, e como que com nojo. Foi quando ela vestiu a peça que olhou de novo para Lovii e arregalou os olhos, logo depois abrindo um sorriso vitorioso. Curiosa, eu sigo seu olhar e vejo o por que de seu espanto. Minha amiga estava com um top de renda, que deixava seu abdômen, exceto os seios, expostos.
Mas ele estava violado.
Me assustei quando vi a cena.
Na altura de suas costelas, que estavam á mostra ainda sob a pele por causa de sua desnutrição, haviam cortes, longos e recentes. Havia ainda sangue coagulado nos mesmos, que se estendiam de seu umbigo, passando por suas costelas e indo até suas costas. Contando dos dois lados, haviam um total de sete. Como que automaticamente dirigi meu olhar á seus antebraços, que também estavam violados. Haviam quatro cortes não muito fundos em cada um de seus braços, ainda mais finos agora. Estavam espalhados desorganizadamente sobre sua pele, mas ainda estavam vermelhos. Talvez cometidos á mais tempo do que os abdominais.

Meus olhos testemunhavam o que minha cabeça não queria e nem conseguia processar.

Era Lovii, mutilada. Por si mesma.

A mulher á nossa frente riu e só então me dei conta de que estava chorando. Parecia que o tempo havia parado, e se isso não fosse um pesadelo, não saberia o que fazer.

Xx- Olhe só, parece que a senhora fodona andou tentando se suicidar. Que tal eu ajudá-la, hm?

Então ela pegou um celular de dentro da bolsa que carregava e ligou para alguém, proferindo algo sobre vir buscá-la. Minha cabeça girava, minha visão estava novamente escurecendo e tudo que pude ver antes de me levantar do banco e correr para o bar onde aquilo havia começado foi Lovii sendo levada por dois homens altos e fortes, juntamente com a tal mulher atrás deles, com um sorriso demoníaco em seu rosto.

"B.B. bar"

Foi o que consegui ler na placa acima de minha cabeça antes de desmaiar novamente e sentir o asfalto gélido sob meu corpo.

criminal queens ; knjOnde histórias criam vida. Descubra agora