III

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Bruno não ficou muito tempo na casa da sua irmã. Simplesmente não poderia fugir do problema para sempre, pois estava casado com ela. Encontraria alguma forma de contornar o problema e seguir em frente. Beatrice teria que colaborar de alguma forma, apenas tinha medo do que poderia acontecer.

Chegou em sua casa pela tarde, o sol estava se pondo. Era o seu momento do dia preferido, pois o céu ganhava cores diferentes, e ficava obcecado tentando acertar as cores que podiam compor aquele cenário.

Deu um sorriso, tentaria pintar uma aquarela depois daquela vista depois.

Quando saiu da carruagem, uma mão enluvada pousou na sua.

Seu coração acelerou.

Era Beatrice.

Não conseguia acreditar que ela estivesse ali para recebê-lo.

— Beatrice. — sorriu.

— Bruno. — afastou-se para ele descer da carruagem. — Fico feliz que tenha retornado, eu precisava falar com você.

Ele assentiu, oferecendo o braço para ela.

— Gostaria de conversar com você aqui fora, sem ouvidos dos empregados.

— Como preferir.

Bruno não poderia deixar de ficar curioso sobre o que ela queria falar tão longe dos empregados. Poderia ser a conversa que tanto ansiava, e gostaria muito que fosse. Então compreenderia a razão de se afastar da casa e dos empregados.

— Como está sua irmã?

— Muito bem.

— Ela perguntou sobre mim?

— Sim.

— Mandarei uma carta pedindo desculpas pela minha ausência.

— Ela sabe o motivo da sua ausência, não precisa se preocupar.

Beatrice apertou seu braço levemente.

— Não quero que ela pense coisas ruins sobre mim.

— Realmente não precisa se preocupar.

— Entendo, são muito próximos, não é mesmo?

— Desde pequenos nos damos muito bem. Amo minha irmã, e não consigo viver sem ela.

A condessa assentiu e se afastou dele.

— Esses dias que passou longe, pensei muito sobre nós. Acho que não estamos lidando bem com toda essa situação. E, Bruno, eu entendo que sou uma esposa horrível, nunca tentei de fato gostar de você. Por mais que eu tenha dito que eu mudaria, nunca mudei. Continuei mantendo os mesmos erros.

Bruno passou a mão pelos cabelos, pensando em cada palavra que havia sido dita por ela.

— Beatrice...

Ela fechou os olhos, como se estivesse com medo das palavras.

— Não feche os olhos essa noite. — aproximou-se dela. — Apenas olhe para mim. — Beatrice o encarou. — Não sabe quantas vezes eu chorei por você. Quero ser apenas eu, não uma fantasia. — o rosto dela ficou tenso quando ele disse aquilo. — Deixe-me mostrar como posso ser um bom homem, quero apenas uma chance. Kiara disse para eu ter paciência, e eu juro Beatrice, essa é a coisa que mais tenho tendo esses tempos. — uma lágrima desceu pelo rosto dele. — Eu sou o único que te ama, o único que precisa de você.

— Bruno...

— Eu apenas quero ter você. Esperarei por você o tempo que for necessário.

— Por que é tão bom comigo? — lágrimas brotaram nos olhos dela. — Eu não mereço.

— Não tem culpa do que aconteceu. — passou o polegar debaixo do olho dela.

— Eu poderia ter sido melhor.

Bruno a puxou para um abraço.

Sentiu ela se aconchegando nos braços dele, como nunca havia feito antes. Sentiu uma enorme ternura naquele momento que estava nascendo entre eles. Guardaria em suas memórias mais doces.

— Ainda seremos felizes, Bruno.

— Sim, nós seremos Beatrice.

Não feche os olhos essa noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora