dez.

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- Mágico Sporting de Braga, nascido a 21, vermelho e branco é a tua cor! - cantamos juntamente com a claque minhota que estava presente no Estádio do Bonfim sem que os nossos olhos abandonassem o campo por um segundo que fosse

Infelizmente, o meu irmão não fora um dos onze escolhidos, mas, pelo contrário, a mais recente adição do meu grupo de amigos, João Palhinha, começara o jogo de início. E, mesmo contra a minha vontade, durante vários momentos do jogo o meu olhar caía sobre o moreno.

A segunda parte já decorria à dezassete minutos e a equipa bracarense já se encontrava com uma vantagem de dois golos no marcador quando Fransérgio deu lugar à estreia do meu irmão pela equipa principal. Escusado será dizer que eu, Vanessa e Mariana gritamos efusivamente com a entrada do número 77 da equipa arsenalista, mas, nenhum dos gritos se equiparou ao momento que se seguiu.

Aos 73 minutos, Palhinha recuperou a bola no meio campo e iniciou um contra-ataque que terminou com mais um golo nas redes da equipa da casa.

Golo de Francisco Trincão, assistência de João Palhinha.

A bancada com os adeptos visitantes foi à loucura, e eu e as minhas melhores amigas não fomos exceção, as lágrimas já ameaçavam os meus olhos, Vanessa repetia inúmeras vezes "o meu menino marcou" e Mariana gritava pelo nome do meu irmão juntamente com a claque. Numa questão de segundos os jogadores decidiram vir festejar com os adeptos e claro que não perdi a hipótese de abraçar o meu irmão que vinha acompanhado por João Novais, de um lado, e, Palhinha, do outro.

- Parabéns, Parabéns, Parabéns! - murmurei vezes sem conta quando Francisco se agarrou a mim e a Vanessa que foi, de seguida, puxada pelo meu irmão para um beijo

- Isto foi para ti! - Palhinha, que entretanto se havia agarrado a mim, quase gritou no meio da confusão com os adeptos que tentavam chegar aos jogadores. Sorri.

Até ao final do jogo ainda celebramos o golo de Pablo Santos a dois minutos do fim do tempo regulamentar. Sporting Clube de Braga - 4, Vitória de Setúbal - 0, e a equipa minhota avança para a final four da taça da liga.

Antes das equipas recolherem aos balneários, os minhotos vieram, como sempre, agradecer o apoio dos adeptos e, alguns deles chegaram mesmo a oferecer as suas camisolas.

Ao contrário das minhas melhores amigas que se dirigiram ao meu irmão, eu acabei por fazer o caminho oposto ao delas e caminhar até Palhinha que falava com um rapaz que presumi ser o seu irmão, Gonçalo, devido às semelhanças. Ao sentir a minha presença o número sessenta sorriu e puxou-me para um abraço.

- Parabéns e obrigada! - agradeci a dedicatória que me fizera anteriormente

- Desta vez foi uma assistência, da próxima é um golo! - falou, ainda sem me largar

- Ficarei à espera, Palhinha! - desafiei

- Mas vou querer uma recompensa! - o seu típico sorriso convencido apoderou-se do seu rosto o que levou a que eu murmurasse um "Vai sonhando" ao perceber onde o lisboeta queria chegar e comecei a caminhar até Francisco para ir, mais uma vez, congratula-lo - Carolina! - gritou, o que me fez virar e encontrar um João Palhinha com a sua camisola esticada na minha direção

- Obrigada Palhas! - agradeci com um sorriso enorme no rosto e deixei um beijo na sua bochecha andando definitivamente até ao meu irmão

Estava feliz, demasiado feliz para uma pessoa que não suportava o médio.

Entre Nós || João PalhinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora