dezasseis.

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A viagem foi feita ao som das musicas que passavam na rádio, visto que, após a primeira hora da viagem João por adormecer profundamente não conseguindo completar a sua missão de descobrir o local para onde o levava. 

Gonçalo, o irmão do moreno, tem sido o meu ajudante para conseguir trazer o jogador da equipa minhota a sua casa, Lisboa. Por isso, quando finalmente paro o carro em frente a uma vivenda moderna e bonita, a primeira coisa que vejo é Gonçalo à porta um tanto ou quanto impaciente para ver o irmão.

Acabo por sair da viatura e caminhar na direção de Gonçalo deixando de parte a timidez e o nervosismo que me assolavam.

- Olá Gonçalo! - sorri

- Obrigado por trazeres o meu irmão a casa! - Gonçalo proferiu puxando-me para um abraço mas o seu olhar desviou-se para o meu carro à procura do Palhinha mais velho

- O teu irmão veio a viagem praticamente toda a dormir, por isso é melhor irmos acorda-lo! - um sorriso de quem preparava algo sorriu no rosto do mais novo que pegou no meu pulso e apressou o nosso passo em relação ao carro.

Gonçalo abriu cuidadosamente a porta do carro e nos segundos a seguir já estava a dar um cachaço na testa do mais velho.

- Foda-se caralho, quem foi o anormal? Gonçalo eu vou te matar! - Palhinha gritou - Calma, Gonçalo? - a cara de confusão do médio levou a gargalhadas da minha parte e de Gonçalo

- Bem vindo a casa maninho! - um sorriso cresceu na cara do moreno que se apressou a abraçar o irmão - Anda cá Carolina! - após abraçar o irmão aproximou-se de mim envolvendo-me num abraço - Obrigado, eu precisava mesmo disto!

- Ei, eu não te trouxe a Lisboa para ficares abraçado a mim! - brinco com o lisboeta que agarra na minha mão e caminha atrás de Gonçalo para a sua casa

- Mãe, Pai! - Gonçalo grita 

- Gonçalo, quantas vezes já te disse para não gri-, João, filho! - D. Susana correu até João que a abraçou com saudade

- Porque é que não nos disseste que vinhas? - o patriarca da família perguntou após abraçar o filho

- Pois, eu também não sabia que vinha! - murmurou enquanto coçava a parte de trás da cabeça - Esta é a verdadeira culpada de eu estar aqui, pai, mãe é a Carolina Trincão, Carolina, o meu pai João e a minha mãe Susana!

- Olá querida, é um prazer conhecer-te! João porque é que não nos disseste que namoravas?

- Oh não, nós não namoramos, eu sou amiga do João! - apressei-me a dizer sentindo o meu rosto ruborizar

- Sim, somos amigos! Ela é irmã do Trincão, o meu colega de equipa. - João explicou - A avó está onde? - senti o moreno ao meu lado ficar apreensivo e apressei-me a fazer pequenas festas nas costas do jogador arsenalista

- Ela está no quarto! - Gonçalo respondeu ao irmão com um sorriso triste no rosto

- Podes vir comigo? - João pergunta-me o que me apanha de surpresa pois pensava que queria ter o seu tempo com a sua avó mas assinto que sim 

Sou encaminhada pelo médio bracarense pelos corredores da sua casa e pelo caminho vou observando as molduras da família Palhinha. João pára em frente a uma porta e o seu lado apreensivo volta.

- João! Vai correr tudo bem, ela vai ficar muito feliz por te ver! - asseguro o rapaz abraçando-o de seguida

- Tenho medo que ela esteja pior do que aquilo que imagino. - assume 

- Tens de ser forte por ela. Ela quer-te ver feliz por estares aqui junto a ela!

- Obrigado, por tudo! - Palhinha agradece depositando um beijo nos meus cabelos antes de ganhar coragem para entrar no quarto

- Avó, olá! - João chama a atenção da senhora que se encontra deitada na sua cama e o sorriso que se rasga no seu rosto ao ver o neto é das coisas mais bonitas que já vi 

João encaminha-nos para mais perto da senhora que assim que consegue agarrar na mão do moreno não hesita em fazê-lo.

- Avó, esta é a Carolina, a miúda mais espetacular que já conheci! 

- João! - resmungo batendo-lhe no braço por me fazer corar - Olá D. Helena, é um prazer conhece-la, o João está sempre a falar de si!

- Ela é muito bonita! - a avó do Palhinha elogia-me com a sua voz trémula e fraca o que me faz corar ainda mais

- Mais gira que ela só a avó! - a mulher sorri levando a mão do neto até aos seus lábios deixando lá um beijo carinhoso

Era bom ver João feliz ao pé da família, ao pé da sua avó, mesmo que não fosse pelas melhores razões. 

Ele estava feliz, e eu estava feliz também.



Entre Nós || João PalhinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora