Chefe

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Adrien Agreste não sabia exatamente o que fizera se interessar pela sua já tão amada Ladybug. Seria o fato da garota estar claramente deslocada? Seria o momento em que ele a viu se surpreendendo com o chão imitando um perfeito espelho? Seria sua fantasia tão inovadora e cômica, além de completamente sexy? Ou seria aqueles olhos azuis vidrantes? Sinceramente, o loiro não sabia.
Tudo o que sabia era que a azulada aparecia sem pedir licença em seus pensamentos. E aquilo estava deixando-o louco. Louco de saudade e de curiosidade.
O modelo pensara dia após dia quem estaria por trás daquela máscara. Máscara esta que estava devidamente guardada em seu quarto.
Adrien estivera pensando se a joaninha se lembrava dele. É claro que se lembrava, ela prometera pra ele, não prometera?
Mas o fato de não esquecer não significa necessariamente manter contato... E pensar nisso, deixava o loiro arrasado.
Naquela noite, Chat Noir colocara no bolso de sua amada Ladybug um número de telefone, telefone este que era um dos muitos celulares que ele tinha. Não que ele gostasse disso... apenas o trabalho exigia indiretamente.
O Agreste torcia para que a azulada ainda não tivesse visto tal papel, só assim ele poderia suportar a ideia de que ela vira mas escolhera não contata-lo.

-Adrien Agreste- disse seu pai extremamente nervoso.

O mais novo engoliu em seco. Droga. Fizera de novo.

-Perdão?- respondeu ele colocando sua mão em seu pescoço.

-Aonde raios você está nesse últimos dias? Porque focado no trabalho claramente não é.

O mais novo fitou o mais velho. Ele tinha razão, não conseguia focar em nada que não fosse sua lady.

-Desculpe- disse em um som fraco.

Gabriel simplesmente olhou-o com desprezo. Infelizmente, o garoto ainda não havia se acostumado a ser desprezado pelo pai, abalando-se quase que imediatamente.

-Você já é adulto. Tem suas responsabilidades, não pode mais agir como um garoto mimado.- continuou em um tom ríspido.

Foi a vez de Adrien olhar-o com desprezo. Mimado? Ele? Gabriel só podia estar de brincadeira. Era verdade que o loiro tinha muitos bens, mas a única coisa que realmente importava era sua liberdade, amizade e o amor que por pouco nunca provara. Engolindo todo o ódio que insistia em sair pela sua garganta, o modelo forçou-se a oferecer um fraco sorriso.

-Certo.- disse sem animo.- Prometo me focar mais de agora em diante.

Gabriel deu-lhe um sorriso sarcástico. O que aquele garoto estava pensando? Será que depois de 23 anos ele ainda não havia entendido suas responsabilidades?

-Nossa, estou realmente agradecido por me doar sua atenção.- grunhiu o mais velho.

Respirando fundo, Adrien assentiu levemente sua cabeça e se dirigiu pela porta. Ele tinha que tirar Ladybug de sua cabeça imediatamente. E ele faria de tudo para conseguir realizar tal ato.

                                        🐞

Marinette Dupain- Cheng estava atrasada. Não que fosse algo incomum, mas desta vez, ela estava realmente atrasada. E o pior de tudo: os documentos assinados deveriam estar na mesa do Senhor Agreste há exatos 49 minutos e 17 segundos.
Tentando manter a calma e todos os papéis em suas mãos, a azulada adentrou a enorme mansão Agreste.

-Senhorita Cheng, está atrasada.- a secretaria disse assim que a avistou.

-Eu sei, mil perdões, é que o táxi quebrou aí eu tive que pegar um...- foi interrompida pela mais velha.

-Não é a mim que deve explicações, senhorita. O senhor Agreste está esperando-a na segunda porta à direita.

A garota assentiu levemente com a cabeça e foi confiante à direção dita por Nathalie. Certo, talvez ela não estivesse tão confiante assim, mas não precisava demonstrar isso para terceiros, né?

-Com licença- disse ao passar pela porta entreaberta.

Um garoto loiro que aparentava ter mais ou menos sua idade, se encontrava sentado na cadeira atrás de uma enorme mesa, cuja estava coberta de papéis burocráticos.

-Marinette Dupain-Cheng- disse ele meio ríspido- finalmente nos presenteou com sua presença, apenas 55 minutos atrasada.- ele continua olhando o relógio.

A garota engole em seco. Certo. Ele não é Gabriel Agreste o que é um alívio, mas parece que o discípulo não é muito melhor. Respirando fundo, a azulada se senta.

-M-me p-perdoe... t-tive a-alguns imp-previstos-gargarejou.

O loiro fitou-a com seus intensos olhos verdes e um divertido sorriso apareceu em seus lábios.
Ela estava nervosa e isso definitivamente estava provocando-o. Ele poderia tirar proveito disso, não poderia? Será que ele conseguiria esquecer sua lady ao lado de Marinette? Isso ele realmente gostaria de saber.

-Senhorita Cheng, estou realmente surpreso. Achei que apenas seus desenhos eram lindos, mas estou vendo que a desenhista também é.

A garota arqueou uma sobrancelha e o fitou. Aquilo era realmente sério? Há dois minutos ele estava irritado com ela e agora estava mostrando interesse? Ótimo, era só o que faltava. Revirando os olhos internamente, ela forçou-se a dar um sorriso.

-Hm, obrigada pelo elogio- disse enquanto se mexia desconfortavelmente.

-Acho que você deve saber que eu sou Adrien Agreste.- ele disse usando seu sorriso mais charmoso.

-Sim.- ela respondeu seca.

Adrien a encarou e tentou imagina-lá com um belíssimo vestido vermelho sangue onde bolinhas pretas eram salpicadas em sua extensão. Analisou cada detalhe de seu corpo tentando encontrar as curvas que o vestido ressaltava... mas não conseguia ver semelhança alguma. O garoto encarou-a olho no olho e imaginou-a com uma linda máscara, máscara que ele conhecia todos os detalhes depois de encara-lá por horas e mais horas.

-Certo. Acho que vamos nos ver bastante por aqui.- o loiro comentou desviando o olhar da garota.

Ela assentiu e se dirigiu a porta deixando-o novamente sozinho.

                                        🐞

A azulada ainda estava parada em frente à porta, agora fechada. Ela mantinha sua mão em seu pingente de joaninha presa por uma correntinha de ouro. O que tinha acabado de acontecer?
Adrien Agreste estava irritado com ela? Ou estava dando encima dela? E o que foi aquele olhar que parecia que estava despindo-a?
A garota balançou todo o corpo afim de espantar seus pensamentos. Ela não estava ali para se apaixonar pelo seu chefe.
Marinette, contente com seus pensamentos começou a prestar atenção na enorme mansão. Avistou quase que imediatamente vários detalhes que lembravam borboletas, cada com uma característica diferente. Percebeu as belíssimas colunas que a sustentavam, e admirou com um suspiro a belíssima arquitetura do lugar. Tudo aquilo era incrivelmente bem posicionado e combinado.

-Senhorita Cheng, pode me acompanhar?- Nathalie despertou-a de seus pensamentos.

Sem pensar duas vezes a garota a seguiu por longos corredores repletos de portas, cada uma com um quarto cheio de coisas diferentes.
Até que, ambas pararam em frente à uma porta totalmente detalhada.

-Aqui é seu ateliê, onde você irá trabalhar.

Marinette abriu a porta adentrando o enorme espaço e percebeu, pela primeira vez que ali era seu lugar.

Un Amour Anonyme...Onde histórias criam vida. Descubra agora