Nunca mais

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Marinette Dupain-Cheng olhava sua mão entrelaçada a de Adrien, percebendo como se encaixavam perfeitamente, como se fossem feitas uma para a outra.
Ainda não conseguira achar palavras para explicar a alegria que pulsava juntamente as batidas de seu coração. Ela e Adrien estavam completamente apaixonados um pelo outro. Por um minuto, a garota não conseguia achar obstáculos para acabar com aquele recente amor. As coisas estavam tão perfeitas que ela ao menos conseguia se lembrar de seu estado depressivo de semanas atrás.
Tudo estava perfeito.
Perfeito ate demais, ela reconhecia.
Agora tudo se tornara muito mais fácil de se perder. Tinha o emprego dos sonhos, tinha amigos a quem contar, tinha uma família que sempre estaria ali para ela e tinha Adrien.
Milhares de cenas dela perdendo cada coisa que amava adentraram a sua mente. Pela primeira vez em muito tempo, Marinette estava com medo da felicidade.
A garota balançou levemente a cabeça afim de afastar esses pensamentos. Ela não poderia viver constantemente com medo de ser feliz, com medo de amar e ser amada.
Adrien agora se encontrava a alguns metros da estilista. Seus cabelos loiros acompanhavam a brisa leve do vento. Tinha seus olhos verdes feito esmeraldas vidrados em seu celular. Mesmo de longe, Marinette percebeu que estava preocupado. Adrien precisava de sua mãe.
Para a azulada, ajudar os outros sempre foi de sua índole. Mesmo que fosse de emprestar um lápis a ir atrás de uma mulher que não queria ser encontrada. Marinette simplesmente ajudava, fazia o possível e o impossível.
Perdida em pensamentos sobre o loiro, a garota se flagrou pensando em como seria um futuro com Adrien, Emilie e Gabriel. Viu-se complemente feliz ao lado do modelo, realizando diversos vestidos para o sogro e tendo a sogra como uma segunda mãe. Definitivamente Marinette queria isso, e com toda certeza do mundo, ela não queria perdê-lo.
Mas, quase como ironia do destino, a garota sentiu seu celular vibrar. Não sabia ao como, mas tinha certeza que era o destino vindo rir na sua cara.
Com relutância, abriu a mensagem piscante.

Chat Noir:
Hey my lady, acho que precisamos conversar.

                                       🦊

Alya Césaire estava empolgada. Se encontrava diante de seus primeiros convidados: Seus pais.
Ambos olharam a filha com ternura e a abraçaram enquanto Nino se sentia realizado.

-Céus, está mesmo acontecendo.-sussurrou a ruiva enquanto lágrimas de alegria rolavam pelo seu rosto.

-Estamos tão contentes por vocês!-mãe da alya falou.

-Nino-quase rosnou o pai de alya- acho que está na hora de conversarmos sério.

🌹

Tikki Dupain estava fitando um lugar fixo na parede. Seus pensamentos de encontravam dispersos. Dispersos em alguém que ela nem ao menos conhecia. Era incrivelmente estranho o fato de um garoto invadir seus pensamentos quando tudo o que ela sabia dele era o seu nome. Nunca nem tinha visto pessoalmente.
Claro que ela não tinha como escapar disso, afinal a voz de Plagg era aí mesmo tempo rouca e suave. Fazia a garota estremecer com um simples suspirar. 

-Tikki? Você tá no trabalho, lembra?- seu chefe rosnou.

-Ah sim, desculpe.

No fundo e com um sorriso maldoso se encontrava Chloé Bourgeois. A loira ainda não tinha superado o fato de que Marinette tomara seu lugar. Na verdade, após esse "incidente", Chloé se tornara três vezes mais insuportável.

-Perdeu alguma coisa?- perguntou a loira se aproximando.

-Olha Chloé, vê se me deixa em paz ok?

-Oh não! A ruivazinha de araque não está num bom dia? Vou ter que deixá-la em paz, droga.- Chloé ironizou.

-Pode fazer o que quiser, mas nós duas sabemos que suas mãos estão atadas. Desde que perdeu seu dinheiro você não passa de uma abelha inconveniente.-Tikki voltou a se concentrar no trabalho.

Chloé sentiu seus nervos à flor da pele e nem ao menos pensou duas vezes quando derramou chá gelado em Tikki.
E em um piscar de olhos, as duas estavam se batendo com comida.

                                         🦋

Gabriel Agreste (novamente) se encontrava furioso. Saber que quase conseguira Emilie de volta e a perdera era horrível. Mas uma vez ele tinha de lidar com a perda.
Se despendesse dele, isso não ficaria assim. Ligou rapidamente para Plagg. Estava na hora de ter sua família de volta.

Gabriel: E então?

Plagg: Ainda não tive notícias... mas creio que logo a acharão...

Gabriel: Você crê? Estou dependendo da sua crença?

O Agreste gritou. Respirou fundo tentando  manter a calma.

Plagg: M-me perdoe...

Gabriel: Tá, seja uma pessoa útil e faça as malas de todos eles, para assim virem direito pra cá.

Plagg: Certo.

Gabriel: Ou melhor, quero você aqui hoje mesmo. Traga a mala de todos, vai adiantar o processo.

Plagg: Mas senhor eu...

Gabriel: Sem negociação senhor Kwami.

E sorrindo vitorioso, encerrou a ligação.

                                       🐈

Adrien Agreste sentia que devia uma explicação à Ladybug. Claro que agora, pouco sentimento havia em relação a ela. Mas mesmo assim, ele não  fora criado para deixar uma garota morrendo de amores por ele enquanto seguia feliz ao lado de outra. Sendo assim, colocou a mão na consciência e fez o que julgava ser certo.

-Tem um lugar, que minha mãe ama... algo sobre tumba, não sei.-começou ele.

Marinette relia pela décima vez a mensagem de Chat Noir. Ainda incrédula.

-Han? Ah sim... vamos preocupa.-disse tentando se focar.

Adrien sorriu e entrelaçou suas mãos nas dela. E foi esse simples toque que fez com que a garota sentisse que tudo ficaria bem. Aconteça o que acontecer.

                                         🦚

Emilie Agreste se encontrava diante da tumba de Julietta. Ela tinha plena consciência de que ali não era exatamente um lugar muito agradável, mas pelo menos, afastava o romance no ar. A loira não sabia exatamente por que seu coração a chamara de volta para Verona. Claro, tinha seu encanto e possuía cada detalhe perfeito, como se fosse um conto de fadas. Entretanto era exatamente por isso que ela prometera a si mesma nunca voltar. Por que contos de fadas não existem. A vida real é dura demais para isso.
Sentada enquanto observava o túmulo, Emilie se pegou pensando em Adrien e no quanto ela estava feliz por ver que ao menos, o amor fora gentil com seu filho.
Não que ela não tivesse sido feliz com Gabriel, mas de fato, houve-se mais momentos tristes do que felizes. E por um instante, teve saudade dos momento bons.

-Ah Céus, finalmente te encontrei.

Emilie virou sobressaltada para trás. Marinette e Adrien estavam bem atrás dela.

-Me prometa que nunca mais vai ficar longe de mim.- Adrien grunhiu.

Un Amour Anonyme...Onde histórias criam vida. Descubra agora