Padrinho

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Tikki Dupain se encontrava em uma linha tênue de estar feliz e irritada. O simples fato de Marinette estar nos braços de um certo loiro fazia-a se orgulhar de si própria. Por outro lado, além de ela mesma não ter alguém para amar, ainda tinha de suportar Chloé.
Sem saber como, chegou ao conhecimento da loira que Tikki havia contribuído para que perdesse o voo.
E como se já não bastasse ter de vê-la todos os dias, Chloé Bourgeois estava fazendo de sua vida um inferno.

-Sabe o que eu acho Tikkizinha? Que o universo conspira a meu favor. Me pôs pra trabalhar do ladinho da minha inimiga. E eu sou a chefe.- Chloé disse seguido de uma risada maléfica.

Era isso que Tikki tinha que ouvir todos os dias. Ignorar "valentões" nunca fora tão difícil para a avermelhada. Mas Chloé era sua chefe.
Como obra do destino ou não, o dono do estabelecimento adentrou a porta. Era dia de ver o empenho dos empregados.
Tikki sorriu com a maldade estampada em seus olhos. Ela sabia exatamente o que fazer.

                                       🐈

A ficha de Adrien Agreste ainda não caira por completo. Estava diante de sua mãe depois de tanto tempo. Mas era quase como se não estivesse.
O coração do garoto palpitava fortemente. Se sentia feliz mas ao mesmo tempo confuso. Tinha tantas perguntas...

-Se importa em me dar outro abraço?- perguntou Emilie.

Então se abraçaram. Este era o décimo abraço seguido, mas para o loiro, ainda era pouco. Por mais que não encontrasse palavras para descrever tal momento, Adrien sorria. Ainda incrédulo. Ele tocava os fios loiros de sua mãe, olhava dentro dos seus lindos olhos verdes e deixava as lágrimas rolarem. Ele tinha pensamentos constantes do que faria quando a visse, tinha até feito um "roteiro" em sua cabeça. Mas agora, com ela ali, olhando-o com ternura, tudo havia sumido.

-Eu senti tanto a sua falta...-disse o garoto quando encontrou sua voz.

-Ah meu bem, eu senti muito a sua também.- ela disse chorando e voltando a abraçar seu filho.

Como um flash, sua ficha caiu. Estava nos braços de sua mãe, tão amada mãe. Estava seguro e pela primeira vez em muito tempo, se sentia completo.
Uma coisa ficara clara para o garoto: nada do que ele poderia planejar seria melhor do que esse momento que vivera.

🐞

Marinette Dupain-Cheng caminhava pelas belíssimas ruas de Roma, acompanhada por Plagg.
Ambos estavam tentando dar aos Agrestes um pouco de tempo e espaço. Eles precisavam disso.
A verdade era que Marinette não sabia ao certo o que pensar e muito menos como agir. Podia sentir o amor pulsando em seu peito apenas de olhar para o loiro, mas não sabia se era recíproco, e mesmo que fosse, não era a hora e nem o lugar para descobrir.
O pior de tudo era que agora, além de ter que enfrentar o senhor Agreste, tinha a senhora Agreste. Marinette também não sabia o que pensar sobre isso.

-Então, Mary, ainda não tivemos o prazer de nos conhecer...-começou Plagg.

A azulada afastou os pensamentos e sorriu. Era verdade, estava em Roma fazia dois dias e não tinham conversado direito. Ela gostaria de saber quem estava tomando conta de Adrien.

-Verdade, então Plagg, o que você gostaria de saber sobre mim?

O garoto a encarou. Por um segundo, Marinette viu sua pose de detetive surgir. Prendeu a respiração.

-Por que não me conta do dia em que você conheceu o Adrien?

                                        🏹

Lê Chiến Kim não tinha o que fazer. Podia sentir o tédio tomando conta de seus dias. Claro que tudo passava quando via Alix, mas infelizmente isso só acontecia à noite.
O garoto vestiu-se. Estava na hora de encontrar alguma coisa pra fazer.
E então teve uma ideia. Nada melhor do que um bom mergulho, certo?

                                       🐢

Nino Lahiffe precisa ser rápido em sua decisão. Estava ao lado de Alya enquanto ambos procuravam um par para Marinette. Não era uma tarefa tão difícil, mas sua melhor amiga precisava do melhor acompanhante que pudessem encontrar.

-Nino, acho melhor você chamar o Adrien mesmo, tipo, ela tá lá nos braços dele né, não tenho dúvidas que eles vão começar a namorar... E o que melhor que um casamento pra aproximar os dois?- a garota falou toda empolgada

O garoto riu. Sim. Tinha certeza de que pelo menos um beijo iria acontecer entre os dois. Mas ele e o loiro não eram tão amigos assim, haviam conversado apenas uma vez, porque ele fora seu chefe.

-Mas nós não conhecemos ele, Alya.

-O que importa? Se ele começar a sair com a Mary vamos ter que ser amigos dele também. Imagina só: encontros duplos.- a ruiva começou a fazer planos.

Nino riu novamente. Certo. Pelo que pode conhecer, Adrien era uma boa pessoa. Discou rapidamente o numero do garoto e esperou.

Nino: Adrien, aqui é Nino, o Dj...

Adrien: Fala cara, tudo bem?

Nino: Tudo sim e você? Como estão as coisas aí? A Mary tá bem?

Adrien: Tudo ótimo, ela tá bem sim, na verdade acabamos de achar minha mãe.

Nino: Nossa que ótima notícia, então quer dizer que vocês vão voltar logo logo, né?

Adrien: Isso mesmo, logo logo voltaremos pra Paris.

Nino: Então, tenho um convite pra te fazer...Tipo eu sei que não somos tão próximos assim, mas o que você acha de ser meu padrinho?

                                         🌸

Rose Lavillant estava atônita. Fitava o envelope branco em suas mãos. Seu coração estava disparado.
Passou os dedos delicadamente pela superfície lisa onde estava o endereço. Tudo o que estava escrito era: França, Paris.
Pensou em todas as pessoas que poderiam mandar uma carta, mas não encontrou ninguém. Eram poucos que sabiam se sua atual situação e tinha certeza que não fora nenhum deles. Os Couffaine haviam declarado guerra contra ela.
Respirou fundo e abriu lentamente. Não havia nada além de uma passagem só de ida para Paris.
Lágrimas escorreram de seus olhos. Então era isso? Ela tinha permissão para voltar?
Um suspiro de alívio tomou conta de seu corpo.
Rose Lavillant estava voltando para Paris. Estava voltando para casa.

Un Amour Anonyme...Onde histórias criam vida. Descubra agora