"...parar de respirar,para sempre."

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Ava on...

São 06:30pm e alguém bate a porta, estranho, nós não recebemos visitas a esta hora, na verdade, nós não recebemos visitas quase nunca.
Abro a porta e olha se não é o cabeça de vento...

Joshua- Olá Ava.

Ava- Olá, entra.

Ele entra, ofereço-lhe algo para beber e ele apenas aceita água. Sentamo-nos no sofá e começamos a conversar.

Ava- Então, vieste esfregar na minha cara que tinhas razão?

Joshua- Quê? Muito longe disso, vim pedir-te desculpas.

Ava- Desculpa porquê?

Joshua- Eu tirei conclusões precipitadas sobre ti, e quero que saibas que nunca foi intenção minha ofender-te, nem a ti, nem a tua família é claro.

Ava- Que querido da tua parte, tudo bem, estás desculpado, mas só se me perdoares também. Fui uma burra esse tempo todo, e tu sempre tentaste fazer o que me fazia bem,  por algumas semanas, foste mais meu amigo do que qualquer outro que conheço a anos.
Obrigada Joshua.

Digo e abraço-o instantaneamente, não sei o que me deu, mas aquilo foi um impulso do coração, senti-me tão bem naquele abraço.
Mas começou a ficar embaraçoso quando ficamos mais de 10 segundos abraçados e eu tinha que largá-lo.

Ava- Ah, bem, podemos combinar uma coisa?

Joshua- Claro, o quê?

Ava- Acabaram-se essas demonstrações de afecto, isso foi estranho!

Joshua- Concordo, mas eu até gostei, não sabia que significava isso tudo para ti...*Ele olha para mim e sorri*(Pela primeira vez reparei nesse sorriso, até que ele tem os dentinhos direitos ne...)

Ava- Ah tá, nem é tanto assim. *Digo sorrindo para ele também*

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Kwan on...

São 07pm , estou pronta para o maldito jantar, o casal está no quarto a acabar de preparar-se e eu vou a cozinha e encontro a dona Maria, a governanta.

Kwan- Dona Maria, tem frutas?

Dona Maria- Tem sim menina, na geleira tem maçãs, e aqui no cesto tem uvas e bananas.*Diz sorridente* (Essa senhora é super simpática comigo, sempre foi, desde que cá cheguei, sinto uma confiança nela, e eu tenho que contar isso para alguém...)

Kwan- Ahm...dona Maria, posso lhe fazer umas perguntas? Se não se incomodar é claro...

Dona Maria- Claro minha princesa, o quê que foi?

Kwan- Nunca notou, sei lá, algo estranho no Sr.Valentim?

Dona Maria- Não sei a que se refere menina.

Kwan- Por favor, seja o mais sincera possível...

Dona Maria- Na verdade, o Sr.Valentim é um homem de grandes negócios, sempre nos pagou um salário justo, e nunca atrasa nos pagamentos, é sempre muito simpático e educado, não tenho nada a reclamar dele. Mas a única coisa que eu acho "estranha" é o facto de ninguém mencionar a profissão do Sr., ninguém menciona, ninguém conhece...

Kwan- Será que ele trabalha com câmeras?

Dona Maria- Não, porquê câmeras?

Kwan- Eu tenho uma coisa muito séria para lhe contar, e eu preciso muito de sua ajuda, eu estou realmente aflita.

Sr.Valentim- Já pronta? *Diz olhando para nós parado na porta da cozinha*

Kwan- Si...sim senhor.

Sr.Valentim- Maria, eu parti um copo lá em cima no meu escritório, pode ir resolver isso por favor?

Dona Maria- Sim senhor, com licença...

A Dona Maria sai da cozinha e o senhor Valentim fecha a porta, aproxima-se de mim muito enfurecido e pega-me pelo pescoço apertando-o e me deixando com dificuldades na respiração.

Sr.Valentim- Eu ouvi menina, eu ouvi boa parte da vossa conversa, parece que ainda não entendeste do que sou capaz, e da dimensão dos riscos que corres, eu vou destruir a tua vida se pisares em falso, não penses em contar essa porcaria a ninguém!

Não digo nada, não consigo, apenas começo a agonizar quase sem respiração.
Ele larga-me e bate-me na cara.
O mundo parou naquele momento, eu não pude acreditar no que estava a acontecer, ele agrediu-me.

Sr.Valentim- Este é um aviso para a próxima vez que tentares dar com a língua nos dentes. E agora vai passar maquilhagem nessa cara e pescoço, não quero que ninguém veja essas marcas, e despacha-te, a Sara está quase pronta.

Eu não digo absolutamente nada, vou para o meu quarto e faço o que ele ordenou, e então olho para o espelho e não me reconheço, eu pensava que era mais forte que isso, eu estou destruída, só me apetece parar de respirar, para sempre.

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Cris on...

Pus o meu plano em prática, já entendi que não adianta tentar falar com a Chalita pessoalmente, então recorri a meios mais...românticos...

Machala on...

Tocam a companhia e vou abrir a porta. Está um carrinho de flores estacionado lá à frente, no meu passeio, e a frente de mim um florista gato (sério ele é muito lindo, tem olhos azuis e tudo) com um buquê de rosas vermelhas.

Xxx- Boa noite, entrega para a 121. (Número da casa)

Chala- Tem nome? Devem ser para a Thaynara. THAYNARA! *Grito porque ela está no meu quarto*

Xxx- Tem nome sim senhora, Chalita, eu acho que é o que está escrito...

Recebo as flores e leio na parte inferior direita do cartão que está no buquê "De: Cristian VanderWaal, Para : Chalita"

Chala- Era só o que me faltava. *Digo revirando os olhos e suspirando*

Xxx- Algum problema com o presente senhorita?

Chala- Bem que em vez do buquê, podias vir tu de presente ne...*Digo e ele sorri fraco sem jeito*
- Obrigada pelas flores e bom trabalho.

Levo as flores lá para cima e a Thay mal acreditou que veio do estúpido do Cris.

Thay- Mas porquê que ele está a gastar dinheiro com isso se ele aparentemente só quer te usar?

Chala- Ah não Thaynara, não me venhas com possibilidades, porque da última vez correu muito mal.

Thay- Tá, parei...e o quê que está escrito no cartão?

Chala- "Rosas vermelhas, porque são a cor do amor que eu sinto por ti"

Thay- Clichê!

Chala- Pois é, criatividade não é o forte dele.

Thay- E o quê que vais fazer com esse buquê?

Chala- Vou deitar, óbvio.

Thay- Own, não precisas de ser tão má, ofereceram-te flores menina!

Chala- Deitar as flores é a minha segunda opção Thaynara, a primeira é mandar as flores de volta para a casa dele e escrever um bilhete para ele enfiar as flores no...

Thay- OK OK Machala, deita isso!

Machala!Onde histórias criam vida. Descubra agora