Kwan on...Saímos de casa e estamos a caminho do tal sítio.
Chegando lá, o senhor Valentim sai e abre a porta para a sua mulher e em seguida abre para mim.Sra.Sara- É aqui Kwan, este é o restaurante que nós(ela e o marido) nos conhecemos.
Kwan- Ahm, que bom.
Sr.Valentim- Entremos.
Entramos no restaurante e aparentemente eles já tinham uma mesa reservada para dois, mas o senhor Valentim vai falar com um funcionário e ele trás outra cadeira.
A mesa é rectangular e o casal está sentado frente a frente enquanto eu estou no meio dos dois.Durante o jantar eu não falo absolutamente nada, eles pediram uma comida toda estranha e aparentemente cara, é uma coisinha pequenina, comida de gente rica.
Eu quase nem comi aquilo e depois eles pediram pizza, amém ne, mas ainda assim não comi muito. Ter na consciência que tenho a minha vida nas mãos de um pedófilo doentio dá-me náuseas, põe-me mal disposta e desnorteada.O Sr.Valentim ausenta-se da mesa para ir ao WC e a Sr.Sara começa a falar de maneira autoritária olhando fixamente nos meus olhos.
Sra.Sara- Kwan, sempre gostei de ti, és uma menina espetacular, nunca nos trouxeste problemas, mas já a algum tempo tu e o meu marido andam muito próximos, sempre achei que fosse relação de pai e filha, mas não suporto vê-lo sair e entrar do teu quarto. Para uma boa convivência entre nós, espero que não tenhas nada em mente menina.
Kwan- Desculpe senhora, está a insinuar que eu e o senhor Valentim...
Sra.Sara- Shhh...não estou a insinuar nada, é um aviso.
O senhor Valentim regressa a mesa no mesmo instante mas não ouve nada da conversa. E era só o que me faltava, a mulher do pedófilo é uma doente e acha que eu quero o marido dela, argh, a minha vida literalmente acabou.
Sr.Valentim- Então, podemos ir?
Sra.Sara- Sim amor.
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Cris on...
Decido dar um passeio de moto para descontrair, ficar em casa a pensar nas porcarias que fiz não tem me feito bem, mas como sou completamente apaixonado pela Machala , passo a frente da casa dela, poucas luzes estão acesas e consigo ver a silhueta dela da janela do quarto, ela parece estar de headphones, provavelmente está a a cantar também. Tenho saudades das vezes que fomos juntos ao The Singers, ouvir a alegria na voz dela sempre que cantasse alguma música a olhar nos meus olhos. Hoje, só consigo sentir dor a cada melodia que ela canta, e o pior sentimento é saber que a culpa é minha.
Sendo sincero, cansa-me fazer mil coisas e nada resultar para tê-la de volta, eu fiz porcaria, mas eu já pedi desculpas, e é escolha dela perdoar ou não. Todos os dias eu penso em desistir, eu acho que se ela realmente me quisesse por perto, ela deixava que isso acontecesse.
Sou tirado dos meus pensamentos quando vejo no canto da casa, o caixote do lixo, com as flores que comprei lá dentro.
Senti como se tivesse levado um tiro no peito, foi a gota d'água.Volto para casa e a minha mãe já está a dormir, quando entro no meu quarto está lá o folgado do Jonathan estendido na minha cama. Em condições normais eu ia gritar para ele sair, mas estou sem forças para isso.
Cris- Espero que os teus pés não sujem a minha cama, e não te demores porque já tenho sono.
Jonathan- Estás bem?
Cris- A Machala me odeia Jonathan, estou ótimo.
Jonathan- Ok, desculpa pela pergunta. Mas o quê que aconteceu?
Cris- Vi as rosas no lixo Jonathan, as flores que eu dei estavam no lixo, dá para digerir uma cena dessas?
Jonathan- Autch!
Cris- Pois é...*Deito-me na cama, ao lado dele*
Jonathan- Estás farto certo?
Cris- Ela não vai mesmo me perdoar.
Jonathan- Com esse pensamento negativo, não vai mesmo.
Cris- Não estás a ajudar Jonathan.
Jonathan- Claro que não. Porque tu queres que eu te diga o que queres ouvir, não o que precisas de ouvir.
Cris- Explica bem...
Jonathan- Com isso eu quero dizer que não te estás a pôr no lugar dela. Apesar dela saber da tua personalidade, ela deu-te um voto de confiança, ela ajudou-te a ver o mundo de maneira diferente, ela fez-te sorrir, e tempos depois de tudo ela descobre que foi uma aposta só para provares que consegues ficar com quem queres. Deixaste com que a vontade de alimentares o teu ego fosse maior que a vontade de seres feliz ao lado da primeira pessoa que mostrou ser tua amiga de verdade.
Cris- Mas eu não fiz a aposta sabendo o tesouro que é a Machala, pois se eu soubesse, eu juro que nunca o faria. Eu apostei muito antes de viver momentos inesquecíveis com ela Jonathan.
Jonathan- Pois é Cris, mas ela não sabe disso, ela viu-te aos beijos com outra rapariga como se não bastasse, não esperes que ela te perdoe do dia para a noite. Olha por tudo que ela passou.
Cris- Tens razão, eu não posso desistir, não tão cedo.
Jonathan- Assim já gosto mais...
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(No dia seguinte...)
Ava on...Hoje durante o dia todo não fiz nada de interessante, convidei umas "amigas" para dar um passeio, mas como sempre, se não for festa onde estejam um milhão de rapazes, elas estão ocupadas.
Então chamei o Joshua e estamos a dar um passeio pela cidade.
Está a ser ótimo, tiramos fotografias um do outro, pusemos conversas em dia e estamos a nos conhecer melhor, ele é um rapaz incrível, o tipo de rapaz que eu devia me apaixonar, mas o meu coração insiste em chamar pelo Cris.Nem acredito que vou dizer isso, mas eu daria tudo para me apaixonar por um rapaz como o Joshua.
Joshua- Terra chama Ava! *Diz acenando a frente da minha cara*
Ava- Ahm sim, quer dizer... quê?
Joshua- Estás aí parada a um minuto a olhar pra a minha cara, maluca.
Ava- O quê? Não, estava a pensar.
Joshua- Também pensas afinal?
Ava- Cala-te! *Rimos*
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Machala!
RomanceDescrição do livro Machala: Conheça a história de uma jovem indiana que regressa a Nova York, cidade onde viveu durante muito tempo. Nesta cidade que não dorme, ela reencontra-se com o nosso personagem principal, Cristian VanderWaal, um jovem frio...